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As sobrancelhas de Nestha se ergueram quando ela encarou os olhos de Rhys e depois desviou para os de Feyre

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As sobrancelhas de Nestha se ergueram quando ela encarou os olhos de Rhys e depois desviou para os de Feyre. Ela sentiu Cassian se mexer atrás dela e seu polegar acariciou sua mão brevemente. Nestha já havia falado tudo o que aconteceu, mas aparentemente para Rhysand, não fazia muito sentido, afinal, ele não sentiu ninguém perfurar a barreira de Velaris e se a fêmea que salvou Nestha não fosse da Corte Noturna, como ela poderia ter entrado tão facilmente? Como ela conhece Velaris?

— Eu já disse tudo o que aconteceu — Nestha repetiu impaciente — Não tenho nada mais para dizer.

— Onde Azriel está? — Cassian perguntou antes que alguém pudesse responder Nestha — Ele ficou para procurar alguma coisa.

— Ele está vindo para cá — Rhys respondeu — Parece que ele encontrou algo.

— Poderia ter dito antes — Nestha resmungou cruzando as pernas — Mas duvido que ele encontre alguma coisa decente, ela não deixou nada para trás.

Assim que Nestha se calou, a porta foi aberta. Azriel passou por ela calmamente e seus olhos encontraram os da amiga quando ele parou ao seu lado.

— Eu encontrei algo — Murmurou estendendo a mão em direção a mesa e colocando sobre ela, a ponta de uma flecha — Nada mais do que isso…

Rhysand encarou a ponta de flecha ao pegá-la. Seus olhos percorreram a lâmina afiada e deslizaram até o símbolo gravado na ponta. Uma borboleta, delicadamente esculpida, e com qualquer movimento suave fazia com que mudasse de cor entre preto e branco.

Um tremor percorreu o corpo de Rhysand ao reconhecer aquele símbolo. Seus lábios se entreabriram, e ele engoliu em seco com dificuldade quando percebeu a importância daquela marca. Ninguém em Prythian ousava usar o mesmo símbolo dos ancestrais, pois aquela borboleta representava os seres mais poderosos que já haviam pisado em suas terras.

Memórias antigas e sombrias começaram a invadir sua mente, trazendo à tona histórias entrelaçadas com a existência daquelas criaturas lendárias. Desde a infância, sua mãe lhe contava as histórias e como foi o terrível fim dos Líderes de Altória – agora, Prythian –. Eles haviam sido derrotados séculos atrás, selados em um plano distante onde a luz nunca alcançava, mas os sobreviventes ainda tinham uma fonte de esperança e Rhys a conheceu.

Kalilah fora como uma irmã mais velha para Rhysand e para sua irmã mais nova. Foi Kalilah quem lhe ensinou a controlar seus poderes, foi Kalilah quem lhe ensinou a lutar, ela o ensinava a ser um líder, mas o ensinava com amor, diferente de seu pai que só se importava com o poder. Kalilah esteve com Rhys no momento mais difícil da vida dele, ela o apoiou e lhe deu amor quando ele teve que se tornar grão-senhor antes da hora e por mais que ela nunca teve vontade de conhecer o Círculo Íntimo, Rhysand sabia que ele sempre seria parte da família dela, mesmo que estivesse construindo uma…

Mas Rhysand foi tolo o bastante para perder mais uma irmã e ele também não pode se despedir.

A palidez se estampou no rosto de Rhys, seus olhos se tornaram sombras profundas com as lembranças. As lembranças da briga que causou a separação deles fez o coração de Rhysand apertar-se de angústia. Ele sabia que havia errado, Kalilah sempre estava certa, mas ele zombou dela, desvalorizou seu esforço e a desprezou quando ela mais precisava, para que depois… Ele percebesse que perdeu a única pessoa que daria a vida para protegê-lo e como Kalilah havia prometido, ela não voltou para ajudá-lo e Rhys permaneceu debaixo de Amarantha durante aqueles cinquenta anos.

𝕮𝖔𝖗𝖙𝖊 𝖉𝖊 𝕹𝖔𝖎𝖙𝖊𝖘 𝕻𝖗𝖆𝖙𝖊𝖆𝖉𝖆𝖘| ᶜᵃˢˢᶦᵃⁿ ᵃⁿᵈ ⁿᵉˢᵗʰᵃ Where stories live. Discover now