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𝗛𝗮𝗿𝗲 𝗕𝗮𝗸𝘂𝗴𝗼𝘂
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— 𝗩𝗮𝗶 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 se manter afastado? — perguntei rindo, olhando para Aizawa na outra extremidade do elevador.

Por ironia do destino, da mesma forma que nos encontramos pela manhã, estamos voltando para casa. Juntos. No elevador. Esse mesmo elevador que a algumas horas atrás estávamos nos beijando.

— Não entro mais em elevadores com você. — seu tom foi decisivo.

— Que pena... — lamentei falsamente.

Depois dos conflitos internos durante a manhã e tarde, decidi por fim resolver meu problema como resolvo a maioria: Fingir normalidade e quando estourar a Hare do futuro que lide com isso. Então, eu tinha duas opções hoje: Ignorar meu cansaço e o fato de que tem vidros de um copo estilhaçado no meu tapete por causa de um surto e convidar Aizawa para jantar (já que faz parte do acordo que fizemos sobre a situação de Bolt e minhas falecidas hortelãs) ou o convidar outro dia.

Obviamente, eu convido para hoje.

— Prefere espaguete ou capellini? — quebrei o silêncio, ele me encarou pela primeira vez desde que entramos no elevador.

— Não faço ideia do que é um capellini.

— Capellini é um macarrão, é parecido com o espaguete, só que os fios são longos e finos, é bem melhor para servir sem molhos ou com uma carbonara. — gesticulei com as mãos enquanto explicava. Um pequeno vislumbre de um sorriso se formou em seus lábios, mas não mostrou os dentes.

A mãe de Tommas fez questão de me explicar todas as variantes de massas e formas de preparo para que eu não fosse uma completa idiota e cometesse crimes contra a culinária Italiana. Ela era severa quando se tratava de comida.

— Enfim... É minha forma sucinta de falar que quero cumprir com nosso acordo jurídico hoje a noite. Estou convidando você para desfrutar da minha culinária e ainda estou dando a chance de escolher, é pegar ou largar...

— Espaguete, eu gosto de molho. — ele respondeu, em seguida voltou os olhos para o painel de comando. — Horário?

— As 20:30? — perguntei para mim mesma. — Não sei, não pensei nessa parte.

Ele assentiu, soltando uma risada nasal. Quando o elevador parou em seu andar, saiu rapidamente, me redirecionando uma piscadela antes de da porta fechar novamente.

Finalmente saindo do elevador e entrando em casa, a primeira coisa que fiz foi tirar os tapetes da cozinha. Fiz uma lista mental do que precisava: Conferir os ingredientes; lavar a louça gigante da pia; arrumar a bagunça da semana. Por um pequeno segundo me arrependi amargamente das minhas escolhas.

Quando estava terminando de retirar os lixos, meu celular começou a tocar em cima da bancada da cozinha, juntei as sobrancelhas antes de atender a chamada de vídeo.

— Ué atendeu tão rápido? Estava me esperando? — Tommas falou, posicionei o celular apoiando em um dos potes de biscoito e parei na frente da câmera com a mão na cintura.

— Roubando minhas frases? Que coisa feia... — falei em seu idioma, ele finalmente focou a visão na tela, abrindo a boca duas vezes em confusão.

— Uma franja gatinha? E está conversando comigo em italiano, o que aconteceu com você? — ele semicerrou os olhos. — Está tentando me matar do coração ou tem outro alvo?

— Vou usufruir dos ensinamentos da sua mãe hoje.

— Com outra pessoa? Que traição. — colocou uma das mãos no peito e levou a outra dramaticamente para testa, me fazendo rir. — Estou com saudades.

╏⁠ Meu refúgio ↝ Shōta AizawaWhere stories live. Discover now