Uma ligação.

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─ Yoongi, meu chefe, quer me desligar do departamento, da agência, da porra do meu trabalho ─ abriu o notebook ─ me desculpa por precisar lidar com trabalho agora, irei escrever um email cancelando minha participação na palestra, quem sabe assim ele me demite segunda mesmo. 

Jeon não era a melhor pessoa em lidar com "rejeição", quando sentia-se rejeitado uma tensão e rancor percorria por seu corpo e lhe rodeava por semanas, até que fosse possível esquecer disso. 

Digitou alguns parágrafos, suficientes para que Yoongi não desconfiasse que fora devido a exposição de informações que Kim Taehyung havia feito. Seus olhos estavam quase marejados, mas não choraria na presença de Jimin. 

Ao fechar o notebook, direcionou seu olhar a Park que estava ao seu lado deslizando suavemente a destra por suas costas na intenção de acalma-lo. Jimin deu-lhe um sorrisinho fechado, suficiente para alegrar Jungkook, murmurou palavras acolhedoras e pediu que retornassem a mesa. 

O sol da manhã inundava a pequena cozinha com tons amarelados. O aroma de café recém-passado pairava no ar enquanto eles estavam sentados lado a lado, trocando olhares carinhosos e brilhantes. Suas mãos quase se tocavam sobre a mesa, gerando risadas apaixonadas e proporcionando um ambiente repleto de uma calma; havia muito tempo que calma não existia.

🐰

Algumas hora depois, antes de iniciar a preparação da próxima refeição, Jimin ouviu uma demasiadas de vibrações ecoando de seu celular, o pegou sem que Jungkook pudesse ver o nome escrito na chamada; ao se levantar, Jeon não lhe questionou quem era, apenas assentiu com a cabeça indicando que estava tudo bem, embora desejasse saber com quem ele falava. 

Seu outro plano consistia em três meses de encontros em troca de informações e que Park Jimin se entregasse a policia, entretanto, agora tudo que Jeon menos deseja é Jimin preso. Portanto, não havia um acordo para caso o trato fosse mudado, nada o impedia de almejar informações. O detetive ligeiramente levantou-se seguindo o mesmo trajeto que Park, deparando-se com ele na varanda, de costas para o outro prédio e atendendo a tentativa de contato. 

Jeon escondeu-se atrás da divisão direita da cortina, fixou sua atenção a voz de Jimin e em suas respostas. 

— Como vai sua parte do plano? — a voz masculina questionou com tom calmo, parecia relaxado, sem mais.

— Quase completa, falta convencê-lo que esse é nosso único caminho — abaixou o tom de voz — será realmente um museu?

Realmente um museu? Por que realmente e porque museu?!

— É o que eles querem — respondeu-lhe rapidamente — parou com sua loucura de vingança? Ainda há riscos.

— Por enquanto, sim — confirmou revirando os olhos — não é loucura, foi uma necessidade minha, cuidado com as palavras — avisou-o em tom frio.

— Sabe que se não fosse por mim, ainda estaria preso naquele hospitcio, certo? — ameaçou — eu quem o diga: cuidado!

A ligação fora encerrada, Jimin sentiu-se irritado pela resposta por trás da linha, contudo, ignorou a emoção raivosa que percorria por sua mente descendo por suas veias parando em seu coração, neste momento, Jungkook ligeiramente voltou a sala enquanto Jimin colocava o celular no bolso. 

— Podemos começar a preparar o almoço? Acho que logo irei sentir fome — comentou sorrindo para Jk, normalmente, colocou-se a andar até a cozinha.

Jeon não questionou nada a respeito do que havia escutado, entretanto, em sua mente ecoava algumas falas de Jimin, a curiosidade e instinto de descobrir o que era e quem era estava deixando-o com dor de cabeça.

Prenda-me Se for Capaz.Onde histórias criam vida. Descubra agora