Então na primeira oportunidade ele a mandou embora, e grávida de mim. Grande porcaria! Isso só me faz ter mais raiva dele, mas deixo-o terminar com a sua ceninha ridícula.

– Nós nos encontrávamos na nossa casa da árvore todas as noites, quando meus pais achavam que estávamos recolhidos em nossos quartos. Lá tivemos nossa primeira vez e, a partir daí, a casa da árvore se tornou o nosso ninho de amor. Um dia percebi Célia chorando na cozinha de manhã, fiquei apavorado e fui perguntar a ela o porquê de estar chorando. Fiquei com medo de terem descoberto que saíamos escondidos todas as noites, mas ela estava assustada porque seu ciclo estava atrasado e ela desconfiava que estivesse grávida. Eu, no início, me assustei porque ela dizia tomar pílula para prevenir as cólicas. Mas lembrei-me de que ela esteve com uma gripe forte semanas antes e o remédio que ela estava tomando poderia ter cortado a reação do remédio em seu organismo, por isso decidi comprar um exame de farmácia para ela naquele dia, para que tivéssemos certeza. Ela ainda estava assustada, mas eu tentei acalma-la, disse que se estivesse grávida nós encararíamos isso juntos e que eu não a abandonaria. Descobrimos que ela estava grávida e eu me senti tão feliz que ela se tornaria só minha e que iríamos criar nossos filhos juntos, que acabamos nos descuidando e meu pai descobriu da sua gravidez. Ele não me disse que sabia, então decidi esperar passar os finais das festas de fim de ano para poder contar. — Ele faz uma pausa e olha para mim com lágrimas nos olhos e ainda pálido. Me olha tão intensamente que parece que está me pedindo para entender tudo aquilo, como se tudo o que aconteceu não fosse culpa dele. — Quando as festas acabaram meu pai me chamou no escritório de novo e eu aproveitei para contar a eles que Célia estava grávida e que eu queria me casar com ela, mas meu pai me surpreendeu com imagens de Célia e Teodoro na cama juntos. A foto era muito desfocada e não muito nítida, mas reconheci a tatuagem que Teodoro tinha nas costas e o colar que tinha dado a sua mãe quando ela tinha feito dezoito anos. Ela nunca tirava o colar, era com o formato de um coração e dentro havia a foto dela com a mãe. Célia costumava dizer que, quando a mãe dela se foi, se sentia só, ainda mais quando estava sem mim por perto, então decidi dar a ela para que tivesse alguma lembrança da mãe e não se sentisse mais sozinha.

Na hora, coloco minha mão no meu peito onde o colar está escondido, por dentro do meu top. É o mesmo colar que ele deu a minha mãe.

– Eu fiquei tão cego de raiva e ciúmes que perdi a razão e não procurei saber se a foto era verdadeira ou não. Eu era muito jovem e ainda não tinha essa malícia toda, então não pensei em perguntar para Célia se a imagem a minha frente era verdadeira ou não. Eu a expulsei da minha casa naquela noite, depois de tê-la acusado de ir para a cama com os dois amigos. Ainda lembro-me do seu olhar assustado e triste por eu não querer ouvi-la...

– Então o senhor, depois de ter prometido que a iria proteger de tudo e que nunca a abandonaria, dizer que a amava e que cuidaria do bebê, a mandou embora, sem perguntar se era a verdade?

– Sim, eu fui...

– Um covarde de merda. — Digo isso mostrando todo meu ódio por ele e o vejo arregalar os olhos, assustado por minha reação.

– Camila, eu entendo que tenha raiva de mim e me culpe. Mas acredite quando eu digo que, quando descobri que era tudo uma montagem uma armação feita pelo meu pai para nos afastar, eu fiquei com raiva também.

– Lógico que ficou! — Dou o meu melhor sorriso sarcástico. — Você ficou com tanta raiva que, assim que minha mãe saiu da sua vida, encontrou uma granfina pra foder e se casar. Ficou com tanta raiva que não se importou se ela estava passando fome ou frio. Não queria saber se o bebê... Se eu estava bem. Não queria saber se ela estava bem. Minha mãe morreu por sua culpa, idiota!

Mentira Explosivaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن