Capítulo 15 - Tamed

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Música da mídia: Come Home - One Republic. Dê play e boa leitura!

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"O que tanto me comove nesse príncipe adormecido é sua fidelidade a uma flor; é a imagem de uma rosa que brilha nele como a chama de uma lâmpada, mesmo quando dorme..."

- O Pequeno Príncipe

*

Após todos os acontecimentos que culminaram com a despedida de Edward, a família Tomlinson enfrentou seu momento mais difícil.

Louis, a criança sempre alegre, havia mudado drasticamente. Já faziam algumas semanas desde a noite que havia sentido o primeiro e único abraço dos braços etéreos do amigo e desde então chorava todas as noites.

Apesar disso, ele se lembra do pedido de Edward e de sua voz dizendo que ele teria que ser forte, o que por si só já o fazia ser o mais forte que uma criança pudesse suportar ser.

Ele esperava o beijo de boa noite de seus pais, a história que Mark contava, mas quando todas as luzes da casa se apagavam e os sons findavam, o menino despertava em meio a pesadelos repletos de lágrimas e de despedidas e chorava silenciosamente.

Ele não chorava alto como as crianças normalmente faziam... Era baixo, soluçado e sentido. Era cheio de saudades e sentimentos que nenhuma criança dessa idade deveria ser permitida a conhecer. Ele nem mesmo sabia, mas em seu peito o que doía era despedir-se novamente daquele que amava a mais tempo que nossa história poderia contar.

Durante o dia ele tentava com todas as forças disfarçar. Ele não queria deixar seus pais preocupados, pois esse era o tipo de pessoa que Louis era. Ele desenhava, ele sorria vez ou outra quando sua mãe brincava consigo, e gargalhava quando cócegas eram feitas em sua barriga. Mas dentro de si, o vazio já havia se instalado com uma força que apenas aquele que ama e está dividido de sua outra metade poderia conhecer. E por mais que o menino não falasse sobre sua tristeza, sua mãe sabia.

Ela sabia desde o dia em que invadiu o quarto de um Louis que gritava e se debatia em pânico, murmurando entre palavras cortadas que o amigo havia sumido... Que havia sentido o abraço, e depois ficado sem nada. Naquele dia ela se preocupou realmente, talvez pela primeira, mas não ultima vez na sua vida, com a profundidade das marcas que a presença (e agora a ausência) de Edward havia deixado na vida de seu filho.

No outro dia de manhã, e em todas as manhãs posteriores, Louis foi levado a psiquiatras, psicólogos, psicoterapeutas, psicopedagogos e todos os outros "psico-alguma coisa" possíveis, para que alguém dissesse o que o garoto tinha.

Foram feitos testes de sociopatia infantil, esquizofrenia, e qualquer outra coisa que pudesse fazer o garoto ou mentir ou alucinar. Mas a verdade é que, como o esperado, todos os testes foram negativos. Louis não só era normal, como sua inteligência era surpreendentemente acima da média, apesar disso não ser novidade para ninguém.

Os métodos alternativos então consistiram em trazer Niall para brincar em sua casa, brincar com Gemma -o que era sempre bom visto que a menina apenas ficava ao seu lado silenciosamente, como se cada um entendesse a dor da separação que o outro estava passando - e levá-lo para passar alguns dias na casa de sua avó.

Essa última parte foi quase decisiva, pois a avó conseguiu tranquiliza-lo ao dizer que com certeza Edward apareceria novamente, e que quando duas pessoas tinham laços como os deles era impossível que a separação durasse muito.

Ao ouvir isso Louis deixou seu olhar brilhar pela primeira vez depois de muito tempo. Ele nunca havia contado a ninguém que Edward dizia que voltaria, e ele não sabia bem o que era isso de "laços que ligavam pessoas", mas em sua mente ele formou a imagem de ele e Edward abraçados novamente, como no último dia, com um fio que se amarrava no pulso de um e se prendia igualmente no pulso do outro. Aquilo fez com que a criança sorrisse, pois a ideia de uma corda que não poderia ser cortada para que eles nunca se separassem era nada menos que maravilhosa.

Linked Across Time | L.S.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora