Há alguns relatos de pessoas que já estão conseguindo usar o Wattpad normalmente, irei fazer meu teste....
Boa leitura
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Narração Clarice:
Sabe quando você está tão na merda que até seus motivos para comemorar não te animam? Eu sorri para brindar, mas foi um sorriso forçado.
Não me leve a mal, eu estava feliz pelo resultado. Teoricamente terei justiça pelo o que me aconteceu, mas era isso: teoricamente.
Para chegar à sentença, não só a acusação como a minha defesa, me estraçalharam de todas as formas possíveis. E parte de mim não sabe se estava pronta para me expor dessa forma. Memórias em segredos que nunca me abri para ninguém, agora são de "domínio público". Mas o que me deixou assim, foi reviver toda a merda do passado.
Lembrar de tudo e agora saber que não era para ser assim. Que enquanto eu me fodia, o Luís e companhia se beneficiavam do meu sofrimento ao mesmo tempo que apagavam a história e memória da minha mãe. Isso era brutal demais.
Eu venci a guerra, mas no final, eu era o soldado ferido e ensanguentado que agora precisava lidar com suas dores. E minha forma de lidar com isso foi me isolando...
Depois da taça de champagne – que sequer finalizei – eu caminhei pelo bosque dentro do Apex até o outro lado onde ficava o casarão e o carro da Val estava estacionado. E pensar que a chave estava dentro e poderia ter dado uma merda colossal... todo o dinheiro que o Luís teria que me pagar eu teria que usar para pagar a Val e ainda sairia devendo porque ele nunca terá o valor total para restituir.
Felizmente estava tudo no lugar. O carro, minha mochila, minhas coisas e outras tralhas da Val que estavam aqui. Respirei aliviada em saber que não terei mais um motivo na lista para a deixar brava comigo.
E por falar nela... eu não acho que vamos ter a nossa conversa hoje. A Val viu a sentença através do celular do Bruno – e o vídeo do Theo, porque sim, ele gravou – e mandou uns áudios. Mas ela estava tão loucona de sono – e provavelmente ódio – que até o Bruno teve dificuldades para entender sua mistura de francês e português nos áudios que me mandou. E sinceramente? Eu precisava estancar meus próprios sangramentos antes de mais um começar.
Dessa vez – e que fique claro que é somente dessa vez, - eu prefiro que a Val vá dormir e descanse para que eu possa ficar sozinha... no apartamento dela. Um pouco abusado da minha parte ir para lá levando em consideração todo o contexto, mas onde mais poderia encontrar um espaço para ficar sozinha-sozinha?
Além do mais, para o que eu gostaria de fazer, eu precisaria de espaço físico que fosse grande. Eu queria pintar. Pintar tal qual a época em que ficava sentada no chão com o meu mini cavalete enquanto minha mãe fazia seus quadros enormes e incríveis. Era o meu passatempo favorito, tinha até uma jardineira jeans igualzinha a dela. E a gente penteava os cabelos iguais: duas tranças partido no meio.
Eu queria ter o cabelo igual o da minha mãe, mas eu acabei puxando a minha avó. Triste...
Antes de ir para casa da Val, eu busquei o Chloée e passei numa loja de artigos artísticos que a minha mãe costumava comprar seu material. Não era nada barato para uma mera estagiária e bartender como eu, mas uma vez na vida – e parcelado no cartão – você nem sente o rombo que um quadro 4cm menor que o seu próprio tamanho, o mínimo possível de pincéis decente e um salário de um mês em tubos de tinta aquarela Winsor & Newton.
A vantagem do condomínio da Val ser de rico é que, quando o segurança me viu me ferrando para tirar a tela de 1,5m de dentro do carro, ele veio me ajudar e chamou outra pessoa pelo rádio para me acompanhar até o apartamento. Se fosse lá no meu condomínio, dependendo de quem estivesse na portaria, nem interfonar para chamar a Larissa ou a Glória faria.
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Stuck With U - Reinassance
RomanceSegunda versão de Stuck With U. Em passos lentos e cheios de detalhes, acompanhe Clarice, uma jovem artista e arquiteta por teimosia, em sua jornada para conhecer o seu tão inexplorado lado pequeno, ao lado de sua tão... peculiar mommy maman, Valkyr...
