IV - Jantar em família

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"No silêncio das sombras, o suspense se tecia, enredando os sentidos em uma teia de incertezas

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"No silêncio das sombras, o suspense se tecia, enredando os sentidos em uma teia de incertezas."

O som insistente do despertador na mesinha de cabeceira invadiu o quarto, e a vontade de levantar era quase nula. Abri um só dos olhos, buscando a fonte do som para pausá-lo.

Fechei os olhos novamente, resistindo à ideia de deixar para trás a noite maravilhosa que passei com Emma. A preguiça era palpável. Passei minha mão pelo lado dela na cama, que agora se encontrava frio, indicando que já havia um tempo desde que ela partira. Abri os olhos novamente, tentando me acostumar com a claridade da manhã, enquanto bufava diante da perspectiva de mais um dia começando.

É o melhor assim. Tivemos uma noite incrível, nos divertimos e aproveitamos, e é só isso. Afinal, já fiz isso tantas vezes com outras mulheres que não deveria estar me incomodando.

Levantei da cama, deixando para trás as lembranças da noite com Emma. Dirigi-me ao banheiro e tomei um banho revigorante. Hoje, meu dia se resumiria a apenas duas audiências de instrução simples.

Regina desceu as escadas, pronta para enfrentar o dia no foro. Ao se aproximar do balcão da cozinha, onde costumava pegar suas chaves, surpreendeu-se ao encontrar uma bandeja de café da manhã meticulosamente arrumada, exalando aromas tentadores de ovos, bacon, frutas frescas e café quente. Junto à bandeja, um pequeno bilhete capturou sua atenção.

"Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada. Você merece muito mais, Regina.

Obrigada por essa noite,
Com amor,
ES"

Saboreei o café cuidadosamente preparado por Emma, permitindo-me refletir sobre os encantos da noite anterior. Emma era uma mistura de encanto e determinação, uma mulher que não baixava a cabeça diante de desafios, uma característica admirável. No entanto, questionava-me sobre suas escolhas, especialmente como poderia ela ter se envolvido com alguém como Luter.

Apesar da intensidade da noite, percebi que não trocamos números de celular e mal sabia detalhes sobre sua residência ou o local onde lecionava. Uma parte de mim ponderava sobre a sabedoria dessa falta de informação mútua. Talvez fosse melhor assim. A complexidade do meu mundo, somada à relação dela com Luter, tornaria qualquer envolvimento entre nós perigoso. Proteger-me seria uma necessidade, mas protegê-la seria a verdadeira prioridade.

    A caminho do foro, enquanto me dirigia para mais um dia de trabalho, recebi uma mensagem de Zelena confirmando o jantar para a noite. A perspectiva de um momento em família trouxe uma sensação acolhedora, contrastando com as lembranças da noite passada com Emma.

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