cap.138

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Cap. 138
Ela saiu sem que ninguém percebesse e seguiu viagem em alta velocidade já era quase três horas da manhã, na velocidade que ela estava conseguiu entrar em Rowland em meia hora e seguiu dez minutos até chegar ao apartamento de ramis, a recepção já estava fechada, mas ela sabia a senha da entrada, então passou pelo portão estreito de ferro e seguiu para o elevador.
Estava ansiosa para ver Ramis, quando saiu do elevador ela já havia deixado todo o equipamento de segurança no chão da cabine.
Seguiu para a sala dele, porém não o encontrou em nenhum lugar, ela se viu em um mato sem cachorro ao lembrar de quantos quartos havia naquele lugar, nem ela conhecia aquilo tudo.
— Tá bom… tenho que pensar, Ramis parecia não está bem, onde ele gosta de ficar quando não está bem? — se pergunta tateando a cabeça com a ponta dos dedos. — Já sei! Que fácil! — diz animada pegando o elevador e segue para a cobertura.
Olha ao redor na esperança de o encontrar e o ver sem camisa sentado no chão encostado na proteção do prédio com uma garrafa de uísque do lado, ele não havia a percebido, ela se aproxima furtivamente e se agacha em sua frente o observando.
Estende uma de suas mãos e toca suavemente no topo de sua cabeça o fazendo levantar a cabeça surpreso.
— O que faz aqui? — pergunta se recompondo.
— Você me ligou e disse que não estava bem, eu queria esperar até o amanhecer, mas estava muito preocupada, nem consegui dormir.
— Eu disse que queria ficar sozinho.
— fique sozinho comigo, porque quando a gente se casar vamos ter que estar um do lado do outro para tudo.
— Talvez não tudo… — sorri pensativo.
— Ramis… você bebeu muito? — pergunta preocupada.
— princesa, eu queria ficar sozinho, nesse momento…
— não, não posso deixar você sozinho! — diz séria abrindo os braços, mas ele a encarou confuso. — que turrão! — rosna o puxando para seus braços caindo sentada sobre o chão.
— você é doidinha. — murmura saindo de seus braços a puxando mais para perto. — você quer me abraçar… — suspira a colocando montada sobre seu colo e a abraça por baixo dos seus braços ficando com a cabeça encostada em seus seios.
— não é bom ter alguém para abraçar? — pergunta acariciando sua cabeça. — E te aquecer, porque você está muito gelado, e está tão frio, não tem medo de pegar um resfriado?
— Não… — balbucia apertando-lhe com mais força. — eu tenho medo de perder tudo, é a única coisa que tenho medo.
— Está indo a falência? Eu gastei além da conta? — pergunta confusa.
— Lili… pode gastar tudo e o dinheiro vai continuar entrando como se fosse água, você pode usar tudo!
— então do que está falando?
— falo de perder tudo e nesse tudo… perder você também.
— Não vai me perder nunca, já pensei em tudo, se meu pai brigar com você, então fugimos, — diz esfregando seu antebraço nas costas dele a fim de esquentar a sua pele.
— Para ser sincero, eu te levaria embora, mas… e se seu pai quisesse me transferir para trabalhar em outro lugar?
— você não precisa trabalhar em outro lugar, você é quase bilionário.
— mas tenho responsabilidade com a máfia, você sabe que sou responsável por todo dinheiro que entra na terceira potência, administro para seu pai um dos maiores negócios da cidade.
— Ramis! Pensa, meu pai é mais seu pai que o vovô francis, ele se preocupa com você muito mais que qualquer pessoa, ele não te mandaria a nenhum lugar, a não ser que ele quisesse sofrer também, o pai não vai ficar bem se você for.
— Como pode ter certeza se a pessoa mais perfeita dessa família existe? — pergunta, afastando o rosto para encarar a sua moça com os lábios esticados em um sorriso terno.
— por quê? Bom… então eu invadir aquele lugar. — recitava de um jeito grave tentando imitar a voz masculina de seu pai. -- eu não tinha forças, estava morrendo, mas quando eu vi aquele garoto com seus dois firmanos, cuidando deles… cara… ele me lembrou tanto algo família, magro, sem forças, muito doente e ainda assim fingia está bem, ele tinha apenas quinze anos, e era mais forte que seu pai, e eu já esperava ansioso para ser o Don, naquele momento eu percebi que eu não podia sair dali sem aquelas três crianças, matei sem misericórdia, alguns soldados fugiram, enquanto ele se mantinha escondido protegendo os dois irmãos, é de longe o cara mais foda que eu já vi, eu não vi motivos para ele me admirar, mas ele não me conhecia, eu não era bom, nem para a sua mãe e nem para ninguém, mas naquele dia, aquele garoto magrelo que eu salvei havia me dado algo novo…
— Pare! — Ordena irritado com a respiração pesada a abraçando com mais força escondendo o rosto em seu peito.
— Pode chorar… vocês dois são dois chorões mesmo. — sorri gentilmente acariciando a cabeça dele.
— Não acha que já sou grandinho demais para chorar?
— não acha que faz mal guarda tantas lágrimas? — pergunta erguendo sua face. — Me diga… — pede insegura. — O que você sabe? Os meninos chegaram e estavam um pouco tristes, mas não quiseram me contar.
— Você vai ficar calma, certo?
— Sim.
— Eu ouvi uma conversa dos seus tios e seu pai, e eles cogitam a ideia de mandar eu e meus irmãos para longe, ou exilar da família.
— você acreditou nisso! — pergunta cética ao mesmo tempo que seus olhos marejaram. — Ramis… meu pai é um pouco extremista, mas não acredito que ele faria isso com vocês, é injusto e perverso com a própria família, ele não é assim.
Ramis sorri de forma amarga e limpa as lágrimas do rosto de Lilith.
— você disse certo, com a própria família, mas eu não sou da família, eu entendi isso ontem… não vou mentir que isso… bom… tanto faz! Vamos entrar, melhor você dormir um pouco. — avisa encerrando o assunto percebendo que Lilith ficou sem reação enquanto as lágrimas caem involuntariamente.
— Como…
— Dormir, vamos? Além disso, você está com problemas, Orlov tem homens em todos os cantos da cidade, ele sabe que as meninas estão com você, então quando ele te ver, se é que ele já não viu!
— Na verdade ele não viu, eu estava usando capacete e outros equipamentos de proteção além do macacão.
— então ele não te viu, você vai ter que voltar sem que ele descubra que é você. — comenta enquanto seguem para o elevador.
— mas o que vamos fazer? Meu pai ainda não resolveu isso?
— Na verdade Orlov está insolúvel, Caio se isolou em sua casa e ninguém quer saber dele.
— sabe, apesar de tudo, tenho pena do tio caio, mas acredito que tudo vá se resolver, porque Leydi está feliz ao lado de Ayrlon, e a Kity… bom, ela está um pouco melhor, Brendo está sendo um bom amigo.
— parece que vocês estão fazendo muitas coisas. — comentou  recolhendo as roupas dela do chão da cabine.
— sim, além disso a Leydi não é mais pura…
— caralho… Ayrlon estava brincando com a vida? Orlov vai arrancar as tripas dele. — comenta preocupado. — Lilith, onde estão meus irmãos?
— ele chegaram lá, pegaram as meninas e foram embora. — ramis sorri sem graça torcendo para que eles não tivessem feito o que ele estava pensando.
Ainda assim não tocou mais no assunto, fez com que Lilith dormisse e dormiu ao seu lado, já era quase manhã, ainda tinha que inventar uma maneira dela sair sem ser pega pelo Orlov, ou seguida até o local onde as meninas estão.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Where stories live. Discover now