O começo do fim

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Deixar o tempo passar, tentar esquecer, tentar não lembrar daquele sorriso... Não adianta negar, quem ama não esquece uma pessoa nem hoje e muito menos amanhã!

Suponho que você já criou um ambiente, um estado de tempo pra nossa história, agora imagine Julie em um canto qualquer dessa sua criação pensando em apenas uma coisa. Ela passa as mãos nos cabelos desejando que eles se comportem, franze a testa ao se lembrar de que se esqueceu de pôr comida pra sua gata. Não importa o lugar ou o momento, seu único pensamento se rendia a aquele corpo, aquele beijo demorado, se rendia à aquela noite no chalé onde seus corpos se esquentavam, onde ele a fez mulher.

Olhando por fora todos dizem, e você também pode dizer que não vai ser pecado, que Julie e Enzo formavam um casal perfeito, mas ninguém enxergava a falta de compromisso de Enzo, a ignorância de Julie e o ciúmes vedado.

Enzo estava na faculdade, a chuva estava forte e olhando pelas janelas, enquanto as árvores balançavam de um lado para o outro, lembrou que um dia ele domara uma fera. Era bela e ainda continua sendo, domara e perdera por quê? Boa pergunta.

Arrisco dizer que nem eles mesmos saibam responder com clareza.

Enzo se levantou, não seria capaz de continuar na aula de empreendedorismo não com seus pensamentos em Julie. No Studio_a lanchonete da faculdade_ uma empada e um suco de laranja se tornava sua companhia, uma rápida olhada nas mensagens do celular e as do grupo do escritório pra soltar um sorriso tímido, mas ainda não era o bastante pra mudar seu humor ou fazê-lo esquecer de quem amava. A chuva ainda era forte e parecia não ter fim ,o jeito era correr até o carro debaixo de água.

Julie ainda vagava pelas lembranças de um tempo que não voltaria quando a chaleira apitava insistentemente,ela correu pra desligar o fogão tropeçando em um sapato de Enzo jogado pela sala, revirou os olhos e desejou nunca ter se apaixonado.
O chá de camomila caiu como uma luva numa noite chuvosa como aquela.

Enquanto o tempo ia passando os dias cansativos se tornavam frequentes. Nada mudara desde a briga no elevador, do edifício Wolf. Enzo ainda continuava a frequentar a mesma cafeteria onde sempre iam e de vez em quando até pedia um cappuccino, se permitindo lembrar de Julie. Era dar o primeiro gole e os toques delicados e intensos de Julie vinham em sua mente fazendo seu corpo arrepiar. O mais engraçado é que mesmo querendo, eles não conseguiam se encontrar, Julie sempre chegava após três minutos da saída de Enzo. Ela se perguntava se o problema era com ela, talvez sim, mas as palhaçadas que ele costumava aprontar superava qualquer chatice ou implicância sua. Acho que o grande problema de Julie não estava em suas implicância e sim no excesso de orgulho que não a deixava transparecer saudade, o desejo e a súbita necessidade de ter Enzo ao seu lado.

Caramba, você pode ter escolhido tantos cenários pra essa história, tantos personagens diferentes pra representar Julie e Enzo que começo a pensar se uma situação como essa pode se dizer comum, só que mais comum do que isso é a pergunta: Por que  acabou?

Nota: Olá amores, Rabiscos de amor só está começando e espero que se apaixone enquanto o lê assim como eu, enquanto escrevia!
😉

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