CARTAS DE DOR.

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Christopher Collins.

ㅡ O coração em silêncio ecoava o amor não declarado, enquanto os olhos testemunhavam
a garota amada nos braços de outro.

ㅡ Alguém do além.

Quando chegamos. Nem dialoguei com Lis, fui diretamente ao meu quarto. Porém antes eu havia perguntado a mesma, em que condições estava a casa, e fiquei pasmo ao saber que ela por vontade própria havia contratado uma empregada para cuidar da casa, quando nos ausentamos.

Não confio em deixar pessoas estranhas entrarem em minha casa, pois nunca se sabe as verdadeiras intenções delas. Creio, ou temo que essa mulher contratada por Lis, não mexeu em minhas coisas. Ah! Se mexeu ou pegou algo, a mando para morrer na cadeia. Todavia espero, que não tenha ocorrido nada disso.

E, meu coração ainda está abatido com o que vi, não consigo acreditar que Stella Coller me traiu daquela forma, sendo levada aos ares nos braços de outro homem. E, supostamente grávida dele.

Mas, e a frase : ''eu poderia ser mãe solo, assim?''

Isso está me deixando louco. Aquela cena continua a me atormentar, e eu me pergunto o que fiz de errado para merecer aquilo. Será que se eu tivesse me confessado, teria sido diferente? Será que tudo não passou de uma farsa de minha mente, pura imaginação? As perguntas estão em minha mente, sem encontrar respostas satisfatórias.

Stella Coller, aquela que eu considerava meu motivo para tentar abrir meu coração e mudar minha mente, minha mulher, agora é apenas uma estranha para mim. E, a ideia de confrontá-la com tudo o que vi me enche de angústia. Como poderia encarar aquela que um dia foi meu porto seguro, minha confidente? Como poderia lidar com a dor da traição? No caso, de minha parte, para ser sincero.

Deitado em minha cama, minha doce, eterna, magnífica cama. Olho para o teto, me levanto e me sento a beira da cama.

Bom, agora tenho que ficar bem e focar apenas em mim, e em meu futuro..

Me levanto e vou em direção ao banheiro tomar banho. E, me olhar no espelho. Vejo meu rosto abatido, uma expressão que nunca imaginei ver em mim mesmo, até parece que chorei dias, o que não aconteceu.

Solto um suspiro longo, tomo um banho e me visto rapidamente, tentando me recompor. Deito na cama, mas os pensamentos tumultuados não deixam que eu durma.

Levanto-me, sem rumo, e acabo indo em direção ao quarto principal, ao lado da biblioteca, o quarto de garota que sempre me intrigou.

A atmosfera do local me acalma, e decido passar um tempo na biblioteca. Pego alguns livros, entre eles um romance doloroso que ecoa meus próprios sentimentos.

Romance? Amor, é?!.. Compreendo, já vi alguns.

Meu coração apertado parece se encaixar perfeitamente na trama triste da história que tenho em mãos. Um cavalheiro que se apaixona pela princesa, que nunca irá ter.

Subo para o quarto, pego meu caderno de anotações e volto para a biblioteca. Leio algumas páginas do livro e, inspirado pela dor expressa ali, começo a escrever uma carta para Stella, uma carta de amor e desespero :

Querida Stella,

Escrevo estas palavras com um nó na garganta e um peso no coração, pois sei que é hora de dizer adeus, eu já disse, não é mesmo? Só que em silêncio. Antes de mais nada, preciso te dizer que você foi e sempre será a luz em meus dias escuros, a razão do meu sorriso e o motivo da minha felicidade mesmo ela sendo ou que foi pequena.

AMOR ALÉM DO TOQUE.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora