55 Cap

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Quando cheguei na minha cabana, não pensei mais em nada, o sono tomou de conta de todo meu corpo  e dormi, muito bem.

Acordei com Caçador batendo em minha cabeça, com suas patinhas sem garras. Ele fazia isso agora, tinha se tornado bem carinhoso. Levantei, meu sono começava a sair de mim aos poucos.

- Trouxe seu café da manhã Lidy! Era Zimmy, com uma grande cesta de frutas vermelhas.

- Eu trouxe geleia. Disse Zay aparecendo atrás dela. - Foi a Lunar que fez.

Sabia que estavam querendo ir logo treinar. Assim como meu voador. Levantei e comi junto a eles.

- O pai já saiu ? Perguntei quando vi Lunar.

Seus olhos brilharam ao me ver.

- Sim Lidy, ele foi fazer seu turno.

- Certo, vou treinar com meus irmãos, se ele vier antes de nós, avise por favor a ele.

Ela assentiu.

- Posso ir deixar algo para vocês comerem depois. Disse Lunar.

- Será ótimo! Gritou Zimmy ao aparecer.

                                ༺✻༻

- Que legal! Zimmy todo o caminho falava até mesmo quando chegamos.

- Vamos começar. Disse pegando uma lança. - Toma essa Zay.

- Eu vou usar também? Perguntou Zimmy.

- Você vai usar uma arma menor. Dei a Zimmy uma lança menor.

Os mesmos tinham se saído bem. Zay principalmente, ele levava uma boa vantagem sobre seu lagart. Eu também, por ter um voador, tinha percebido que ele não era nada inútil, só não era um lagart.

- Foram muito bons. Disse quando Lunar se foi, já deixando nossas comidas.

- Ainda podemos continuar? Perguntou Zimmy.

- Eu já estou cansado. Disse Zay. - Posso já ir para casa irmão?

- Pode sim Zay. O mesmo se levantou, já havia comido, subiu no seu animal e subiu a montanha.

Zimmy pareceu mais animada depois de comer, começamos a treinar algumas coisas básicas. Depois fomos caçar. Ela fez uma boa parte do trabalho, mesmo sendo tão pequena. Ela e eu fizemos uma boa dupla.

- Não se esqueça de Caçador Lidy! Ele também ajudou. Disse Zimmy quando paramos denovo para descansar.

- Mas você foi ótima! Falei. Zimmy ficou olhando para algo dentro da floresta. No início não entendi. Percebi que era um animal.- Não vamos mais caçar ok?

Mas a mixed continuou a olhar para o animal, que nem sabia oque era. Fiquei olhando então para seus olhos. Pareciam determinados a caçar na minha opinião.

- Vou só ver. Disse ela indo em direção ao animal. Mas na sua mão a pequena lança era apertada.

- Já tá bom de caçar Zimmy! Disse indo atrás dela.

Mas a mesma não estava querendo caçar. Ela agora estava literalmente agarrada a um animal. Era uma enorme ave. De penas azuis, e um bico muito fino e grande. Seus olhos eram vermelhos. Era um Bavar. Era voadores, mas preferiam ficar mais tempo na terra. Até onde sei eles comem carne.

- Ele é tão fofo! Disse Zimmy. - Sinto que é meu!

- É fêmea ou macho? Perguntei.

- É um macho Lidy! Quero que se chame Lame.

Meu coração disparou. Não por ela por o nome de meu filho em um animal. Mas por eu está ouvindo o nome.

Não podia contrariar ela.

- Digo que ele é seu mesmo Zimmy, seu animal de alma para sempre.

                                   ༺✻༻

Kerry ainda tinha a mesma ideia de tirar a humana do gelo, ele já tinha ido lá, fazer os primeiros passos, por isso estava com dores nas costas e fazia chá.

- Eu caí sabe, não tinha um Lidy lá para amortecer minha queda. Disse ele rindo, tomando goles pequenos do chá. - Você quer ?

- Não Kerry. Respondi. - Não deveria ter ido sozinho, teria me chamado.

- Não podia atrapalhar seu treino e não pode ir enquanto seu pai roda por aí, imagina só, ele me mata se souber que ando levando você para lá.

Isso era verdade, mas não era legal ver Kerry assim, se machucando para apagar uma culpa que não era dele.

- Oque fez lá? Perguntei.

Ele sorriu.

- Estou tentando descongelar ela, quebrei umas partes do gelo e deixei a caverna mais quente.

Isso poderia ajudar.

- Posso ir com você hoje a noite. Falei. - Meu pai e meus irmãos dormem feito pedra, e Lunar não liga para nada que não seja da conta dela.

- Isso que gosto nela. Disse Kerry. - Pode ser, mas ainda acho que posso ir sozinho.

- Você precisa de alguém para amortecer sua queda. Disse rindo. - Não é mesmo? Ele fingiu pensar.

- É verdade. - Você é bom garoto Lidy.

- Te vejo como parte da família. Falei de uma forma tão natural que me fez sorrir sinceramente.

- Você é como um neto que nunca tive Lidy. Disse Kerry. - Fico feliz por pensar tão bem de mim, como pode ver, vivo meio solitário.

- Viver meio sozinho é ruim? Perguntei. Só para saber mesmo.

- Sabe, não é que seja ruim, é tedioso, você não pode falar de seus sentimentos também, não pode sorrir de verdade, pois se não tem alguém Lidy,  não tem memórias boas, se não tem memórias boas, você não é feliz.

-E as memórias ruins?

Ele ficou pensando um tempo antes de responder.

- As ruins tem que ser lavadas com as boas, é assim que se supera, esquecer, isso nunca poderia acontecer.

- Eu não consigo superar a morte de minha mãe.

- Nem eu Lidy, não consigo superar direito a morte de minha família.

Aquilo foi bem surpreendente e triste.

- Talvez essa palavra superar foi criada por outro que também não superou, fingir é a mais correta. Ele olhou para mim. - Mas temos um ao outro, isso é um presente depois de tantas desgraças Lidy, fico tão feliz de você ser meu presente.

Abracei ele. Não sabia mais oque dizer, mas eu precisava demostrar algo. Então abraçar era a forma de fazer isso.

- Eu amo você. Ele disse, em alto e bom som. - Te amarei até meu último suspiro pequeno, cuidarei de seus pensamentos, seja onde for.

Quem é você? ( VOL I )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora