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Cap. 48: O que Lilith tem a ver.

/ Como conseguiu entrar em contato? — perguntou ele, confuso.

/ Tenho meus meios. Eu soube da morte de meu pai... — ela segurou as lágrimas, engolindo em seco.

/ Sim, eu já esperava que isso fosse acontecer... — suspirou Ofelio pesadamente. — Você ainda quer correr atrás daquele homem? Porque eu tenho certeza que também leva parte da culpa, por ter levado aquele intruso a uma reunião tão importante.

/ Não tenho culpa... — choramingou ela.

/ Tem! — asseverou Ofelio. — Eles não teriam descoberto as coisas que estavam ali, não teriam percebido o quanto era importante Orfeu estar vivo. A máfia não perdeu nada com a morte de Orfeu, mas em compensação... nós estamos em queda! — ele a repreendia, e quanto mais ele falava, mais as lágrimas brotavam.

/ Eu vou me redimir disso tudo... eu prometo! — disse ela com convicção, então encerrou a ligação. Do outro lado da linha, Ofelio sorriu de forma maldosa, observando alguns homens que estavam na sala.

— Amanhã quero os Ritan aqui. — ordenou Ofelio. Os homens se retiraram com pressa.

Passou-se uma semana. Cassius e todas as organizações comandadas estavam em alerta, mas, por incrível que pareça, não houve mais nenhum ataque direto de Ofelio ou qualquer sinal de que ele estivesse fazendo algo. Seus planos com os irmãos Ritan ainda eram um mistério.

As rotinas dos mafiosos mudaram drasticamente desde que a cidade foi fechada. Apesar de cada um continuar com seus trabalhos, estavam todos tensos.

Ramis já estava melhor, recuperado, e agora estava reunido com Lilith, Cassius e Kaleu.

— Não sei se será prudente ir até o Allstone, sendo que aconteceu o que aconteceu com Orfeu. — comentou Kaleu, enquanto guardava algumas de suas pistolas na cintura.

— Algo não está certo, tem alguma coisa que não está fazendo sentido. — comentou Cassius, pensativo.

— Cassius, resolver esse mistério não vai nos tornar os mocinhos. — declarou Ramis, apreensivo.

— Eu sei, mas não quero que vocês sofram as consequências disso porque tudo caiu sobre minhas costas. A morte de Orfeu foi uma brecha grande, mas cair sobre mim a culpa foi uma brecha ainda maior. Isso é uma razão boa para eles atacarem todos diretamente.

— Bom... — suspirou Ramis, pensativo. — O que você sugere?

— Reforcei a segurança de todos os membros. As únicas coisas que vocês devem fazer é não deixar ninguém ter acesso à casa de vocês ou ao apartamento. Não podemos confiar em ninguém agora.

— Verdade. A Felicity contou que tinha alguém infiltrado, então pode ser que Ofelio possa usar algum dos seguranças para afetar um dos membros. — relembrou Ramis.

— Já estão todos avisados, mas a prioridade é proteger os mais novos. Matheus e Caio estarão na casa de Ayrlon, já que tem a recém-nascida que está no meio disso... — suspirou Cassius, apreensivo, enquanto Lilith observava tudo com um pouco de medo ao se lembrar da pequena daminha.

Eles perceberam Lilith bastante quieta. Ela estava perdida em seus pensamentos, com questões que nenhum deles poderia responder, a não ser ela mesma buscando suas respostas.

Duas semana se passou após todo o ocorrido, e a cidade continuava sendo monitorada de forma pesada. Kaleu e Cassius, mesmo que devessem estar recolhidos em suas casas, permaneciam na academia, trabalhando e tentando encontrar falhas na segurança.

— O que aconteceu quando você mandou a carga? — perguntou Cassius.

Kaleu havia mandado uma carga falsa para sair da cidade e outra para entrar, e, como esperado, nada conseguiu passar pela fronteira. Além disso, os homens que traziam e levavam a carga foram presos para interrogatório. Qualquer coisa duvidosa era imediatamente interditada.

— O que tem acontecido? Eles têm aumentado a segurança? — perguntou Cassius, pensativo.

— Parece que Ofelio está conseguindo apoio de alguns homens que confiavam em Orfeu. Apesar deles não serem mais a primeira potência, parece que Ofelio está conseguindo o que quer: apoio de pessoas perigosas. Ainda assim... não é nada que não possamos lidar. Afinal, eles não vão atacar a academia sabendo que podem matar milhões de pessoas.

— Sabe... mesmo que estejamos nos arriscando a investigar como Orfeu foi morto, o que descobrimos ao menos me trouxe um pouco de alívio. — comentou Cassius, com o olhar perdido e cansado. Ele e Kaleu mal tinham dormido. O conselho estava em cima deles por causa da perda de capital, estimada em mais de cinquenta milhões, e ninguém estava feliz com isso. Obviamente, a culpa estava recaindo sobre Cassius.

— Foi inesperado encontrar a tampa do duto de ventilação quebrada, mas é a única resposta que se tem se tratando do fato de que ninguém entrou na sala pela porta.

— Mas entraram pelo duto depois que eu saí e mataram Orfeu. — completou Cassius, endurecendo a mandíbula enquanto tentava pensar em um suspeito, mesmo que toda a máfia fosse suspeita.

Enquanto isso, na mansão de Francis, ele conversava com o conselho para decidir qual seria o próximo passo.

— Cassius deve se certificar de manter a máfia no controle assim como está. Estávamos esperando isso por muito tempo. — anunciou um dos homens.

— Mas não podemos trabalhar na cidade ainda, está tudo fechado e estão interceptando qualquer carga suspeita. — comentou Francis, pensativo.

— Eles não vão fazer isso para sempre. Vamos esperar tudo isso passar. — comentou Diego Orlov. — Avise aos líderes de cada potência que eles devem se manter seguros sem cometer erros. Infelizmente, parece que uma das potências, mesmo que fosse a última, foi desativada de repente, sem nenhum aviso. Não temos ideia do que aconteceu com os administradores. Pode ser que Ofelio ainda esteja tramando algo. A morte de Orfeu foi um tiro no pé, já que ele tinha o controle sobre ele, mesmo que Orfeu comandasse a segurança na cidade. Ainda assim, a queda dele nos deu uma vantagem, mas vai custar vidas. — suspirou ele, apreensivo.

— Cassius foi imprudente. — disse um dos homens mais velhos, com seriedade. — A morte de Orfeu está nos fazendo perder milhões por dia sem conseguir movimentar a cidade! — O homem não parecia satisfeito com a morte de Orfeu, e nenhum deles estava.

— Sim... — suspirou Francis, apreensivo, enquanto observava todos aqueles homens em uma única chamada, todos em espaços privados. Enquanto ele conversava, foi pego de surpresa por uma mensagem. Não tinha remetente, mas quando ele leu, só dizia uma coisa:

/Procure provas no laptop de Lilith.

Ele leu e franziu o cenho, sem ter ideia do que se tratava, mas ficou intrigado. Após alguns minutos, ele encerrou a ligação e permaneceu em seu escritório, andando de um lado a outro, pensativo sobre o que poderia ser.


Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Where stories live. Discover now