Um trono destruído.
Uma jovem herdeira foge para se proteger.
Durante o caminho coisas estranhas acontecem.
Um portal secreto se abre, os seres mágicos existem.
Visões do passado e vislumbres do futuro.
Uma profecia é descoberta
A sombra da morte se...
"Eu conheço todos os seus segredos Eu conheço todas as suas mentiras Eu sei onde você os mantém Enterrado profundamente Não, você não pode esconder Seus segredos e mentiras Desejo a você suas estrelas da sorte Porque é tudo que você tem"
- Secrets and lies, Ruelle.
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A passagem era escura e apertada, para seguir o caminho precisávamos engatinhar pelo corredor. As asas de anjo estavam me atrapalhando um bocado, eu não me lembrava de ser tão estreita, pois a última vez que passei por aqui tinha menos de 10 anos.
Ainda recordo daquele dia como se fosse ontem. Uma brincadeira de pique esconde que levamos sério demais, eu já estava ficando com raiva de sempre perder, James sempre sabia onde me procurar, mas não daquela vez. Eu sempre ouvi dizer que um castelo antigo como o de Tethundra eram repletos de passagens secretas, aquele era o momento perfeito para descobrir se realmente existiam.
Eu percorria pelos corredores analisando as paredes, as velas nas quinas, fui até a biblioteca verificar se algum livro quando puxado abriria uma parede escondida. Nenhum sucesso. Então decidi ir até o papai, ele certamente saberia algo sobre isso.
Fui até a sala de reuniões onde costumava encontrá-lo lendo papéis com uma expressão pensativa. Ele estava sozinho com uma enorme pilha de folhas na qual as separava em blocos, esse não era seu trabalho mas sim do conselho, mas papai sempre gostava de conferir cada pedaço de papel, palavra por palavra nos documentos, ele era muito meticuloso com os contratos e cláusulas, sempre muito cuidadoso com os negócios do reino. Naquele dia em específico ele parecia bem cansado, os ombros caídos, a postura ereta de sempre não existia ali, seu cabelo preto começando a ter alguns fios grisalhos caiam sobre o rosto numa bagunça completa, seu cenho franzido em preocupação, na época eu não pude perceber que podiam ser más notícias.
Assim que ele notou minha presença tentou diminuir o desânimo abrindo um grande sorriso que iluminou todo seu rosto, ele sempre sorria assim para mim, como se nada de ruim existisse no mundo como se tudo fosse alegria, papai sempre dava um jeito de largar o trabalho e parecer tranquilo e alegre na nossa presença, o pouco tempo livre que conseguia era para brincar comigo e Grace, mas ao longo dos anos ele foi ficando mais distante, constantes reuniões e viagens tomavam todo seu tempo não restando nada para os filhos, assim quando os gêmeos vieram ele já não era o mesmo pai brincalhão e descontraído como antes.
