Capítulo Quatro

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Castiel POV

Não adiantou nada, mesmo que eu repasse na minha cabeça interação por interação com Dean não achava uma razão para a raiva dele. Talvez eu esteja sendo mesquinho arrastei ele pro meio da linha de tiro isso era ruim demais.

Só que eu tinha a impressão que não era disso que ele estava com raiva e Sam também. Na praia longe de onde estávamos eu tentava a todo custo explicar para eles parte da minha história.

— Isso que você fez, foi arriscado. Ir contra seu povo assim. — Sam diz com sua voz grave mas gentil.

— Não fiz nada para me enaltecer. — Falo baixinho.

— Tem toda razão. — Dean se intromete.

Reviro os olhos, olho para ele por um instante e ele foca seu olhar em mim. Tem algo entre nós que parece estranho,  sinto que o olhar dele para mim é carregado de insinuações que não posso entender.

— O que fazemos agora? — Sam pergunta. — Não dá pra fugir de anjos.

— Temos que ficar em movimento...ficar parados fará eles nos detectarem logo. — Explico.

— Por sua causa eu e meu irmão temos que ficar zanzando? — Dean grita.

Sam segura o braço dele e faço sinal para ele deixar. Respiro fundo ainda sem notícias de Ezequiel tinha medo do que pode ter acontecido. Suspirei fundo, e então acenei.

— Posso deixar vocês, eles vão fazer perguntas pode responder o que quiser.  Não se encrenquem  por minha causa. Garanto que eles não vão os matar principalmente se cooperarem. — digo.

— Não! Eu não quero deixar você sozinho Cass...— Sam diz.

Era estranho ele mal me conhecia, acho que ele se sente responsável desde que me tirou da água. O sentimento exato era gratidão, não via muito esse tipo de interação no céu. Mas ele me oferece seu apoio tão rápido que me senti mal.

— Samuel Winchester, você quer uma vida normal. Sou um anjo caído fugindo da polícia dos céus enquanto tento proteger uma criança. Acho que não combino com sua vida. — falo em tom calmo. — Naquele dia, se você não estivesse comigo eu acho que teria me empalado com minha espada. Muito obrigado por me fazer querer continuar. Não vou desistir pois quero proteger o menino.

Um clarão surgiu no céu e de repente do meu lado estava um Ezequiel de aspecto ruim. Ele estava com suas roupas humanas rasgadas e sua pele com vários cortes e arranhões. Haviam hematomas pelo seu rosto e ele caiu em meus braços.

— Esse deve ser o Ezequiel. — Sam diz e não pareceu surpreso.

Dean veio até nós e me ajudou a segurar o anjo. Sentamos ele perto de uma pedra seus cortes deveriam estar se curando porém continuavam igual.

— Ezequiel, o que aconteceu? — Pergunto.

— Esses cretinos, disseram que isso era uma mensagem para você. Eles sabem da nossa conexão e vão usar isso pra te assustar. — ele fala com voz rouca.

— Você já deveria estar se curando. — observo.

— É uma maldição celeste. Graças a ela não posso me regenerar dessa vez. — ele diz fraco.

Sentei do seu lado o apoiando em mim por um tempo. Minha mão tocando a dele gentilmente por um breve instante. Até ouvir um som de garganta arrastando e um Dean interrompendo nós dois.

— Posso saber que conexão vocês tem? — ele não parece nada animado com a pergunta. É como se não conseguisse ignorar.

— Certo, já faz um tempo fomos um casal. — Ezequiel explica não pareceu perceber que o homem está incomodado com sua presença.

— Se não são mais qual o motivo do grude? — Dean pergunta novamente.

— Cara, que indiscreto! — Sam o repreende.

— Os anjos uma vez que criam um vínculo de proximidade não conseguem interromper. Isso significa que estou fadado a me importar com esse cabeça oca até a minha morte. Somos extremamente leais. — ele tagarela.

— Não é que não conseguimos interromper mas, não faz parte da nossa cultura cortar alguém da nossa vida definitivamente. — explico.

