"- Vossas senhorias, que tiveram a oportunidade de presenciar o testemunho dos réus, chegamos a finalidade que, por falta de provas que digam o contrário, concluímos que o réu merece ser condenado pela morte de Lee Sora, de 15 anos, no dia 28 de jun...
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Enquanto finalmente o tribunal se esvaziava, Jungkook gradativamente contemplava a solidão que se instalava no saguão, acompanhada apenas pelas vozes distantes das pessoas que ainda estavam alí. Mas seu rosto permanecia inexpressivo; simplesmente, estava perdido...
Ainda paralisado, sentado no banco de madeira, onde sua sentença havia sido proferida minutos antes, cercado por policiais que ainda estavam à espera de sua reação. Encarava seus dedos pálidos, ouvindo ao fundo o juíz conversar com seus pais, fazendo-os assinar uma enorme papelada.
Jeon esperava do fundo do seu coração, esperava que seus pais acreditassem no filho que tinham e não na confissão distorcida feita por aquele garoto.
Eles o encaravam de longe, com um olhar pesado.
Sua mãe não chorava mais, e seu pai nem sequer havia o feito.
Eles pareciam... assustados.
Os oficiais informaram que já estavam liberados. Mas Jungkook precisou ser puxado por um policial para conseguir levantar dali, já que suas pernas não obedeciam.
Caminhou a passos lentos, com a cabeça baixa, encarando os sapatos que faziam parte daquele uniforme cinza que o obrigaram a vestir a quase uma semana atrás, enquanto esteve detido até este dia em questão.
Sentia-se ainda pior com aquelas roupas...
Ao cruzarem as imponentes portas de madeira, que ficariam gravadas em sua mente para sempre, foram prontamente confrontados por xingamentos e palavras de fúria.
Os repórteres, familiares e protestantes, se aglomeravam na escadaria que dava caminho até o furgão militar que os transportariam.
Espantado, arregalou os olhos com a atitude das pessoas.
"Assassino!"
"Você destruiu a vida de uma família!"
"Esperamos que morra!"
"Vai pagar pelo que fez, assassino!"
"Deus está te castigando!"
Eram os gritos impiedosos que ecoavam sem misericórdia. Fora as perguntas cruéis que os repórteres tentavam o obrigar a responder. Sentia gravadores serem empurrados contra seu rosto, mãos agarrarem seu macacão, assim como puxavam seus cabelos por entre a aglomeração enfurecida.
Precisou ser escoltado pelos guardas até a viatura, logo atrás do carro dos seus pais.
Mas antes mesmo que pudesse alcançar seu destino, o ponto alto da fúria dos civis chegara ao extremo quando sentiu ser atingido em cheio, no rosto, por algo sólido que mais se assemelhava a um pedregulho.
