Em todo universo | jikook

Capítulo 3 - Gaia

Notas da autora:

Oi amorinhas, mint aqui!
Só queria pontuar algumas coisas antes de começarmos:
1- Nessa história, vocês vão perceber que eu quis ser fiel ao tratamento entre pessoas mais velhas do costume coreano. Sei que alguns de vocês ficam incomodados pelo Ji não peitar o Yoon, ou com situações parecidas. Mas é literalmente esse o ponto, mostra o quanto o Jimin é uma pessoa respeitosa e que faz questão de demonstrar isso.
2- Tenham paciência com esse começo da história onde nada parece fazer sentido, pois vai fazer! Eu prometo.
3- No último capítulo, percebi que algumas pessoas ficaram chateadas sobre como todo mundo tratou o Ji como o "errado", sendo que ele estava triste pelo sumiço da Toalha. Acho que isso não ficou claro para vocês, apesar de eu ter colocado isso na descrição dos personagens. Mas entendam, a Toalha foge com FREQUÊNCIA- ou seja, essa situação sempre acontece, porque o Tae ou o Ji esquecem a porta aberta ou ela passa pela ventilação. Além disso, essas brigas entre os jikook acontecem TODOS OS DIAS (meio que todo mundo já não aguenta mais eles kkkkk) e é por isso que todos eles estão tratando a situação dessa forma. O Ji realmente tá fazendo tempestade em copo d'água (e todos os outros também, porque eles estão sendo levados ao limite da paciência com essa situação).
4- Pode não ter ficado claro também, mas quero que imaginem que os meninos moram dentro de um complexo de prédios que fica no interior da cidade universitária. - Mais ou menos como funciona as moradias da USP. Por isso eles tem facilidade de ir e voltar da faculdade e conseguem visitar uns aos outros, etc.

Enfim amorinhas, me deixem saber se estão gostando da história!

Boa leitura ❤️

🌌🐈‍⬛

Jungkook estava cansado. Mentalmente exausto.

Ele tinha passado uma manhã toda pensando nos olhos chorosos de Park Jimin, enquanto ouvia seu professor dizer ao fundo sobre a relevância das novas inteligências artificiais para o mundo contemporâneo. Ele se sentia criminoso. Seu coração estava inquieto desde a cena naquela manhã. Mesmo que ele realmente não tenha feito nada para a felina em questão - ou ao menos sabia dizer onde encontrar a gatinha - ele se sentia causador da confusão, de alguma forma.

Não conseguia entender o que estava acontecendo consigo e o que era aquele incômodo que sentia.

Ele estaria mentindo se dissese que se atrasou para a aula por outros motivos que não fossem o fato de ele estar procurando a gata por entre todos os vãos que o levavam até seu bloco. Além disso, a ansiedade pelo jogo no dia anterior ainda não tinha se dissipado por completo e ele podia até creditar um pouco de sua angústia a esse fato também. Mas, verdadeiramente, se sentia culpado, talvez, por fazer parecer que seria mesmo capaz de tramar algum mal para um bichinho indefeso. Ele não queria que tal crueldade fosse conectada ao seu nome.

Ele tinha falhado. Falhado com Park Jimin, mas principalmente, falhado com seu propósito de ser alguém bom.

Motivado por esse sentimento sufocante, Jeon faltou as aulas da tarde. Quando ele não sabia o que fazer e se sentia pressionado e levado ao seu limite, ele só tinha uma saída: dirigir por duas horas inteiras até encontrar seu refúgio de paz.

Na verdade, ele já queria fazer isso a alguns dias. O desentendimento com o vizinho foi apenas uma desculpa esfarrapada para poder fugir um pouco. Foi por isso que ele surrupiou a moto velha do irmão de dentro do estacionamento do dormitório e dirigiu até o bairro simples no distrito de Busan, em meio a uma quinta-feira pacata. Por esse mesmo motivo que ele estava deitado na sua cama de solteiro antiga, em seu colo favorito do mundo todo, após se encher da melhor comida que já tinha provado em toda sua curta existência.

-- Amor, não estou te entendo. - a mulher de voz suave disse, enquanto fazia cafuné nos cabelos escuros. - Se não foi você, porque está tão chateado?