03

104 15 2
                                    






Alelian



Guardo a prancha quando ela tinha esfriado, coloquei meu celular no carregador, descemos peguei cadeira pra a gente sentar na frente do depósito, minha vó tinha descido bem antes. Fechei o portão sentando na cadeira cruzando as pernas, em cima do batente, joguei meu cabelo nas costas ele ainda estava úmido, ele toma praticamente minhas costas toda, meu xodó todo ele, tenho o maior cuidado com ele.

Eu: Ainda tá trabalhando no mercadinho? – olhei pra Lary, que tava sentada do meu lado.

Lary: Infelizmente, não tive coragem ainda pra vira prostituta – dei risada, muito idiota cara não dá – é sério cara, aquilo é escravidão, to mim sentido como o povo de Moisés.

Aline: Olha as conversa dela pilantra – bateu no braço dela que levantou rindo – vá na onda dela que eu te dou uma surra, que nunca mas você vai anda. – bateu em mim também.

Eu: Oxe, eu nem falei nada cara, misericórdia – ri passando a mão na onde ela bateu.

Lary: Mas é sério tia, essas meninas de hoje nem trabalha e só vivi de roupa nova, eu que mim fodo pra caralho nem vivo em festa assim – concordei, por era pura verdade isso. – Rufino, viado venha aqui – chamou quando passou de Pcx na nossa frente – ihh a viada tá motorizada agora, o terror da favela.

Rufino: É o que mulher. – disse quando parou a moto perto da onde a gente tava sentada.

Lary: A poc, agora tá se achando por que tá motorizada – falou e o viado jogou o cabelo imaginário, deu risada. – viado disfarçado mano, conseguiu essa moto como viado?

Rufino: Trabalhando igual uma condenada né mulher.

Lary: Só se for dando né viado baixo, quem é o traficante que te comendo, pra tá te bancando forte assim?

Rufino: O mulher tu quer ver eu perde o meu muco é? Quem tá comendo aqui tá sendo bem servido – eu to aqui chocada só escutando – não posso perde esse patrocínio, o bofe ainda é casado mulher imagine o estrago se isso vaza.

Lary: Viado tá fazendo cu de buceta só pode – deu risada – mas isso nem mim choca, esses traficantes daqui a maioria gosta de comer viado, tudo na calada – disse e o viado balançou a cabeça concordando.

Rufino: Eu que não vou perder meu patrocínio né amor.

Lary: viado sujo, mas é isso mesmo mulher tira muito enquanto pode. – falou olhando pra ele – mas você ainda tá trabalhando como fotógrafo?

Rufino: To pegando poucos trabalhos agora – disse se apoiando no guidom da moto.

Lary: Pra que também né viado, do jeito que tá, tá melhor que eu. Cara quero ser bem comida e banca – colocou a mão na testa fugindo choro – nem é uma coisa tão difícil.

Rufino: você é triste mulher, zero condições pra você piranha – Lary bateu nela rindo.

Lary: mas respeito comigo, sou um piranha do lar – jogou o cabelo rindo. – que boato é esse que seu Félix tá pegando a menina de 15 anos de lá da rua da dezoito, desse que a menina só vivi na casa dele mulher, se Igor tivesse vivo ele ia arrasar com a cara dele.

Rufino: Mulher que babado, o velho tá querendo fuder, e pegou logo uma de menor – falou com os olhos arregalados – e a família dela sabia?

Lary: A mãe dela sabe, disse que ele tá bancando até o aniversário de 15, mulher.. – riu batendo palma – a mona não é fraca não.

Eu: quem é Igor? – olhei pra Lary esperando ela responder.

Lary: Era o gerente que mataram recentemente, tem uns 2 meses que morreu. O pai dele é um velho que não aguenta ver mulher.

Rufino: Ele que não se oriente não, vai morrer rapidinho – falou e Lary concordou.– mulher vou adianta, depois eu vou encontrar meu papai banca, papai da Pandora – deu risada ligando a moto e dando partida.

Aline: Alelian seu pai tá ligando – saiu de dentro do depósito, levantei no susto – não sei como ele descobriu que você tá aqui, deve ter mandado mensagem pro seu celular – procurei meu celular pelo bolso e lembrei que ele tá lá em cima carregando.

Eu: deixei lá em cima vou pegar – abri o portão subir ouvindo Lary pedi uma cerveja pra minha vó. Abri a porta indo em direção onde tá meu celular. Ligo a tel a vendo muitas mensagens chegar.

Opressor

Opressor: tu tá na onde Alelian ?
Opressor: até agora tu não chegou em casa.
Opressor: não tá respondendo porque?

10 ligações perdidas de ( opressor)

Caralho.. to fodida, guardo meu carregador na mochila e a minha roupa do curso, desligo a luz do quarto, desço pro depósito vendo Lary sentado com minha vó bebendo Heineken.

Eu: Pessoas que eu amo, já estou indo embora – falei parando do lado de minha vó, pego o celular chamando o Uber. – vou tem que ir pra entrada pega o Uber. – vó, ele falou o que quando você atendeu?

Aline: Só falou pra eu te mandar pra casa, eu falei que eu tinha ligada pra você te chamando pra vim pra cá..

Eu: Eu vou logo se não, nem consigo vim no fim de semana – abracei ela – te amo minha vida

Aline: também te amo meu amor.

Lary: bora, vou até a entrada com você, tia joga fora pra mim – entregou a garrafa de vidro pra ela, segurou a minha mão – olhei pra trás dando tchau pra minha vó que retribuiu.

Chegamos na entrada o carro já estava lá esperando, era um vermelho.

Eu: tchau minha vida – abracei ela – vou compartilhar a corrida com você.

Lary: viu, tchau minha Lília – mim deu um selinho de amizade.

Entrei no carro dando boa noite ao motorista, fechei a porta colocando a minha mochila do meu lado, orando pra que ele esteja mas calma.




❤️

Além do limiteWhere stories live. Discover now