🔥 10. O Eco dos Pesadelos - Parte 2 ❄️

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   Os corredores são iluminados por algumas tochas que aos poucos se apagam, deixando apenas o brilho do luar sob destaque

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   Os corredores são iluminados por algumas tochas que aos poucos se apagam, deixando apenas o brilho do luar sob destaque.

   Estranhamente, não há ninguém nos corredores, nem empregados, muito menos guardas. Aquela sensação confusa persistia. Caminho pelos corredores abrindo algumas portas de cada cômodo. Nada me parece familiar, apenas os próprios cômodos. Sorrio comigo mesma. Como poderia reconhecer algo que nunca vi?

   Por enquanto, deixo minhas desconfianças de lado. Não me levaria a nada e mesmo que eu descobrisse algo, que nem eu mesma sei, de que realmente me serviria esta descoberta? É inútil pensar nisso.

   Quando estou andando de volta, pouco antes de fazer a curva de volta para o quarto, uma leve brisa passa pelo meu rosto, movendo a chama das tochas em um corredor, mas vejo que do outro lado as chamas permanecem intactas. Não havia como a brisa vir de um lugar onde mal tinham janelas. O vento parecia indicar um caminho. Ouço um barulho vindo do lado oposto, e caminho inicialmente devagar, e logo me vejo andando rapidamente na direção em que o vento está passando, como se estivesse me guiando.

   Repentinamente, um frio me percorreu a espinha. Olhei ao redor, reconheci aquela sensação, mas não havia ninguém. Ouço um bater de asas, "Um pássaro completamente preto, creio que fosse um corvo", corro ao lembrar das palavras de Theodor, na direção oposta ao meu quarto, até onde a brisa me guiava. Percorri todo o caminho, seguindo a brisa, até que outra coisa me veio à mente "eu não ouvi nem suas asas baterem ao chegar", paro em um corredor onde no final há uma varanda e repousando sobre o balaústre, um corvo fazia-se presente.

   Ele parecia observar o local. Caminho a passos lentos para que não ouça minha chegada, um erro por sinal, pois ele me avista logo em seguida.

   Aproximei-me lentamente, para não assustá-lo, observando-o melhor.

   Analisando de perto, o corvo tinha penas pretas foscas e seus olhos não refletiam o luar, como se sua presença fosse mais sombria que a noite.

   Aproximo minha mão cuidadosamente para não assustá-lo. É tão macio quanto o algodão. Ele pende a cabeça para meus dedos aceitando o toque e assim que tenho tocá-lo novamente, desmancha-se como fumaça. Não. Sombras.

   Aquilo não era uma ave e isto não foi por acaso.

   Um alerta surge em minha mente. Isso não poderia existir. Aquele poder não é visto a muito tempo. Apenas a Lua Negra possui tal poder. Como algo como isso veio parar aqui?

— O que faz aqui? — Viro-me para trás e em reflexo, ponho minhas mais na cintura, notando sua ausência do coldre. Praguejo em um murmúrio, não trouxe nada comigo.

— O que você faz aqui? — questiono mantendo distância quando o vejo surgir das sombras do outro lado do corredor. Não ouvi sua chegada.

— A única intrusa que vejo está na minha frente. Esgueirando-se pelo palácio a uma hora dessas... — observa Dante, friamente — O que deveria pensar desta vez? — indaga ironicamente. Olho ao redor e noto que estou na área que Indra nos orientou que mantivéssemos distância.

A Sombra da RealezaWhere stories live. Discover now