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🍑 Tainá Costa 🍑

A escuridão da madrugada envolvia tudo quando fui despertada pelo som agoniante de uma respiração desregulada.

Abri meus olhos sentindo uma dor de cabeça latejante, a luz fraca da lua iluminava o quarto, revelando um Victor inquieto, parecendo estar preso a um pesadelo que o consumia.

A preocupação superou qualquer incômodo físico que sentia naquele momento.
Com cuidado, sacudi Victor chamando-o suavemente

Tainá: Victor, acorda! Está tudo bem - murmurei, tentando dissipar as sombras do sonho perturbador que o assolava enquanto me via desesperada por ver sua agonia.

De repente, Victor se sobressaltou, os olhos se abrindo com uma mistura de confusão e ansiedade.

Sentia tensão em seu corpo enquanto ele tentava recuperar o fôlego, como se estivesse se libertando das amarras de um pesadelo

Tainá: Ei, está tudo bem - segurei seu rosto alisando meus dedos em uma carícia afim de passar calmaria a ele - foi apenas um pesadelo, já passou… você está seguro

Victor percorreu o olhar por todo o quarto até parar em mim. A expressão confusa se transformou em uma mistura de alívio e tristeza.

Ele respirou fundo, tentando recobrar o controle sobre as emoções desencadeadas pelo pesadelo  aterradora que o assombrava.

Coringa: Porra… - murmurou levando suas mãos até seu rosto fechando os olhos e engolindo seco, seu corpo tremia como se estivesse passando frio, mas as gotas de suor escorriam por sua testa

Não sabia o que falar então apenas o abracei. Victor enfiou seu rosto em meu pescoço e pude escutar ele fungar o nariz, mas não parecia estar chorando. Esfreguei minhas mãos por suas costas sentindo o corpo dele relaxar aos poucos

Coringa: Eu vi… mais uma vez eu vi… - franzi as sobrancelhas sem entender o que Victor estava dizendo, ele separou do abraço e pude ver seu olhar nublado em tristeza - assim como todos os dias, eu vi e revivi aquela porra.

Tainá: O que era? - perguntei segurando sua mão direita fazendo uma carícia na mesma

Coringa: Bobagem… - afastou sua mão da minha e virou o rosto encarando o chão ao seu lado da cama

Tainá: Ei - segurei seu rosto para voltar a me olhar - eu estou aqui com você. Isso não é bobagem, você estar dessa forma não é bobagem. Sabe que pode confiar em mim…

Victor me encarou por longos segundos em conflito consigo mesmo. Foi então que, com uma sinceridade dolorosa, abriu seu coração.

Coringa: Meus pais, todos os dias eu sonho com eles… pelo menos nos dias em que eu tento dormir - respirou fundo desviando seu olhar ao abaixar a cabeça - eu tinha acabado de chegar da escola quando vi meu pai brigando mais uma vez com minha mãe. Ela estava encostada na mesa olhando assustada pro meu pai, os olhos dele estavam vermelhos e arregalados, ele gritava próximo ao rosto dela dizendo o quão patética ela era pra ele.

Sinto minha garganta oscilar ao ouvir as palavras de Victor, meu corpo tencionou e naquele momento me vi perdida.

Coringa: Eu me aproximei deles e tentei o empurrar para longe dela mas o corpo dele estava rígido como uma rocha, ele apenas virou para mim e me empurrou com força me fazendo cair no chão, eu bati a cabeça e fiquei tonto. Foi quando ele voltou a gritar com minha mãe e deu um tapa na cara dela que a fez cair sobre a mesa.

Coringa: Tentei me levantar mas a dor na cabeça e a tontura me deixaram fraco. Tudo aconteceu muito rápido…. - ele engoliu em seco e respirou fundo - meu pai puxou os cabelos de minha mãe e a jogou no chão, ele subiu em cima do corpo dela a prendendo e levou as mãos envolta do pescoço dela

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