We Are Crazy!

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Letícia on,

Anne gritava alegremente ''sim sim sim'' repetidas vezes, nós duas estávamos cara a cara uma a outra, e não me interessava em que lugar estávamos, eu só queria beija-lá, queria juntar os nossos lábios como da outra vez. Então assim fiz. Foi um beijo calmo.                         

 Quando nos separamos pude sentir que havia alguém nos observando, e esse alguém nada mais nada menos era Bruna Leite. Ela ria muito, e estava segurando um celular em seu rosto, que estava vermelho de tanto que ela ria. Anne se pôs por trás de mim, o que era totalmente ridículo, porque ela era muito mais alta que eu. Bruna desligou seu celular e começou a falar:

-Ora, ora, vejamos, a garota mais popular da escola se agarrando com a gringa, por quais motivos eu não devo jogar esse vídeo na internet? - ela disse me desafiando

- Pelos mesmos motivos que os meus, ou você se esqueceu que eu também guardo um 'segredinho' seu? - disse fazendo aspas e cruzando os braços.

- Você tem razão, não devemos criar conflitos desnecessários - finalmente essa garota disse algo que prestasse - eu não gravei vídeo nenhum, só estava com o celular na mão mesmo. Fique esperta antes de se agarrar com qualquer um! - ela disse jogando seu cabelo para trás e se virando, e sumindo nos corredores adentro da escola.

Eu estava mal, totalmente mal, eu havia colocado minha reputação em risco. Não só a minha, mas sim como a da minha família, eu estava me segurando o máximo para não chorar, mas isso seria inevitável. Então antes mesmo de Anne se afastar eu chorei, e muito, oh sim, eram muitas lágrimas, aliás eram inacabáveis. 

- Por que está chorando? Está tudo resolvido, não? - ela disse me olhando séria, o jeito dela me confortava.

Eu não tinha voz pra responder, e nem tinha nada em mente, apenas a abracei e saí em direção ao banheiro.

Chegando lá me tranquei em uma das cabines, eu chorava muito. Hoje poderia ter sido a Bruna, amanhã mamãe ou talvez até papai. Eu tinha que ter noção do que estava fazendo, e isso só me serviu para abrir os olhos. Depois de ter me acalmado, saí do banheiro e fui para a direção. Pedi para ligarem em casa, eu não queria ficar ali nem mais um segundo.

- Por favor! Ligue para minha mãe! Estou com cólicas terríveis! - disse para a diretora

- Vá até a enfermaria, lá temos muitos remédios para pequenos acidentes como esses! - ela disse 

- A senhora não entende, eu realmente estou muito mal, quando fico nesses dias mamãe me leva para tomar soro. A senhora não sabe o quanto eu sofr.. AAAAAAAI! - disse disfarçando e fingindo ter dores.

- Tudo bem, vou ligar, mas caso a dor permanecer muito forte eu mesma a levo para o médico!- concordei e esperei mamãe chegar.

Ela demorou uns 15 minutos, o que era bom.

- O que houve?- ela disse colocando o cinto e me encarando com a sobrancelha erguida

- Não estou me sentindo muito bem - disse tentando desviar o olhar que me fuzilava 

- Essas suas dispensas mais cedo da escola não podem continuar, você sabe que não pode ultrapassar mais de 15 faltas durante o ano né? - ela disse olhando o trânsito, que estava carregado

- Eu prometo que não vai se repetir. - coloquei os fones e encostei a cabeça no vidro e cochilei.

{...}

Chegando em casa, corri para a cozinha. Encontrei papai no fogão, e pelo jeito coisa boa vinha por aí, pois ele cozinha muito bem.

- O que aconteceu meu amor?- ele disse virando para mim rapidamente e voltando seus olhos para as panelas

The pursuit of happinessWhere stories live. Discover now