Seis

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A noite do palácio foi tortuosa e movimentada. Pelos corredores, as pessoas andavam sem parar buscando informações sobre Lissa.

 Na sala do trono, onde assentado em seu trono de ouro, Charles aguardava com anseio e preocupação, se segurando para não chorar. Sua tristeza e receio se intensificavam devido à lembrança de seus dois antigos filhos, mortos na grande Segunda guerra encantada, tal guerra sangrenta e violenta, ele estava tentando evitar que se repetisse.

 Imagine, perder dois filhos e agora a sua filha estar desaparecida. Isso mataria qualquer pai ou mãe.

 Sarah estava chorando sentada ao lado do trono do rei. Diferente de hoje cedo, ela não estava glamourosa, muito pelo contrário, ela estava acabada, a maquiagem escorria pelo seu rosto enquanto sua voz soluçava.

 A imensa porta se abre e um homem de poucos cabelos grisalhos entra. Ele usava uma roupa escura e longa, esse era Grindevold, o mordomo oficial do rei.

 - alguma novidade? Grindevold. – O rei se levanta assim que vê seu servo chegando.

 Ele se curva e diz:

 - não meu senhor, procuramos por todo o reino e nada. De casas para tendas, de tendas para a biblioteca e nenhum sinal ou testemunha. A única coisa que posso lhe confirmar é que a princesa esteve na biblioteca.

 - merda! – O rei grita com o desejo de bater em alguma coisa, mas não havia nada ali que satisfizesse seu desejo – continue procurando  por todo o reino, ela não pôde estar muito longe!

 - sim meu senhor – o homem sai da sala do trono.

 - como essa menina saiu sem ser vista!? – A tensão do local era indescritível, tão indescritível que mal consigo descrever. Já disse que as pessoas iam e vinham pelos corredores? Acho que já.

 Bom, esse é um ótimo capítulo para apresentar os membros da realeza ou que vivem no castelo, mas antes, queria terminar a cena na sala do trono.

 Sarah, ainda acaba diz:

 - ela foi pelas passagens secretas do palácio, eu ensinei ela a usá-la... – as palavras mal saíram de sua boca, se fosse possível, ela estaria se afogando em lágrimas.

 - mas por que você fez isso?- Ele grita, tão alto quanto desejava. A rainha começou a chorar ainda mais, não pelo fato do rei ter gritado com ela, mas claro que isso intensificou a sensação de culpa que a mulher já estava sentindo. Percebendo o que fez, Charles se ajoelha para a mulher em prantos, que o olha nos olhos, finalmente vendo lágrimas saírem dos olhos azuis de seu marido – me desculpe Sarah, Tudo isso está me deixando nervoso demais...

 - eu sei Charles, eu sei o quanto você está ocupado tentando impedir uma guerra! Também sei o quanto você ama nossa filha e que você já perdeu dois filhos! o que nós precisamos agora não é um culpado, é a nossa filha! Nós precisamos da Lissa! – Novamente ela caiu em um choro de dar dó, um choro que faria qualquer outra pessoa, inclusive pai ou mãe, chorar junto com ela.

 Nesse momento, seria ótimo orar para alguma fada ou qualquer coisa que pudesse ajudar, mas essa dádiva, ninguém do Mundo encantado tinha, afinal, os “Criadores” morreram e seus nomes se perderam.

 Os anões tinham suas divindades, assim como os Orcs e Goblins. Mas os humanos, que deuses poderiam servir se seu egoísmo os fazem ser o centro do mundo? O Mundo encantado agora pertence à eles, aos homens, e quando digo homens, também me refiro às mulheres, por favor, não achem que estou sendo machista ou coisa do tipo, como podem ter percebido, apoio a luta de vocês pelos seus direitos. O mundo pertence aos mais fortes, o mundo pertence a quem soube usar a magia da melhor forma possível, a quem soube guerrear e lutar, a quem soube matar as raças mais fortes.

Fairy Tales: Era uma vezWhere stories live. Discover now