-Eu acho que sim.. -Olho ao redor.

Mesmo depois de todo esse alvoroço, ainda me sinto perdida, respostas e perguntas não foram claras para mim.

-O hospital ligou lá em casa, e vim voando assim que soube. O que houve? Sobre anteontem, tá de boa? -Conferiu cada detalhe mínimo de meu corpo.

-Bom, eu não sei muito bem como vim. Pelo que sei e o que me disseram, eu desmaiei e um homem me trouxe. Sobre aquele dia, eu acho que está tudo bem.. -Observo a mesma apreensiva.

-Você passou o telefone de casa, para eles? -Acariciou minha mão, pois meu braço estava esticado.

-Não, acordei quase agora.. -Falo.

-Encosta pra lá. -Se sentou na cama onde eu estava deitada. -Tenta falar devagar, está bem?

-Tá, olha.. eu acordei e chamei a moça, e ela me explicou o porque de eu estar aqui. Só que instantâneamente ela mudou, e veio para cima de mim, dizendo umas coisas estranhas.. -Falo olhando para a mesma.

-O que essa vaca falou? -Perguntou fechando a cara.

-Que eu era a namorada do homem, e que ele me escolheu por algum motivo. Falou que eu era uma rata que não tinha onde cair morta. Ele era rico pelo modo que ela falou. -Conto nos dedos cada frase.

-Você namorando? Meu Deus! Ela te acusou de algo mais? -Falou pegando o celular.

-Não! O que vai fazer? -Falo olhando a mesma digitar com raiva.

-Uma coisinha, que é lei, ok? Nada demais. -Se levantou e mandou um beijo no ar para mim, com o celular chamando em seu ouvido.

Não Mia... Ela não tem culpa.. Ele tem, porém, não faz isso..

Mia volta minutos depois, com o celular já desligado em sua mão e sua feição não era nada boa.

Eu só podia pensar o pior que ela tinha feito. Com total certeza ela fez um boletim de ocorrência ou algo do tipo. Ou mandou o próprio pai dela despedir ou fazer algo para a enfermeira.

Quando se tratava de briga nem eu me metia, quando a Mia estava no meio.

-O que fez? -Pergunto tentando fazer ela falar algo.

-O básico. -Rodou a pulseirinha que havia em seu braço. -Um boletim de ocorrência, uma denúncia bem feita, uma tentativa de demissão e algo bem feio para ser colocado no currículo daquela mulher.

-Mia.. Por quê fez isso? -Olho para a mesma fingindo estar triste. -Eu amei, nossa! juro para você.

Não sou do tipo de desejar o mal para outras pessoas. Neste caso, eu fui.

-Essa é minha garota. -Disse sorrindo fazendo um ' v ' com os dedos perto do olho. -Vamos embora?

-Ainda não recebi alta, que horas são? -Pergunto olhando para a agulha espetada em meu braço, pensando em arrancá-la de uma vez só.

-Umas.. -Olha para o celular. -São 10:34 da manhã. -Me olha, se aproximando. -Quer que eu vá e pergunte para alguém, que horas você irá sair desse manicômio?

-Se puder. -A olho rindo. -Aproveita e pergunta quem era o rapaz que me trouxe nos braços, quero agradecê-lo, e o conhecer pessoalmente.

Mia sai e me deixa só. O que me faz tentar o máximo para me lembrar do ocorrido e de quem estava perto de mim no exato momento do acontecimento.

Quem será? Um estranho? Nossa! Basicamente só me lembro de eu estar sentada e.... Pera, e o quê? Senhor.

Olhando para o teto branco estou eu agora tentando lembrar o que aconteceu.

AMOR ALÉM DO TOQUE.Where stories live. Discover now