𝟎𝟏𝟐 - 𝙋𝙡𝙖𝙣𝙤𝙨

261 39 2
                                    

Passaram pela porta de ferro e rapidamente a trancaram por dentro, afastando um dos pesados baús cheios de coisas inúteis para impedir a passagem. Eleanor tirou o capacete que os soldados normalmente usavam, respirou fundo passando a mão pelo rosto suado, puxando a gola da roupa por se sentir sufocada. Tirou o elástico que prendia seu cabelo em um coque baixo e o prendeu no topo da cabeça de modo desajeitado.

— A única coisa ruim do nosso bom e velho esconderijo é que fica perto demais das caldeiras. - O lugar onde estavam se escondendo era uma espécie de porão, onde Zhao colocava todo tipo de tralha, velhas e bregas ou coisas que enjoou com o tempo.

Wong se sentou sobre um dos baús observando Zuko jogar o elmo em qualquer parte da sala sem se importar se faria barulho ou não, ninguém vinha até a aquela parte do navio. Um dos motivos era porque é quente e desagradável, também porque tudo oque veriam seriam as caldeiras e aquela sala onde apenas Zhao tinha acesso, até os dois arrombarem e se instalarem por tempo indeterminado. Se bem que nem queriam estar ali de qualquer jeito, claro que iriam colocar defeito até nas teias de aranha no teto escuro.

— Podemos ser dominadores e mais resistentes a altas temperaturas mas me sinto em uma panela. - Zuko tirou a parte de cima do uniforme, ficando apenas com uma regata de tecido branco fino.

Tiveram que trocar suas roupas, mesmo que fossem o padrão da nação ainda tinham pequenos detalhes que deixavam seus status elevados a mostra e os diferenciava de qualquer outro. O tecido de boa qualidade, caro e bordado, com detalhes específicos e especiais em linhas douradas e acabamento refinado, além dos botões de ouro.

— Queria saber de onde Zhao tirou tempo para juntar tanta tralha em um lugar só. - A morena tirou as botas, as deixando de lado e caminhando até o centro onde tinha um amontoado de caixas, baús de tamanhos variados e alguns lençóis preto com uma fina camada de poeira.

— Ele deveria ter bastante tempo livre naquele fim de mundo onde morava. - Zhao era só um comandante qualquer em um lugar remoto e esquecido por todos, mas foi esperto ao agarrar a primeira oportunidade de ser alguém na vida. Capturar o Avatar, ou deixar que alguém faça isso e levar todos os créditos.

— Vamos xeretar um pouco e pensar em um plano. - Eleanor tirou o tecido que cobria algo e descobriu ser uma pintura a óleo de Zhao, sentado em uma poltrona chique, fazendo uma pose imponente e importante. O peito estufado e prendendo a respiração para deixar os poucos músculos a mostra, era isso que lhe vinha a mente quando pensava nele fazendo a pose ao pintor.

— Isso com certeza vai ser algo que os descendentes dele vão querer colocar sobre a lareira e todos vão se orgulhar do homem "incrível" que ele foi. - Zuko se aproximou encarando a tela e fez questão de pegar um pouco de cinzas do chão e manchar a tela, desenhando um bigode mal feito.

— Vamos poupa-los de tal vergonha o tirando da árvore genealógica como se nunca se quer tivesse estado lá. - Fez o mesmo que o garoto e desenhou uma língua saindo da boca.

— Os planos sempre foram meu departamento mas minha cabeça não consegue pensar em absolutamente nada. - O príncipe tirou um lençol da poltrona da pintura e se jogou ali, Eleanor pegou a coroa que estava nas costas da cadeira e colocou sobre a própria cabeça. Com certeza ela iria para a tela também mas o almirante deve ter repensado que pareceria muita mesquinhez.

— Não quero colocar pressão, mas vamos chegar ao norte logo e seria bom ter um plano em mãos. Talvez você consiga pensar em algo daqui a pouco. - Caminhava pela sala, dava passos lentos e contidos até ficar de frente a uma armadura antiga segurando uma espada de ponta cabeça contra o chão. Sobre os ombros tinha uma capa com o nome de Zhao bordado em letras grandes e douradas.

𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍 | 𝙕𝙪𝙠𝙤 (𝒍𝒊𝒗𝒆 𝒂𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏)Where stories live. Discover now