Capítulo 25

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No fim, a tentativa de Michael de tentar me afastar de Liza não funcionou. Mesmo nos dias em que eu não trabalhava à tarde, acabávamos por passar tempo juntos, quando eu não estava dormindo, e nesses momentos, realmente passávamos tempo como amigos. Assistíamos filmes juntos, eu a ensinava a jogar cartas, adubamos os tomates que ela havia plantado com o senhor Alfredo e até fizemos um bolo de morango com chocolate. Ela era verdadeiramente única, e a cada dia que passava, me via gostando mais dela. Contudo, a volta de Jack no dia seguinte me perturbava. Temia que ele pudesse fazer algo ruim com ela. Além disso, o fato de que eu estaria ausente por muitos dias só aumentava minha apreensão. Sentia meu coração apertar-se ao pensar em deixá-la sozinha.

Com o celular em mãos, abri o mapa e vasculhei as redondezas da casa. Mesmo estando longe da cidade, notei uma banca a alguns quilômetros de distância.

Me aproximei de Michael e comuniquei:

— Eu sei que Jack nos instruiu a não sair de casa, mas preciso de apenas meia hora. É extremamente importante, e não irei longe.

Aguardando sua resposta, observei enquanto ele ponderava por um momento antes de assentir com a cabeça, concedendo meu pedido.

Dirigi-me ao meu quarto, peguei as chaves do carro e minha carteira antes de partir em direção à banca. Ao chegar lá, pedi um celular e um chip pré-pago.

— Qual modelo? — perguntou o atendente, mostrando alguns modelos simples de celulares para mim.

Apontei para o que parecia ser o melhor.

— Esse.

Paguei pelo celular e pelo carregador que o acompanhava, descartei a caixa e coloquei o celular junto com o chip e o carregador no bolso. Em seguida, retornei ao carro e dirigi de volta para a casa de Liza.

Cheguei pontualmente no horário em que meu último turno estava prestes a começar. Liza estava jantando quando entrei. Ela me convidou para me juntar a ela, mas recusei, dizendo que não estava com fome e preferia jantar mais tarde. Meu nervosismo e ansiedade em relação à minha partida só aumentavam a cada momento.

Quando ela subiu para o quarto, perguntei se poderíamos conversar em particular.

— Claro, pode me dizer o que quiser. — respondeu ela.

Dei uma olhada rápida pelo corredor para garantir que não havia ninguém por perto.

— Podemos conversar no seu quarto? — perguntei, temendo que alguém pudesse nos ouvir.

Ela ficou surpresa por um momento, mas concordou com o pedido e entrou em seu quarto, deixando a porta entreaberta. Entrei logo atrás dela e fechei a porta com cuidado.

Começo a falar, sentindo o peso da preocupação em cada palavra:

— Jack estará de volta amanhã.

— Sim, eu sei. — ela respondeu com um sorriso que, embora parecesse sincero, eu sabia que escondia muitas inseguranças.

— E eu vou ficar um tempo fora. — continuei, observando sua expressão mudar instantaneamente. — Por isso quero te pedir uma coisa. - disse, olhando nos olhos dela enquanto ela me encarava apreensiva. 

— Quero que fique com isso. — acrescentei, tirando o celular do bolso.

Ela recuou, dando um passo para trás.

— Felipe, eu não posso. Você sabe que não...

— Eu não vou ir embora se você não aceitar. — interrompi com firmeza. — Você pode deixá-lo escondido em algum lugar. Meu número está nele. Quero que o use caso algo aconteça ou se sentir em perigo.

Entre o Perigo e a PaixãoWhere stories live. Discover now