Insônia

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Naquela mesma noite, não tive pesadelos, só um sonho inocente, onde eu corria atrás de Carine em um jardim cheio de flores lindas.Carine corria atrás de uma borboleta alaranjada. Antes de ela conseguir pegar a coitadinha da borboleta, eu acordei. Logo depois voltei a dormir.
No dia seguinte, passei a manhã e à tarde toda com Gabriel na cabeça, não conseguia tira - lo de lá por nada. Tentei ler para esquecer de Gabriel, mas como esquecer se eu lia o livro que o próprio Gabriel tinha me dado.
Tentei a música, mas a cada cinco frases dela, três me fazia lembrar dele. Tentei cochilar, mas assim que fechei os olhos , a imagem do rosto dele apareceu para mim sorrindo.
Peguei Carine e fui dar uma volta pela rua, em um banco da praça estava um casal que provavelmente eram namorados. O rapaz acariciava os rosto da garota, que com o rosto rosado o olhava com um sorriso apaixonado.
Senti um desejo ardente de estar com Gabriel ao meu lado. Resolvi voltar para casa.
Liguei a televisão, mas nem isso foi o suficiente para me distrair.
- Que tédio- resmunguei para Carine, que já estava dormindo em cima das minhas pernas.

Em fim, a noite chegou, me preparei para dormir.
Fechei os olhos. Virei de um lado para o outro, deitei de bruços e depois de barriga para cima e nada, nada de dormir, nem sinal do sono.
Sentei na cama, cansada de ficar deitada, peguei o livro e me lembrei do número do celular que Gabriel tinha anotado na capa dele.
Olhei para o relógio 1:08
Senti Vontade de ligar para Gabriel, mas já era mais de uma hora da manhã.
Decidi por mandar uma mensagem.
Peguei meu celular e digitei.

Gabriel, sou eu Alicia.
Você ainda está acordado?
Posso te ligar agora?

Enviei a mensagem e esperei. Esperei. Esperei.
Três, cinco, dez, quinze minutos e nada.
- É, ele deve estar dormindo- Sussurrei olhando para meu celular. Me deitei e deixei o celular em cima da minha barriga.
Derrepente meu celular toca, me dando um susto, por pouco ele não voa para o chão.
Era uma mensagem.

Oi Alicia, estou acordado, pode ligar.

Senti uma palpitação frenética no meu coração.
Encarei meu celular sem ter certeza do que eu queria fazer.
Por fim, liguei.
- Alo?- disse Gabriel ao atender.
- Oi Gabriel.
- Oi, desculpe ter demorado para te responder, é que eu estava na cozinha comendo, e vi sua mensagem quando voltei para o quarto.
- Não é um pouco tarde para comer ?
- Não, a hora de comer é a hora que dá fome, então...É toda hora- disse ele dando uma gargalhada.
- Então você é magro de ruim!- afirmei
- Não sou ruim.
- Será? - Provoquei.
- Se quiser tirar a prova- Falou ele com malícia na voz.
Meu coração reagiu a isso.
- Acho que não- Respondi percebendo a incerteza na minha própria voz.
Fez se silêncio por um tempo, até que Gabriel resolver quebrar.
- Não acha que é hora de criança estar dormindo?
- Não sou criança- Retruquei quase gritando.
- Calminha aí pequena, é brincadeira.
- Hmm
- Hmm o que ?
- Hmm nada ué.
- Já assistiu esporte sangrento?
- Aí Gabriel, eu não gosto desse tipo de filme.
- Não gosta desse tipo de filme, mas gosta de assistir vampiro sugando sangue das pessoas. - Falou irônico.
Não aguentei e ri daquilo, ele riu junto. Era incrível como nossas risadas juntas se tornavam em uma doce melodia.
Passamos a noite falando de tudo um pouco, filmes, músicas e cantores, livros, personagens de livros, Carine, e sobre o natal, faltavam poucos dias e ele e tia Mariana viriam passar o natal em minha casa.
Conversa vai conversar vem, só paramos de conversar três e meia da manhã.
Conversar com Gabriel era fácil e bom. Ouvir a voz dele me deixou estasiada.

Os sonhos de AliciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora