cap.47

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 Cap. 47: um mistério sem resposta.

Edward estava em frente à TV, passando os canais sem entender o que estava acontecendo. Ele petrificou quando viu a foto de seu pai.

— Felicity! — ele gritou, de pé, com cara de pânico, levando as mãos ao rosto.

— O que? — perguntou ela, vindo rapidamente para a sala.

Edward estava petrificado, apontando para a tela da TV com a manchete e a foto de seu pai. Em todos os canais, falava-se disso.

Bilionário bem-sucedido foi assassinado a sangue frio.

— Não... — Felicity balbuciou, perdendo o fôlego ao cair de joelhos. — Era isso que ele queria com aquela reunião? Como ele pode ter matado o próprio filho... pai... — ela se lamentou em lágrimas.

— Do que está falando? — perguntou Edward, confuso.

— Foi Ofelio, ele matou nosso pai, aquele desgraçado. Como ele pode levar isso tão longe, acabar com nossa família apenas para acabar com a máfia... — falava ela desolada.

— Está dizendo que acha que foi nosso avô? — perguntou ele, confuso. — Mas a reportagem diz que foi um mafioso da cidade, para ser mais preciso, com certeza o Don. Não foi nosso avô que matou nosso pai, ele nunca faria isso. O plano dele era virar todos contra nosso pai para que trabalhassem para ele, mas... nunca pensei que no final tudo isso ia acabar assim... — lamentou ele com os olhos marejados.

Lilith, por sua vez, mantinha-se cuidando de Ramis na enfermaria após Nate tratá-lo novamente. Ela assistia ao noticiário de forma imparcial, vendo a notícia que estava estampada em todos os jornais.

— Que problemas isso trará? — murmurou ela, pensativa, com um olhar frio diante da situação.

Ramis abria os olhos brevemente com muito esforço ao ouvir brevemente as notícias. Ele mal podia acreditar quando viu na TV a foto de Orfeu.

— Cassius deve estar louco. Ele matou Orfeu, isso é certeza? — perguntou Ramis, cético.

— Claro que não! — respondeu Lilith com convicção. — Mesmo que meu pai não queira assumir, ele e Orfeu eram amigos. Ele não teria coragem de matar Orfeu, a sina daqueles dois era se bicar até que estivessem usando muletas.

— Então o que aconteceu? Parece que tudo que fizemos foi em vão... — resmungou Ramis, deitando-se com a cabeça ainda girando.

— Bom... sim! Afinal, tudo correu como não planejamos. Com Orfeu morto, você se tornou a potência número um, as ações dele caíram e tudo que ele comandava já não comanda mais. Ofelio não contava com isso, não é?

Ramis analisou Lilith e ficou pensativo. Ela havia avaliado toda a situação em segundos, sem precisar pensar muito. Ele nem tinha ideia de que isso aconteceria com a morte de Orfeu. Orfeu tinha um legado que seu pai não conseguiria mais continuar após ter colocado em sua mão. Ele mesmo tinha se certificado de que fosse assim, e agora que ele está morto, Ofelio entendeu como a situação se agravaria.

O mistério sobre a morte de Orfeu pairava no ar. Parecia que aquilo tinha causado uma trava no tempo; ninguém sabia o que poderia realmente acontecer.

— O que você acha que vai acontecer? — perguntou Ramis, ainda inquieto, enquanto Lilith mantinha sua atenção no laptop.

— Tenho pensado... — suspirou ela, em algo que só ela tinha ideia do que era. — Parte das organizações de segurança mundial não terá como agir em Rowland sem a liderança de Orfeu. Alguns dados que estavam no poder dele não podem ser recuperados. Ainda assim... quem estava hackeando nossas informações era Ofelio... — murmurou ela, de repente inquieta. — Ofelio não tem alguns apoios que deixaram o país, ainda assim... Orfeu é alguém importante para algumas dessas organizações. Pode haver uma tentativa de vingança, eu tenho quase certeza, o que significa que alguém vai tentar uma retaliação, ou seja...

— Algum deles vai se unir com Ofelio para vingar Orfeu. — deduziu Ramis.

— É o mais provável... — ela falou ao mesmo tempo que Cassius entrou de forma abrupta no quarto da enfermaria os procurando.

— Já sabem da notícia? — perguntou ele, analisando Lilith ainda sentada ao chão sobre o tapete.

— Tudo que queríamos evitar agora é real. — comentou Ramis.

— Não é só isso... — suspirou Cassius. — Todos deduzem que não foi Ofelio, mas também acho pouco provável até pelo que vocês me mandaram. Em nenhum momento vi que ele queria matar Orfeu e, como vimos, isso não traria vantagens para ele. Por isso, também acredito que talvez tenha uma possibilidade de não ter sido ele, mas um dos nossos. Afinal, a morte de Orfeu era algo desejado por quase todos de nossa organização.

Lilith e Ramis escutavam com atenção enquanto tentavam pensar em algum suspeito.

— Para ser sincera, não deveríamos nos preocupar com isso agora, mas com o cuidado de nossa família. O que pode acontecer? — perguntou Lilith, apreensiva.

— Não podemos sair de Rowland, então vamos ter que manter todos seguros em suas casas. — sugeriu Cassius.

— Vamos fechar a academia? — perguntou Lilith.

— Ofelio não pode atacar a academia. Mesmo que ela esteja aberta ou fechada, ele vai destruir metade de uma cidade se fizer isso. Esse lugar é tão perigoso quanto o armazém radioativo que tivemos que selar na cidade. — comentou Cassius, pensativo.

— Estive pensando no que fizemos com essa cidade. Tudo que Ofelio fizer, ele vai ter que pensar muito. Caso contrário, ele matará tanto civis quanto poderá contar. — sugeriu Ramis.

— E sabemos que ele não se importa com isso! — suspirou Cassius, pensativo.

Enquanto isso, Ofelio estava agora na mesma base que um dia Cassius tinha invadido para recuperar as informações dos disquetes. Ele agora estava de olhos em algumas informações sobre cada potência mafiosa que estava no rank mais alto.

— Ninguém sabe e não existe dados que comprovem que eles são da máfia. Os irmãos Ritan foram os últimos que entraram para o rank. Contudo, eles subiram com a ajuda de Orfeu, mas ele não tinha ideia que estava usando uma empresa da máfia para tentar desbancar outras empresas. O que você acha? Isso também abriu espaço para que os Ritan tivessem acesso a muitas coisas, o que levou a tudo isso acontecer.

— Tudo bem... — suspirou Ofelio. — Será que eles têm alguma coisa a ver com o ocorrido?

— Bem provável. O que quer que façamos? Os Ritan moram em uma área restrita de um condomínio. Eles não ficam muito em casa por medidas de segurança a fim de preservar o que eles deixam naquele lugar. Cada um deles tem esposa e dois filhos. São três meninos e uma menina.

— Já sei o que fazer. — comentou Ofelio, pensativo, até que seu celular tocou. Um número desconhecido que ele hesitou, mas decidiu atender.

/Oi, vovô. — ele ouviu a voz fria que o deixou surpreso.


Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Where stories live. Discover now