32 | Exit

257 51 39
                                    

A milésima ligação perdida. O milésimo suspiro. Meu universo naquele momento não fazia sentido. Meus pensamentos, tudo havia perdido o sentido. Foi uma despedida, e quando a ficha caiu eu percebi q gravidade de tudo.

Eu a acolhi quando a mesma passou por um episódio doloroso. Eu estive a todo momento ao lado dela, observando tudo que havia desmoronado, tentando reconstruir aos poucos. Mas no primeiro momento ela me deixou. Na primeira oportunidade ela foi embora.

Balanço a cabeça negativamente. Tudo naquele momento era negativo, principalmente meus sentimentos.

Sinto uma onda de raiva me consumindo. Agarro o copo com força, os meus nós dos dedos estão brancos de tensão. Sem pensar duas vezes, lanço-o com força ao chão. O copo explode em estilhaços, espalhando-se pelo chão com um estrondo metálico, enquanto o líquido se espalha em pequenas poças. Sinto meu rosto contorcendo em fúria, a respiração está pesada e meus olhos faiscam com intensidade.

— Porra! — grito, descontroladamente.

Sinto meu coração batendo descontroladamente, como se estivesse tentando escapar do meu peito. Minhas mãos tremem incontrolavelmente, e tenho dificuldade para respirar, como se o ar estivesse sendo sugado para fora do ambiente. Minha mente está turva, cheia de pensamentos negativos e preocupações irracionais, que se repetem incessantemente. Sinto um aperto no peito, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer, mas não consigo identificar exatamente o que é. Minhas pernas estão fracas, mal consigo ficar de pé, e sinto uma vontade quase irresistível de fugir dali, dessa situação.

Me sento no sofá, ao sentir as forças serem sugadas para fora de mim. — O que foi esse barulho, Lisa?

Rosé pergunta, descendo as escadas rapidamente, fixando o olhar em mim. — Eu não deveria ter me envolvido com ela — balanço a cabeça. — eu não deveria ter voltado. — fungo.

— O que ela fez?

— Ela foi embora! Ela me usou! E tudo por quê? Porque eu sou uma mafiosa de merda, igual ao pai dela. — coloco as mãos na cabeça, coçando rapidamente.

— Você sabe, e eu sei que você e o pai dela são completamente diferentes. Ele mata qualquer pessoa, seja boa ou ruim, e você faz justiça. É completamente diferente.

— Isso não faz sentido.

— É a realidade, você tem que aceitar da maneira que é. A sua posição, você a aceita, e não mude apenas por uma mulher.

— Ela não é uma mulher qualquer. — seco meus olhos marejados de lágrimas, enquanto me levanto do sofá. — Ela é a mulher que eu amo.

— Mas ela não te ama! — um suspiro escapa, após suas duras palavras. Balanço a cabeça, caminhando em direção a saída da casa. Adentro o carro, apoiando as mãos no volante.

Sentada no banco do motorista, minhas mãos firmemente agarradas ao volante. Sinto a textura do couro sob meus dedos, a firmeza do material transmitindo confiança. Meu corpo está tenso, os músculos contraídos pela adrenalina da velocidade. O cinto de segurança prende-me ao assento, mantendo-me seguro.

O rosto está sério, os olhos fixos na estrada à frente. Cada movimento é calculado, cada curva antecipada. O coração bate forte no peito, o sangue pulsa nas veias, a respiração está rápida e superficial.

O vento entra pelas janelas abertas, bagunçando meus cabelos e trazendo consigo o cheiro fresco da estrada. A paisagem ao redor passa rapidamente, borrando-se em um borrão de cores e formas. As árvores, os postes, os carros ao lado, tudo se funde em uma cena em movimento.

O som do motor é alto e constante, um ronco poderoso que ecoa no interior do carro. O ruído do vento e dos pneus contra o asfalto completa a sinfonia da velocidade. Estou imerso nesse mundo de sensações, completamente focado na condução, mas também consciente do perigo iminente, o que aumenta ainda mais a adrenalina.

Estou me sentindo ansiosa, meus olhos se movem rapidamente de um lado para o outro, incapazes de se fixar em um ponto. Minhas mãos estão inquietas, brincando nervosamente com os dedos ou batendo os pés no chão de forma ritmada.

Meu corpo está tenso, os ombros encolhidos, os músculos contraídos. Minha respiração é rápida e superficial, indicando meu estado de ansiedade. Sinto-me incapaz de me acalmar, como se estivesse constantemente à beira de um colapso emocional.

O ambiente ao meu redor parece opressivo, com sons altos e movimentos rápidos contribuindo para minha ansiedade.

Estou lutando para controlar meus sentimentos, mas a ansiedade parece dominar meus pensamentos e ações.

Estaciono o carro na praia, fechando os olhos com força, me questionando o porque de toda aquela situação. O porque de tudo o que estava acontecendo, de cada ato. Mas uma coisa eu tinha certeza, eu iria matar aquele homem, eu não ligaria para as consequências. 

Abro o porta-luvas, encontrando a garrafa de whisky, juntamente com uma pistola. Guardo-a no bolso traseiro, abrindo a garrafa, enquanto me retiro do carro rapidamente. Caminho em direção a água, sentindo a areia entrar em meus sapatos.

O som suave das ondas quebrando na costa enche meus ouvidos, criando uma atmosfera relaxante e tranquila. Acompanhada pela garrafa de whisky.

O ar é fresco e salgado, observo o movimento inexistente. Era uma paz, porém uma mistura de solidão.

Tomo um gole da bebida, sentindo meu corpo relaxar. Fecho os olhos, o ar fresco da noite espanta o calor. Meus pensamentos a cada momento parecem confusos. Meu corpo parecia mais relaxado que o normal. Era como se eu estivesse saindo da órbita aos poucos. Como se minha realidade estivesse desaparecendo aos poucos. Eu estava aos poucos fora de mim.

Pego a arma em meu bolso, analisando em minha mão. Eu não sabia o que fazer com aquilo. Não lidar com a situação. Tudo a minha volta parecia não fazer sentido. Coloco o dedo no gatilho, então aponto o cano da arma para minha cabeça. Suspiro pesado, erguendo o rosto, enquanto fecho meus olhos levemente, sentindo o ar gelado.

Apenas uma bala, era o suficiente. Apenas uma puxada de gatilho, poderia mudar absolutamente tudo. Toda a minha vida, todo o fardo que eu carregara, mudaria completamente. O peso iria embora. A dor seria invalidada. O sentimento iria embora. O amor que eu sentia por aquela mulher, seria esquecido, como se eu nunca houvesse sentido.

A minha vida acabaria aqui. E essa era a melhor saída.

My Sweet MobsterTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon