Capítulo 10: Sol do meio dia

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Aquele encontro enigmático duas semanas atrás me deixou confuso, a vingança contra Liam me fez passar os últimos dois anos perseguindo, obcecado com a caçada, obcecado em buscar justiça, e agora que acabou eu pensava que a dor desapareceria junto, que a raiva iria embora mas eu sinto mais e mais raiva. E agora tem aquela vampira, por que ela me salvou? oque isso faz de mim? Alguém com motivações vazias? Oque tem para mim agora nesse mundo além de dor, caos, perdas? Me sinto perdido com isso tudo, sem rumo e sem um lugar para voltar.

Minha sessão de melancolia diária foi interrompida com o som da porta abrindo, Garbrent, carregava uma sacola com frangos fritos e algumas cervejas baratas.

- Já falei para não colocar o pé no sofá. - Arremessou uma cerveja na minha direção.

- Oh minhas encarecidas desculpas senhor mandão, dá próxima vez eu coloco.. Na mesa. - Repousou as pernas na mesa.

- Encontrei algumas pistas da garota misteriosa. - Colocou algumas anotações mapeadas na mesa, aproveitando para abrir uma cerveja.

-  E? ..

- E que isso significa que estamos mais perto dela do que imaginamos, garoto. - Bebeu rapidamente a cerveja, soltando leves arrotos em seguida.

- Cara você é nojento.

- Kayle Prescott, trabalha no prostíbulo a três quarteirões daqui, peguei informação com um dos faxineiros do lugar.

- Nem imagino como ele deve estar agora.

- Apenas tive que dar alguns dólares pro idiota, não precisei chegar nessa parte.

- Ah ótimo agora a gente caça meretrizes, não podia piorar. - Riu.

- Se anima um pouco garoto, sinto que vai ser uma noite de diversão. - Deu um leve toque no cabelo de Aidan.

- Por que?

- Porque não é só a garota que parece esconder segredos.

Durante alguns segundos a expressão de Aidan paralisou, seu pescoço transpirava a medida em que ele apenas pensava ''Ferrou''.

- Que cara é essa, moleque? - Riu. - A garota tem alguns amiguinhos.

Aquela resposta foi como um alivio saindo das minhas costas, Garbrent não sabe de nada, mas eu me pergunto se isso é algo bom ou ruim.

A noite daquele dia caiu em um piscar de olhos, aproveitei a distração de Garbrent para colocar sonífero em uma das cervejas, um pequeno truque que aprendi com ele. Eu me preparava para sair colocando um cinto com algumas pistolas na cintura, estaca e uma granada com alho dentro, de alguma forma eu sentia o perigo, mas ansiava por ele.

Era uma noite de domingo e o prostíbulo estava cheio com alguns mafiosos na entrada sendo recebidos pelas mulheres, dois anos atrás eu estava preocupado com a lição de casa e agora estou saindo de noite para caçar coisas inexplicáveis em lugares onde mafiosos frequentam, isso que eu chamo de mudança de rotina. Caminhei entrando por uma das janelas do banheiro, não queria arriscar pedirem minha identidade, me disfarcei entre a multidão, as luzes da boate piscavam exaustivamente me deixando tonto por alguns instantes.

- Xeque mate idiota! 12 pontos.. hahaha! - Gritou um dos velhos na mesa de jogos.

- O-Oquê? M-mas..

Continuei caminhando atordoado pela pista de dança procurando a garota, de repente, senti meus olhos fixando em direção ao balcão, é como se eu não pudesse controlar o meu corpo e ele apenas me guiasse aonde eu devesse olhar, aonde eu devesse estar e quem eu deveria encontrar.

- Aposto que aquele casal ali.. está a beira do divórcio. - Sussurrou Kayle.

- Por quê acha isso, miss Kayle? - Um homem com um sotaque estranho sussurrou enquanto limpava os copos.

Blood 𝓜irageWhere stories live. Discover now