SPELL

*CHAPTER 26*

A sensação do vento batendo em seus rostos e os cabelos voando era incrível, imaginar que estavam voando era surreal, porém era mais surreal saber que faziam isso montados em um pássaro gigante. Os três adolescentes observavam a paisagem apreciando o momento, do alto dava para ver praticamente tudo, com certeza um momento único o qual os três nunca pensariam que iriam viver, só de pensar que tudo começou por causa de um terremoto, se aquele livro não tivesse caído perto deles, se Nina não fosse teimosa e acreditasse tanto em mundos fictícios, se não tivessem ido atrás de um desconhecido, independente de qual fosse o motivo ou o que os levou até aquela situação, a única coisa que podiam pensar era que com certeza foi uma das melhores decisões dos três, mesmo com Seff sendo um pouco pessimista.

Como Vizen havia dito, ele realmente tinha dado um jeito na questão das pessoas verem um pássaro gigante, enquanto passavam pelo céu, as pessoas de vez em quando olhavam, porém tudo que viam era apenas um passarinho voando.
A viagem durou poucos minutos, até que enfim chegaram até o lugar destinado, e então o pássaro pousou em cima de uma pequena colina, logo todos desceram do animal, em seguida o ruivo moveu as mãos como se espremesse algo, e então o pássaro que antes era gigante, voltou ao seu tamanho normal, voando para longe enquanto assobiava.

Nina— Então é aqui?

Vizen— Um pouco mais pra frente, naquela cidade ali.‒ o feiticeiro falou apontando para uma pequena cidade um pouco a frente.

A cidade era realmente pequena, pequena ao ponto de ser chamada de vilarejo, havia apenas casas no lugar, todas eram muito próximas umas das outras, e por ver tantas poucas pessoas, podiasse dizer que a população não era das maiores. O grupo foi andando pela rua, que na verdade era uma estrada de terra, olhando para os lados, procurando a casa certa, durante o caminho Feroll parou bruscamente, colocando uma mão sobre o abdômen onde seu machucado estava, os outros se aproximaram preocupados, porém o rapaz disse que estava bem e que eles já estavam chegando.

Ficaram procurando o lugar por um bom tempo, até que Kaye viu uma casa rodeada por flores que lhe chamou a atenção, em cima da porta tinha uma placa escrito “Casa de chás”, o feiticeiro fechou os olhos por um momento e então os abriu novamente, sabendo que aquele era o local.

Kaye— Gente! É ali!

Seff— Casa de chás? Achei que a gente estava procurando um feiticeiro?

Feroll— Não estamos no nosso mundo, seria estranho estar escrito “Abjurador”.

Seff— Faz sentido.

O grupo foi em direção a casa, abrindo a porta e então vendo que o lugar era repleto por prateleiras com vários tipos de ervas e potes com raizes, além de alguns jogos de chá que já eram esperados de se encontrar em uma casa de chás, o grupo se aproximou do balcão e logo apertaram um sino que havia no mesmo, esperando que alguém aparecesse logo.

Passaram alguns minutos e então Kaye apertou novamente o sino, de dentro do local pode ser ouvido uma voz feminina, a mesma dizia para esperarem um minuto, deixando o loiro meio impaciente, mas esperando até que alguém aparecesse, e então uma jovem que aparentava ter uns 20 poucos anos veio andando, saindo de dentro de uma sala no corredor e indo ao encontro do balcão.

?— Boa tarde, bem vindos a casa de chás da Myra, como posso ajudar?!– a jovem falou dando um sorriso gentil.

Vizen— Boa tarde, nós…– antes que o homem terminasse de falar, a jovem começou a balbuciar palavras.

Myra— Ah, nossa, vocês são tão familiares, parecem com uns homens que eu via na… tv? Não, não era na tv, mas eles eram tão…

No mesmo momento os olhos da garota brilharam, logo ela abriu a boca surpresa como se tivesse visto algo muito surreal, a mesma deu a volta saindo de trás do balcão e se ajoelhou na frente dos quatro, em seguida erguendo sua cabeça.