— Que nojo! Achei que a sua espécie era de guerreiros não de frangotes emocionais. — Dean diz.

Ezequiel para de sorrir imediatamente fitando o outro com certa raiva. Pedi que Sam ficasse com ele por um instante e carreguei o outro irmão comigo dali.

— Qual é o seu problema? — pergunto diretamente.

— Você! Você é a origem de todos os meus problemas! — ele grita.

Empurro ele o fazendo me olhar surpreso estou cansado dele dando chilique a cada dois minutos e estava a um passo de o empalar.

— Incomodo você? Eu mexo de alguma forma com a sua sanidade mental para você ser tão incoerente?

Pergunto de forma direta novamente, gostaria de dizer que seu fazer jogos mas não é o meu estilo. Não quero desvendar as nuances complicadas de nem um humano nem sequer tenho tempo.

— Está sendo ridículo.

— Posso te levar daqui de volta a sua vida em um piscar de olhos. Se não quer mais me ver, tudo bem! Nunca foi minha intenção te incomodar.

Seu olhar paira sobre o meu de novo, é aquela sensação de que tudo está congelado. Os humanos não tem habilidades especiais então, como ele faz o tempo ander mais devagar sempre que nos olhamos?

— Castiel... você...porra! — ele sacode as mãos estressado.

Como se uma ideia se iluminasse na sua mente e no entanto, não pudesse escapar.

— Você me acolheu Dean, trabalhar com você no bar foi divertido. Me senti conectado a um grupo de novo após perder meu lar. Sei que foram só uns dias mas eu aprendi muito com você. Estou cansado de brigar com você, estou cansado de ter que tentar decidir o que fazer. Talvez se eu nunca tivesse te encontrado eu já tivesse uma resposta. Só que encontrei, e cada momento com você me faz querer ficar nessa fantasia de que sou humano vivendo uma vida comum. É bom ser comum, é bom estar com vocês.

Dean me abraça, pela primeira vez desde que nos conhecemos senti seu abraço. Era quente e forte como um tipo de refúgio. Suas palavras foram enterradas em seu gesto como se não houvessem necessidade de sair naquele instante.

Um longo minuto se passou antes dele se afastar, seus olhos verdes fisgaram os meus e eu sentia aquela sensação de novo onde tudo parecia girar.

— Estou tentando processar tudo desde que te conheci. Anjos existem, anjos matam crianças. Anjos são tão humanos com seus sentimentos e emoções. Estive debatendo na minha mente o que eu imaginava de vocês e como realmente são. Muitas coisas parecem um tanto estranhas mas, outrassão tão familiares. Desde que Ezequiel chegou eu sinto que você vai voltar pra eles por causa dele e isso me assusta. Ainda não aprendi o bastante sobre você para te deixar ir.

Meu coração e minha mente travavam uma luta tentando entender as entrelinhas do que ele queria dizer. Só que não importa, entendi que era seu jeito de dizer que não queria me ver partir.

Mesmo me expulsando a cada dois minutos a verdade no coração dele era que eu deveria ficar. Essa sensação me fazia sentir muito bem, como se tivesse ganhado um presente inestimável.

Desprendi de mim as palavras que me faziam refém dos meus medos. Desprendi dele as palavras que o faziam sentir um peso em seu peito.
Desprendi de ambos nossos receios profundos afogados em desespero.

E esperava que essas palavras soltas corajosamente por aí, fossem o bastante para manter nós dois. Que a verdade mesmo que simples ou complexa de nosso íntimo fosse o bastante para nós manter próximos, pois não estou satisfeito em perder mais nada.

Hey leitores! Uma palavrinha do seu autor não muito genial. Muito obrigado por ler até aqui e se aventurar por essa história. Perceber que poderia realmente ter alguém lendo isso foi o que me fez voltar a esse rascunho e rabiscar como um louco. Tentarei caprichar mais daqui para frente.

O caído Where stories live. Discover now