"E a filha das trevas nascerá,
E o medo aos deuses trará.
Com um só olhar, o ladrão irá se apaixonar.
Com um só estralar, os deuses irão se prostrar."
Essa foi a profecia, que o próprio deus das profecias, disse aos deuses.
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Ando apressadamente pelos corredores do castelo.
— Dionísio! Ela já teve a criança? – Pergunto quando vejo o deus do vinho na porta do quarto da mulher.
— Não sei... Mas Íris já chegou. – Ele fica bebendo seu vinho.
— E Hades?
— Está lá dentro. – Ele estrala os dedos e uma taça com vinho flutua na minha frente. — Quer?
— Não, obrigado. – Mecho nos meus cabelos aguniado.
— É bom que sobra mais para mim. – Ele pega a taça e começa a beber. — E se acalma. É só mais uma criança.
— Esse é o problema Dionísio! Esse bebê, não é apenas uma criança! " E o amor da filha das trevas e o ladrão do raio nascerá. E o caos a maior deusa trará. Os deuses tentarão matar, mas o amor vencerá." – Repito a segunda profecia que eu tive com a bebê que estava prestes a nascerá nesse exato momento.
— Seja o que for. Ela vai ter eu, você, Hades e a mãe dela. – Dionísio revira os olhos.
— E eu! – Hermes aparece na nossa frente.
— Que susto capeta! – Falo nervoso.
— Eu não sou Hades. – Ele faz uma careta. — A criança já nasceu?
Um grito rasga o silêncio.
— Pelo visto... Começou a nascer. – Dionísio bebê o vinho.
— Seja o que for, temos que proteger ela. Ela é só uma criança. – Falo atentamente para os dois.
— Não podemos esquecer de esconder quem é a mãe dela. Se Zeus descobrir que esse bebê é um fruto das trevas... As coisas não sairão bem. – Dionísio pela primeira vez, fala preocupado.
— E também, temos que esconder ela. " E o amor da filha das trevas e o ladrão do raio nascerá". Aposto que esse "raio" envolve o raio mestre de Zeus. – Hermes entercalava o olhar entre eu e Dionísio.
— Seja o que for. Vamos proteger ela. – Falo firme. — Nem que para isso, eu terei que enfrentar o meu pai.
Nos dias de hoje
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— Está melhor? – Pergunto ao garoto.
Luke tinha passado algumas horas fora. Eu sabia que eu peguei pesado com ele. Mas tenho que pelo menos tentar.
— Estou... – Ele abaixa a cabeça. — Desculpa ter falado grosso com você. – Ele passa as mãos pelos cabelos.
— Tudo bem. Eu entendo você. – Olho pela janela. — Já está de noite... Vem comigo. – O chamo já saindo da sala.
— Para onde vamos? – O garoto começa a me seguir.
— Eu vou te mostrar. – Saímos de casa, um lado a lado.
— Tem algo a nossa volta. – Ele sussurra enquanto olhava os cantos.
— Relaxa. Deve ser alguns dos monstrinhos de Hades. Ele as coloca a minha volta para poder me proteger. – Dou de ombros.
Começamos a andar até chegar no topo do penhasco.
— Aqui é o meu lugar preferido. – Olho para o céu.
— Seus cabelos... – Ele fala impressionado.
Meus cabelos estavam mudando de cor. Não era mais um castanho escuro e sim um preto.
— Ele muda de cor quando é de noite. – Dou de ombros.
— Coisa de filha de Hades? – Mesmo estando emcuro e só com a iluminação da lua, eu o vejo arquear a sombrancelha.
— Na verdade, é parte da minha mãe. – Olho a lua.
— Achei que sua mãe fosse humana. – Nem precisei olhá-lo para saber que ele juntou as sombrancelhas.
— É complicado... Quem sabe no futuro eu te explico? – Inclino a cabeça com um sorriso sujestivo.
— Você é cheia dos segredos, deusinha. – Ele toca na ponta do meu nariz.
— E você também. – Quando eu falo isso o vejo desviar o olhar. — Está tudo bem?
— É que... Eu não sei direito. – Ele abaixa a cabeça. — É como se eu nao conseguisse mentir para você.
— Sabe como é? – Abro um sorriso convencida. — Foram meus encantos que lhe encantaram. – Jogo meu cabelo para o lado.
— Aqui é muito bonito. – Ele olha para a paisagem.
— Eu amo vê a noite. É como se eu ficasse perto da minha mãe. – Falo por um fio.
— Ela gostava da noite?
— Sim. Ela ama, a noite. – Fechos os olhos sentindo o vendo da noite escura, tocar no meu rosto.
— Faz tempo que não vejo a minha mãe. – O garoto ao meu lado acaba confessando. — E você?
— Desde os meus 3 anos. – Mordo meu lábio inferior. — De vez em quando eu a vejo em sonhos.
— Meu sonhos com a minha mãe, na verdade, são pesadelos. – Olho para o garoto e ele estava olhando a lua.
— Sinto muito. – Eu nem sabia o porquê. Mas sentia a necessidade de dizer isso.
— Você é uma ótima ouvinte, deusinha. – Ele me olha com um sorriso de lado.
— E você, é um ótimo ouvinte ladrãozinho. – Pisco na sua direção.
Ficamos algumas horas ali, só olhando as estrelas. Contávamos histórias sobre as constelações e ele contava algumas de suas aventuras no acampamento.
Eu sabia que ele não teria jeito. Mas eu iria tentar.
Eu preciso, tentar.
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