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"Não tenha limites, viva uma aventura. A adrenalina é melhor quando sentida ao extremo."

- Liih Oliveira

- Darya Break -
02:00 - 15/Outubro

— Achei que queria distância de mim. — Acomodou as suas mãos nos bolsos e se inclinou para a frente, agora estando a centímetros do meu rosto. —

Ele estava certo, o que eu estou fazendo? Por que falei aquilo?

— Que merda. — Murmurei baixinho me repreendendo. — Acho que estamos bem longe do significado da palavra distância, eu vou indo. — Iria me retirar do local, mas optei por interromper a ação para lhe deixar uma última frase. — Não sei você, mas eu fiquei louca pra descobrir sobre essa corrida das 03:00.

Continuei a seguir meu caminho pelo vasto espaço lotado, ignorando o fato de notar uma sombra grande o suficiente para cobrir meu corpo por inteiro, andando a cerca de dois metros atrás de mim.

— O que foi? — Tyller era alto, devia ter os quase 1,90 enquanto eu me mantinha na casa dos 1,70.

— Nada. — Passou por mim, me fazendo encarar suas costas cobertas pelo tecido grosso do moletom. — Inclusive, acho bom não tentar correr com aquele cara. — Finalizou sério, antes de se afastar.

Por que ele tem que ser tão confuso? Que saco.

Contornei meus pensamentos e segui para a direção contrária de onde ele estava indo. Não estou afim de esbarrar com ele novamente tentando me dar ordens como uma babá.

De longe, tentei avistar meu amigo, porém não tive sucesso.

Imaginei que poderia estar no balcão de bebidas, a julgar pela quantidade de vezes que o vi com copos na mão.

Andando pelos arredores da tenda, o avistei conversando com uma mulher incrivelmente alta e de cabelos loiros escorridos até a cintura. Quando me aproximei ambos pareceram notar a minha presença.

Em resposta, a mulher de longas pernas torneadas sorriu e saiu, nos deixando sozinhos.

Me sentei ao seu lado calmamente.

— Que corrida diferente é essa? — Perguntei direta, enquanto o mesmo rapidamente voltou sua atenção para mim.

— Vai encarar? — Sorriu provocante ao mesmo tempo em que passava a ponta de seu dedo ao redor do copo.

— O que acontece nela? — Me inclinei e pedi uma garrafinha de água para o barman à nossa frente, com a barba meio rala e o smoking bem passado. — Aliás, você não acha que tá ficando bêbado demais?

A garrafinha entrou em nosso meio. Ryo segurou-a e abriu a tampa, colocando-a novamente entre nós.

Apenas como um gesto de educação.

— Primeiro, — Elevou o dedo indicador. — Eu não estou tão bêbado, só bebi alguns copos. — Interrompeu a própria fala para beber mais uma dose. — Segundo, — Elevou mais dois dedos, agora ficando com três dedos em pé. — O que não acontece na corrida das 03:00?

Quase engasguei com a água quando o vi se atrapalhar com a contagem de dedos. Me aproximei e toquei o seu dedo anelar, o abaixando. Sua expressão foi de confusão, mas apenas deixei com que entendesse sozinho.

— Seja mais específico!

— Não tem como não ser mais específico que isso, mas porquê a pergunta? Quer se inscrever?

— Não sei, me disseram que era em dupla. — Pressionei meus lábios um no outro e pisquei as pálpebras diversas vezes como um cachorrinho pidão.

Antes que terminasse a frase, ele pareceu entender.

Trust Or DieWhere stories live. Discover now