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🃏 Coringa 🃏

Ramos: Cinquenta e três ossos quebrados, três dedos de cada mão arrancados, um pênis cortado, um rosto completamente desfigurado, várias queimaduras pelo corpo…. e nenhum sinal de quem possa ter feito isso.

Arqueei uma das sobrancelhas, confuso com o que Ramos acabou de ler em um papel.

Ramos: Confuso? - perguntou colocando a folha sob sua mesa e apoiou as mãos na mesma para me encarar - isso não te lembra nada?

Coringa: Cidade Alerta, conhece? Tem vários casos desses sendo falados todos os dias nesse jornal.

Ramos travou o maxilar me olhando mortalmente.

Ramos: Cheio de graça… - forçou um sorriso e eu fiz um mesmo - você acha que eu não sei que foi você, o responsável pelo assassinato do DaCruz.

Coringa: Não sei se você sabe, mas DaCruz era jurado por muita gente.

Ramos: Sua cara de pau é realmente impressionante.

Coringa: Olha cara, na real, não sei do que você está falando - me ajeitei na cadeira e apoiei meus braços na mesa

Ramos: Você foi o único que tretou com o DaCruz aqui dentro, ninguém mais mexeu com ele. Acha mesmo que eu vou acreditar que tu não tens nada haver com a morte dele.

Coringa: Você tem provas de que fui eu? - arqueei a sobrancelha, e como eu já imaginava, Ramos travou o maxilar mais uma vez demonstrando sua raiva por mim

Ramos: Infelizmente, não… mas vamos aos fatos - se afastou da mesa dele, caminhando até a janela - ontem sua advogada lhe faz uma visita e simplesmente conta que a sua namoradinha sofreu um ataque

Filho da puta, escutou minha conversa.

Ramos: Meu soldado contou-me que você chegou furioso na sua cela, deixou até seus companheiros assustados - apontou para as minhas mãos machucadas - hoje quando chego aqui, sou notificado que encontraram o corpo desfigurado, do Leandro, dentro do banheiro… mais preciso, sentado no vaso.

Coringa: Devo meus agradecimentos a essa pessoa, ela já adiantou um grande trabalho pra mim - sorri largamente vendo o Ramos analisar toda a minha postura

Ramos: Bom… de qualquer forma, menos um trafica no Brasil - sorriu satisfeito e voltou para sua mesa

Coringa: Me chamou aqui pra dizer isso? Você achou mesmo que eu iria afirmar ter matado o Leandro e depois diria a mesma coisa que acabou de falar?

Ramos: Não, sempre soube que não assumiria isso - sentou-se em sua cadeira - eu só queria dizer que você tem um novo julgamento marcado para semana que vem, sua advogada vem fazendo um ótimo trabalho…

Coringa: Só trabalho com os melhores.

Ramos: Pena que eles trabalham para um chefe burro - fuzilei ele com os olhos - qual é cara, tu foi atrás do idiota do Leandro mesmo sabendo que teu morro tava cheio de policial? Só burro mesmo…

Coringa: Provoque mesmo, senhor. Ainda podemos nos trombar lá fora….

Ramos: Isso foi uma ameaça?!

Coringa: Entenda como quiser - sorri cinicamente - então… já matou a saudade de mim?

Ramos: Levem ele. - indagou para os polícias que estavam parados na porta

Não aguentou as gracinhas né, filho da puta.

Voltei para a cela onde meus companheiros já estão de pé. Assim que entrei já levantaram um sorrisinho satisfeito pra mim, deixei o polícia se afastar e então sentei-me na minha cama

Amor e Ódio Where stories live. Discover now