3; Wherever You Are - Cashton

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Acordei às exatas dez da manhã, era pra hoje ser um dia feliz para mim, mas infelizmente não é.

Hoje faria cinco anos que estaríamos juntos caso o pai dele não o tivesse reportado para outro país.

Como assim? Vou lhes contar.

Tudo começou quando nos encontramos no shopping através de um amigo que tínhamos em comum: Luke Hemmings.

O Luke nos apresentou, de primeira eu o achei um pouco metido, talvez pelo jeito que ele falava, andava, se vestia. Mas depois de um tempo de convivência aprendi que ele é bem compreensivo e nada metido, para um mauricinho filhinho de papai. O nome dele é Ashton.

Ele era realmente muito bonito, tinhas coxas incrivelmente grossas — ele não gostava nada delas mas eu as amava — ele estava usando um óculos que por deus, ficava horroroso nele. Eu vivia dizendo isso todas as vezes que saíamos, ele sempre usava aqueles óculos que mais pareciam ser de fundo de garrafa.

Estávamos na frente do cinema, íamos assistir à um filme 3D, ele estava lindo naquele dia, faziam duas semanas que tínhamos virado amigos, neste dia estávamos apenas eu e ele, o Luke tinha saído com a Aleisha — namorada dele —, nós optamos por ficar na última fileira de poltronas do cinema. Ok. Talvez tenha sido idiotice nossa de querer assistir um filme 3D e ficar nas últimas poltronas, mas, nós não estávamos ali pelo filme em si. Estávamos por outra coisa.

O filme começou — depois de quase uma hora de trailers e mais trailers de filmes que iriam lançar ou que já haviam sido lançado —, eu tirei meu óculos 3D para olhar para Ashton, ele estava observando atentamente a grande tela branca que refletia as cenas em forma de filme jogadas pelo refletor poucos metros a cima de nós. Ele estava tão focado na tela, então, eu tirei os óculos 3D deles e ele resmungou, assim que me olhou eu o repreendi por estar com os óculos de grau por baixo do 3D, falei que assim ele forçaria muito a vista, mas ele não pareceu dar importância, neguei com a cabeça e tirei os óculos do rosto dele colocando-o ao meu lado, ele reclamou comigo, recebemos uma onda de "sshh" para que fizéssemos silêncio e mostramos o dedo do meio para as pessoas. Ele estava pedindo em sussurros pelo óculos de volta acusando não estar enxergando nada, mas eu sabia que ele estava mentindo, aqueles óculos eram apenas de descanso, ele enxergava muito bem. Eu falei que iria devolvê-los porque ele colocaria novamente sobre os olhos extinguindo o pouco brilho que suas pupilas verdes-acastanhadas emanavam.

— Por favor Cal. — Ele fez bico, e mesmo assim não o devolvi.

— Você fica muito melhor sem esse óculos, vai por mim. — o garanti.

— Não. Não sei se você percebeu mas eu apenas o uso porque ele cobre meu olho, e ele fica todo castanho. Eu não gosto da cor dos meus olhos. — neste momento eu o olhei.

— Você só pode estar de brincadeira comigo. Seus olhos são lindos Ashton, são perfeitos do jeito que são. Suas coxas também, eu as acho lindas, igual seus olhos, igual você. — falei e tenho certeza que corei. Ele sorriu genuinamente e me deu um beijo na bochecha, mas acidentalmente, eu virei o rosto e acabei dando-lhe um selinho que fora transformado em um beijo.

Depois desse dia começamos a namorar, ele parou de usar aquele óculos horroroso.

Quando estávamos prestes a completar um ano de namoro, o pai dele — que estava viajando — descobriu sobre nós, e, esse foi o pior dia de nossas vidas.

O pai do Ashton nos xingou, ele bateu no Ash o chamando de nomes horríveis e ameaçando o mandar para a casa da tia dele no Brasil caso ele continuasse com aquilo que, segundo ele não passava de uma palhaçada. Eu o soquei quando ele levantou a mão novamente para bater no rosto de Ashton, eu sinceramente não sei o que deu em mim naquele momento, apenas senti que deveria defender o cacheado que estava em prantos sentado ao lado do sofá. O pai dele por sua vez, virou-se para mim, dizendo que eu havia corrompido o filho dele, disse que se não fosse por mim o filho teria continuado "macho" que ele apenas virou "viado" por minha culpa.

Eu falei umas poucas verdades na cara no homem mais velho e ele me deu um soco no rosto, no mesmo instante eu senti um gosto metálico na boca, havia cortado, eu não tive demora, literalmente caí na briga com o pai de Ashton.

Bom, o resultado foi: Ele mandou Ashton para o Brasil na semana seguinte, Ashton e eu nunca mais nos falamos depois daquele dia.

Hoje eu estou noivo, mas não é da pessoa que eu realmente gosto, pois essa pessoas está há mais de 3000 quilômetros de distância.

A pessoa que eu amo não está aqui comigo neste momento "comemorando" nosso aniversário de cinco anos.

Mas não importa para mim, pois, eu vou continuar o amando.

Onde quer que ele esteja.




Five Seconds One ShotsWhere stories live. Discover now