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"O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços."

- Machado de Assis

- Darya Break -

20:00 - 06/Outubro
(Leiam a legenda)

Os corredores do supermercado estavam vazios, provavelmente pelo horário. Diversos produtos em grandes prateleiras chamavam a atenção.

A musiquinha de fundo era calma, tornando o ambiente mais confortável possível.

Prazeres da vida adulta e solitária são esses momentos de independência misturados com um pequeno toque de solitude.

Poder fazer as próprias escolhas e principalmente, tudo no seu tempo.

Parei o carrinho de compras em frente a um porção de salgadinhos de todos os sabores e todas as marcas. Em minhas mãos estavam o "Cheetos" e o "Doritos".

- Qual que eu levo? - Falava comigo mesma, totalmente presa em meu mundo. -

No final, devolvi o pacote de Cheetos para o seu devido lugar e agarrei mais uma unidade de Doritos, colocando os dois dentro do carrinho. Que por sinal já estava quase cheio.

Antes de seguir em frente, segurei um pequeno caderno de notas, a procura de algo a mais para adicionar a compra, açúcar.

- Darya??? - A voz masculina me espantou, vinha de longe. Quando virei para trás, apenas vi o vulto e senti alguém me agarrar em um abraço apertado. O pequeno bloco de notas a minha mão, foi ao chão, junto com uma caneta azul que o acompanhava. -

O que era isso? Por que essa pequena demonstração de afeto parecia tão genuína? Tão familiar?

Grandes braços me seguraram, a respiração quente em minha nuca fazia com que minha pele se arrepiasse.

10 segundos. Foi o tempo que precisei para processar o que estava acontecendo, e logo, empurrar seja lá quem for.

- Luka?

Um filme se passou diante meus olhos, Lukas, ou como eu mesma apelidei, Luka. Um dos meus melhores amigos, a pessoa que sempre esteve comigo e que me apoiou em todas as minhas decisões passadas.

Como que nunca me lembrei dele?

- O que aconteceu com você?

- Como assim? - Estava meio estática pela aparição repentina do rapaz. -

- Como assim? Garota, você sumiu por 1 mês depois da morte do seu pai. Não esperava te ver aqui antes do nosso encontro.

- Encontro? Que encontro?

- Como assim que encontro? Lá naquele restaurante chique no prédio da 14, semana que vem.

- Luka que encontro? Do que você tá falando?

- Eu te mandei mensagem ontem e você me pediu para te encontrar. Você tá bem? - Sua mão subiu em direção a minha testa, para tentar verificar minha temperatura. -

Não fazia a mínima ideia do que ele estava falando, não tive coragem de comprar outro celular, tinha tomado a decisão de viver quietinha no meu canto, sem riscos.

Essa informação teve um efeito tão grande em meu cérebro que seria inexplicável de pôr em palavras. Alguém está com meu celular, e esse alguém está tentando se aproximar.

- Luka me escuta! - Segurei seus ombros firmementes, meus lábios tremiam, e meu cérebro estava tentando procurar alguma explicação sobre esse assunto. - Eu perdi meu celular e meu notebook a exatamente um mês! Você não estava conversando comigo.

Trust Or DieWhere stories live. Discover now