CAPÍTULO 6

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   Jake não fazia nada. Ele não queria fazer nada.

   Aquela era sua mãe e por mais que ele quisesse, ele não poderia fazer nada contra ela. Mas sim contra si mesmo.

   — Você acha que é o único infeliz nessa desgraça? Se é assim pelo menos poderia ter cortado a veia, ou pelo menos ter tomado a quantidade certa de remédios. Até pra isso você é um completo inútil.

   Essas palavras... Sem dúvidas o que saia da boca de Athena doía mil vezes mais do que aquele tapa que ela deu em seu rosto. A marca de sua mão contra a delicada pele de seu filho não era nada comparado com a dor que ela causava dentro de sua mente e alma.

   Por mais que Jake sempre tivesse recusado a aceitar, aos quinze anos de idade ele percebeu que a causa de toda essa dor, esse vazio e a vontade que Jake tinha de acabar com tudo havia sido sua própria mãe.

   Nenhuma dor física se compara a dor de ter sua alma estilhaçada pela pessoa que você mais amou no mundo.

   — Me desculpa... — Jake tinha muito mais coisas para dizer, entretanto, ele sabia que se abrisse a boca para dizer mais alguma coisa, essa maldita discussão nunca iria acabar. Por isso, Jake apenas deixou sua mãe falando sozinha e foi para o banheiro.

   Depois de tudo isso ele se arrumou e então saiu de casa em direção a escola. Seus rosto estava dolorido e com a marca da mão de sua mãe. Seus olhos estavam cheios de lágrimas ansiosas para caírem. A sorte de Jake eram aqueles cabelos cumpridos que ele deixava crescer desde quando ele tinha quatorze anos.

   Assim que chegou na escola ele se deparou com Taylor na porta e vestindo a camisa do time de futebol. Quando Taylor avistou Jake chegando ele colocou um sorriso no rosto e foi de encontro com o jovem White.

   — Ah, oi. — disse Jake, assim que o outro se aproximou.

   — E aí, irmãozinho.

   — Taylor, nós temos a mesma idade então por favor não me chame assim novamente. — Jake detestava receber qualquer tipo de apelido carinhoso vindo de qualquer pessoa que ele conheça.

   Taylor achou que chamar o Jake desta forma seria legal pelo fato deles já estarem andando juntos há uma semana inteira praticamente.

   — Cunhado é melhor? — perguntou Taylor. Inicialmente ele não tinha nada em sua mente, mas agora ele percebeu que seria uma boa provocar Jake.

   Jake parou e começou a encarar Taylor.

   — É sério isso?

   — Mas é claro. — respondeu. Taylor também parou e encarou Jake de volta. — Tá legal, eu parei.

   Taylor não conseguia vê o rosto de Jake por conta do cabelo, mas ele podia ter certeza de que Jake poderia estar o encarando com ódio.

   Os dois continuaram a caminhar juntos pelos corredores até chegarem a sala de Jake.

   — Bom, você tem o meu número. Me liga se qualquer coisa acontecer. Ah, e é pra você me ligar mesmo. Naquele dia você não me ligou e William queria arrancar a minha cabeça fora por não proteger a bela senhora Villin. — Taylor dizia isso praticamente sussurrando num tom bem baixo para que apenas Jake conseguisse escutar.

   — Tá legal, atleta profissional.
   Jake entrou na sala, foi até o seu lugar e se sentou.

   Taylor esperou Jake se sentar em seu lugar para então ele ir para a sua sala. E foi no momento em que Taylor se afastou da sala que começaram a tacar bolinhas de papel em Jake.

Jake White: O início de uma história problemáticaWhere stories live. Discover now