Prenda-me Se for Capaz.

Jk; o sádico.

Irene tornou a ligar assim que os reféns foram acolhidos, estava furiosa, os nervos a flor da pele, contudo, profissionalmente falando. Fez um rabo de cavalo, bebeu um gole de água e tentou respirar fundo antes de iniciar.

— São quarenta reféns, libere o restante!

— São trinta e nove reféns e os que faltam estão sentados comendo nesse exato momento — Park a respondeu calmamente.

A mulher desligou o telefonema, Jimin sorriu com a revolta, estavam um passo a frente, no momento eles estavam sem saída, podia-se perceber pela raiva evidente em sua voz.

🐰

Jeon estava sozinho, sentado no escritório do primeiro andar em um momento de descanso. Em sua mente rondavam os piores pensamentos, lembrava claramente sobre o atleta e sentia-se bem por isso, por ter feito aquilo a sangue frio. Não sentia nenhum remorso. Enquanto estava imerso na própria mente, Jeon olhou o reflexo na janela coberta pela cortina com um olhar pensativo. Seu sorriso habitual havia desaparecido, revelando uma expressão mais séria e introspectiva. Ele observou mesmo que não atentamente as leves rugas ao redor dos olhos, sinais de anos de jogos emocionais e pura manipulação.
Enquanto sua mente se afundava em seus próprios pensamentos, Jungkook perguntava a si mesmo se alguma vez além de Jimin havia experimentado verdadeira conexão humana.

Uma breve dúvida atravessou sua mente na velocidade de uma bala:

— Será que algum dia vou conseguir me livrar desse desejo insaciável de sangue? De ver dor e choros? De estar no controle sempre?

Jungkook jamais comentou sobre suas vontades em sessões de terapia, sabendo que aquilo era inadmissível até para si. No entanto, sabia que não se livraria de sua mente perturbada. O rosto ensanguentado do atleta veio em suas memórias, uma sensação de excitação e repulsa subiu por seu corpo, uma voz sussurrou em sua mente, a voz sombria dizia: "você não pode fugir de quem realmente é, isso está no seu âmago esperando para ser libertado."

Não, não, não!

Um arrepio subiu por seu corpo trazendo consigo uma sensação desconfortável; não era comum sentir medo, essa era uma das poucas emoções que não sentia por completo.

Seus pensamentos foram interferidos pela voz de Hoseok que o chamava urgentemente pelo rádio. Aparentemente, Jackson e Seulgi descobriram que o político sabe as senhas referentes aos cofres e precisavam do detetive e suas habilidades de interrogatório para fazê-lo falar.

— Certo... — Jeon não estava em seu melhor momento; um sorrisinho brotou em seu rosto.

O político estava numa sala vazia de um corredor do terceiro andar, estava vendado e amarrado, impossível de se soltar. Jungkook segurava uma pequena navalha em sua mão, não sabia o motivo pelo qual Sehun a carregava, entretanto, pediu emprestado; ainda vendado, o político sentiu a superfície gelada da lâmina deslizar por sua pele, ainda sem machucá-lo. Por instinto, gritou pedindo ajuda, Jungkook impacientemente, colocou o bico de uma pistola que trouxe contigo na boca do homem que automaticamente cessou os gritos.

— Que bom, agora podemos conversar..
— pausou sua fala — está com medo? Qual sua opinião sobre o medo, Sr?

O homem manteve silêncio enquanto regulava a respiração.

— Me responda!

— Eu acredito que seja uma emoção complexa, mas fundamental — gaguejando.