A Little Bit of Unpredictable Normality

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RENDIDA A UM ALÍVIO quase enleador, Diva destrinchava cada conjectura convoluto que lhe impossibilitava de vocalizar as dúvidas persistentes que agora se chocavam com outras que brotavam com o frenesi da ligação

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RENDIDA A UM ALÍVIO quase enleador, Diva destrinchava cada conjectura convoluto que lhe impossibilitava de vocalizar as dúvidas persistentes que agora se chocavam com outras que brotavam com o frenesi da ligação. Ela sempre acreditou possuir um domínio mais concreto de suas emoções mais volúveis, porém o último mês provou que talvez superestimava demais sua aptidões e testou toda sua capacidade mental em dias de estresse que beirava ao blackout total. As pequenas doses de leniência atenuavam a sobrecarga eram recebidas com grande expectativa, sendo solvido com uma longa inspiração que preenchia com um novo fôlego.

— Ainda está aí? — ela cantarolou melíflua, convencendo-a de retomar a devida atenção no que fazia.

— Sim, estou sim... — não confiou muito na maneira que as palavras se articularam; mecânica e aturdida.

Antes que formulasse uma sentença coerente, derramando suas aflições sobre seu paradeiro e a intercorrência episódica da evasão, o telefone resvalou de sua mão trêmula de encontro ao assoalho — em um intervalo curto de um segundo a outro. Dante o interceptou com um vinco na testa, retornando-o para Diva que assentiu em um agradecimento mudo que pareceu incutir um interesse indesejado no meio-demônio, algo que suspeitou que ele iria questionar. Mirou momentaneamente para a mão translúcida e premeu o aparelho com a outra que estava em condições mais normais.

Repetiu o exercício de abrir e cerrar os punhos, uma vez por instinto e, a segunda, para reajustar os movimentos.

— O que... — se frustrou com a falha na cadência de sua voz, pigarreando para limpar a garganta. — O que aconteceu? Onde está? Com quem está? Por que foi embora sem avisar?

— Fique tranquila — respondeu paciente e com a leveza de uma brisa vespertina. — Estou bem, em um lugar seguro. Por enquanto é tudo que posso dizer. Não se preocupe comigo. — Diva abriu a boca, nenhum som fora reproduzido. — Lamento pela saída repentina, quando for o melhor momento, prometo contar tudo. Por hora, precisava tranquilizar sobre o ocorrido.

— Realmente espero que esteja bem.

— Se isso for te deixar mais calma quanto a esse assunto, posso ligar todos os dias. — sugeriu em uma forma de aquietar a ansiedade crescente de Diva.

Sob o escrutínio do meio-demônio, se adiantou com uma impressão estranha e opressora que vibrou pelo seu corpo, um presságio; a sensação de algo estar fora da realidade, de não se encaixar mesmo com tudo indicando estar bem. Alexander lhe ensinou a sempre, independente de quão desconexo seja, confiar na intuição, que serviria para direcionar para o caminho correto. E, naquele momento, sentia que havia uma informação oculta que se esgueirava entre o ócio da situação — o vale do desconhecido que lhe causava arrepios.

— Como me achou? — sua pergunta soou cuidadosa, projetando seus pensamentos em possíveis explicações. Se não fosse pelas circunstâncias, talvez nunca teria sequer consciência do que era Devil May Cry e tampouco do proprietário “faz-tudo” Dante, não sendo um conhecimento público para qualquer um acender.

Before the DarknessWhere stories live. Discover now