49

163 7 13
                                    

💣 PH/Bruno 💣

Ao receber a notícia de que Tainá havia perdido o útero, um peso avassalador se instalou em meu peito.

Injustiça… era uma grande injustiça toda essa merda ter acontecido justamente com a pessoa que não merecia de forma alguma viver isso.

Tainá foi levada para o quarto agora pela manhã, ainda não podia receber visitas, mas podia ter um acompanhante.

Bak, Crusher e as meninas acharam melhor eu ficar com a Tai, por ser o pai dela.

Nesse momento estou sendo levado ao quarto onde minha filha está. A médica disse que ela já está acordada, que já está sabendo de tudo, porém ainda está fraca devido a grande perda de sangue que ela sofreu.

Médica: Esse é o quarto dela, Sr.Bittencourt - apontou para a porta branca - evite fazer muitas perguntas a ela, isso pode deixá-la estressada. Qualquer coisa, o senhor pode chamar as enfermeiras.

PH: Obrigado…

Me despedi da médica e adentrei o quarto.

Assim que abri a porta, vi logo de cara a Tainá deitadinha na cama. O rosto pálido me fez engolir em seco e me arrepiei dos pés a cabeça.

Tainá está com o rosto virado para a janela, alheia a minha presença. Os olhos vidrados em seja lá o que ela esteja vendo, nem piscar eles piscavam.

PH: Filha… - chamei por ela que virou o rosto um pouco devagar para me olhar

Ver a dor refletida no rosto da minha filha, nos olhos que costumavam brilhar com esperança, foi como testemunhar a quebra de um sonho precioso.

Sabia que aquele acontecimento havia deixado Tainá destruída, marcando o fim de uma jornada que ela mal começara.

Ao encarar a expressão devastada dela, pude sentir a magnitude da perda que a assolava.

Qualquer desejo de ser mãe, por mais distante que estivesse, agora se dissipava como poeira ao vento.

Era como se um capítulo essencial de sua vida tivesse sido arrancado abruptamente, deixando um vazio palpável.

Não havia palavras que pudessem aliviar a dor profunda que Tainá estava enfrentando, mas não desisti de mostrar a ela que eu estava aqui para cuidá-la.

PH: Oi princesa… você não sabe como é bom te ver - me aproximei dela sentindo o nó na garganta

Ao segurar suas mãos, Tainá não se segurou mais e me puxou para abraçá-la, colocando tudo o que estava sentindo para fora.

Era um pesadelo testemunhar a minha filha, minha preciosidade, enfrentar a cruel realidade de ter perdido o útero.

Tainá chorava, uma torrente de lágrimas que expressavam a angústia e a perda.

Minha vontade era absorver toda a dor dela, carregar o fardo que a vida lhe impusera. Abracei-a com força, procurando oferecer um porto seguro em meio à tempestade que a assolava.

Suas lágrimas eram como palavras não ditas, uma comunicação íntima que ultrapassava os limites da linguagem.

Eu apenas segurava, silenciosamente compartilhando o peso de sua tristeza.

A impotência que sentia ao ver minha filha sofrer era avassaladora, e, naquele abraço, eu buscava transmitir uma presença constante, um apoio inabalável.

Enquanto Tainá desaguava sua dor, eu estava ali, um pai desejando poder remover aquela carga de seus ombros.

O vazio do que fora perdido se refletia em cada lágrima, e, no abraço silencioso, eu procurava ser o refúgio que ela tanto precisava.

Amor e Ódio Onde as histórias ganham vida. Descobre agora