Dama em perigo

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Eu estava em uma festa, com pessoas muito elegantes, bem vestidas e refinadas.
A música estava animada, algumas pessoas dançavam, outras conversavam alegremente.
A bebida era da melhor qualidade, a comida então nem se fala.
Eu me sentia com dificuldade de respirar, havia muitas pessoas e pouco espaço. Arfei, tirei os sapatos de salto agulha que espremiam meus dedos e caminhei para fora do salão.
Comecei a andar em direção a uma floresta densa, as pedrinhas no caminho machucavam meus pés. Ouvi um ruído, olhei ao meu redor, e bem atrás de mim, estava uma velha com ar malévolo. Comecei a andar mais de pressa, dando passos largos.
Olhei para trás e ela continuava vindo em minha direção. Comecei a correr, pulando os galhos partidos que estavam caídos no caminho.
Mas não adiantava correr, pois ela continuava vindo atrás de mim.
Minhas pernas cansaram, minha respiração falhava, senti náuseas, comecei a cambalear e cai, senti uma dor cortante em meu joelho, olhei para ele e vi o sangue escorrendo.
Sentei olhando para a velha vindo em minha direção, ela carregava um espelho em uma das mãos.
- Desisto, pode vim, não tem mais como escapar , você venceu- Gritei para ela sentindo a garganta seca. Quando faltavam apenas dez passos para ela me alcançar, eu acordo com o meu celular tocando.
Olhei para o relógio que marcava meia noite e dez.
Peguei meu celular e atendi com um suspiro de alívio.
- Alo?- minha voz saiu trêmula.
- Oi Alicia, você está bem?- perguntou Gabriel do outro lado da linha com a voz preocupada.
- Estou, por que?
- Você está com a voz estranha. Já estava dormindo?
-Estava, mas agradeço por ter ligado, você ligou na hora certa- falei grata.
- Agradece por que?
- Estava tendo um pesadelo, estava aproximadamente dez passos de ser dilacerada- falei ofegante com a lembrança da velha vindo atrás de mim.
- Eu te salvei, me deve uma agora- falou ele rindo.
- Meu heroi- falei com humor.
- Minha dama em perigo- exclamou com a voz sedutora.
Eu sorri com a idéia de ser a dama dele.
- Depois de amanhã aí na sua casa vai ser legal- Falou entusiasmado
- Com certeza- concordei me sentindo também entusiasmada.
- Já comprou meu presente de natal?
- Comprei sim
- Hã...Eu estava brincando Alicia.
- Mas eu não, eu comprei mesmo.
- Eu também comprei um para você.
- E o que é? - Perguntei
- É surpresa, não vou te contar de jeito nenhum.
- Mas eu quero saber, me conta porfavorzinho- insisti
- Não adianta fazer charminho.
- haa.
- Queria te ver agora- sussurrou ele
- Pra que? Por que ?- Perguntei extasiada.
- Por que gosto de você Alicia.
- Gosta como?
- Você sabe como, esta na cara.
Eu sabia mesmo, senti meu coração inflar.
- Meu pai vai vim para o natal- Falei mudando o assunto.
- Hmm! Dessa vez ele quebra minha mão.
Eu ri alto.
- Não é engraçado dona Alicia, não mesmo.
- Relaxa Gabriel, meu pai não é assim tão rude, ele só quer me proteger.
- Eu não sou nenhum debimental, nem ladrão nem assassino nem nada do tipo.

- Mas para meu pai você é meu namorado, e isso te torna muito pior que qualquer um desses que você falou.
- Estou levando fama por algo que nem sou- resmungou ele.
- Não tenho culpa, você que afirmou.
- Por que eu queria que fosse verdade- Retrucou.
Ficamos mudos, eu ouvia a respiração dele pelo celular e ele provavelmente ouvia a minha.
-vou dormir- disse ele em fim.
- Esta bem.
- Boa noite dama em perigo.
- Boa noite meu herói.

Naquela noite eu me tornei a dama em perigo de Gabriel, e Gabriel se tornou meu herói.

Os sonhos de AliciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora