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  Eu estava no banheiro do meu quarto no hospital.

— Amor– O Carl me chamou.

— Oi– Falei.

— 'Tá tudo bem?– Ele me perguntou.

  Eu abri a porta do banheiro.

— Parece que 'tá saindo as cataratas do Niágara de sangue da minha vigina e eu 'tô me sentindo um bebê com esse absorvente pós parto– Eu falo.

— Um bebê?– Ele me perguntou.

  Eu levantei a roupa do hospital e mostrei.

— Caralho, você fica uma gostosa de fralda– O Carl diz sorrindo.

  Eu 'tava brava com o comentário dele, mas mesmo assim eu comecei a rir e ele também.

— Aí! 'Tá doendo– Eu falo colocando a mão sobre a minha parte íntima.

— Desculpa, eu não tinha que te fazer rir– O Carl disse se aproximando se mim— Eu vou te ajudar a voltar pra cama.

  Ele me ajudou a ir pra cama.

— Não pensei que o pós-parto iria doer tanto... Eu sabia que o parto doía, mas era pra ser mais fácil o pós-parto– Falei me deitando.

— Eles te deram pontos aí em baixo– O Carl diz.

— E mesmo assim depois de ter o bebê a minha barriga parece que eu 'tô grávida de 3 meses– Eu falo.

— Daqui a pouco volta ao normal. E você 'tá linda da mesma forma– Ele disse e depois me deu um beijo.

  De repente eu ouvi um barulhinho vindo do Ethan.

— 'Tá na hora dele mamar. Pega ele pra mim?– Perguntei.

  O Carl foi até o Ethan e com muito cuidado e dificuldade ele pegou o bebê.

— Espera aí, eu 'tô indo. De vagar mas eu 'tô indo– O Carl diz.

  O Ethan começou a chorar.

— Calma, filho, não dá pra mim andar mais rapido– O carl disse.

— Eu acho que uma tartaruga anda mais rápido– Falei me sentando.

— Eu não quero derrubar ele– O Carl diz chegando perto de mim.

— Amor, você já me carregou no colo. Eu sou bem mais pesada que o Ethan– Eu falo descendo a manga pra poder amamentar.

— Não é questão de ser pesado e que ele é minúsculo e frágil. Eu tenho medo de apertar de mais e machucar ele ou não segurar forte o suficiente e derrubar ele– O Carl disse me entregando o Ethan.

— Oi, meu menino. Você 'tá com fominha? Ainda bem que a mamãe tem um peito lotado de leite só pra você– Falei.

  De vagar eu comecei a tentar colocar o meu peito na boca dele.

— Droga...– Eu falo.

— O que foi?– O Carl me perguntou.

— Ele não 'tá pegando o peito– Respondo— Vamo lá, filho. A mamãe tem um peito cheio de leite pra você. Ele 'tá chorando mas não pega o peito.

  Eu continuei tentando.

— Vamo lá, filho, se eu tivesse a chance de colocar a minha boca no peito da sua mãe quando eu quisesse eu não iria recusar– O Carl diz.

— Amor, para– Eu falo.

— O quê? Eu 'tô falando a verdade– Ele disse.

  Então finalmente ele pegou o peito.

Shameless| Carl Gallagher Where stories live. Discover now