epílogo

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Depois...

Aquele amor era deles.

Demoraram anos, lágrimas e desencontros para que fosse,
mas era. Tadeu Reis sabia que talvez nunca se perdoasse pelo
fato de ter bebido tanto naquela noite. Contudo, não se culpava
mais pela escolha de Bianca, não depois de ouvir com detalhes o
que ela disse à mulher que ele amava.

Bianca não sabia que ele amava Valéria, contudo, por que
fingir que ele a amava?

Era o tipo de pergunta que não valia a pena perder seu
tempo. Não mais. Não depois de tudo o que lutou, contra si,
contra seus sentimentos e contra sua dor. Ele enfrentou seu maior
medo, que era perder um de seus irmãos, por aquele erro, e
felizmente, ele tinha a sorte de sua família ser como era. Murilo
não o julgou em nenhum momento, na realidade, o entendeu.
Ajudou-o, no fim, e mesmo que Tadeu jamais se perdoasse, ele
tentava, todos os dias, por Murilo. Pelo irmão dele tê-lo feito.

E olhando para onde aquilo lhe trouxe, ele gostaria sim, de
mudar um pouco do caminho, mas não mudaria nada, caso fosse
perder aquele agora. O agora onde Valéria sorria, em uma mesa
farta, com os Torres, Fontes e Reis reunidos. Ela parecia
finalmente completa, e o coração dele, se completava por aquilo.

Nela, ele sempre encontrou a parte perdida de si, do amor
que nunca imaginou ser real, mas era. Porque foi feito para ela.
Eles construíram uma história baseada em não conseguirem negar o que sentiam, mas sem conseguirem enxergar o que o
outro sentia.

Contudo, ele enxergava agora.

Com ela sorrindo, ficando de pé e as mãos na barriga de
quase seis meses. Ele não podia imaginar que estariam
exatamente ali, naquele momento, para anunciarem o que todos
esperavam, mas não durante aquele almoço.

— Momento da grávida.

— Ei, eu também? — Olívia rebateu, e ela revirou os olhos
para a amiga.

— Momento da grávida de cabelos ruivos. — corrigiu e seu
olhar parou no meu, que estava sentada à sua frente, do outro
lado da mesa. — Preciso fazer um anúncio.

— Que estão juntos? — Igor perguntou, rindo de lado,
enquanto levantava sua taça de vinho. — Quem não sabe disso
ainda?

— Irmão...

— O quê? — Tadeu o olhou como se fosse socá-lo. — Ah,
é, esqueci que não podemos interromper a patroa dele. —
provocou, e a mesa estava cheia de risadinhas.

— Na verdade, só Tadeu acha que vou anunciar isso para
todos. — foi então que ele a encarou sem entender. O que ela
estaria aprontando? — É meio óbvio que estamos juntos, já que
mal conseguimos ficar longe um do outro, mas isso não é o foco.

— Não? — foi a vez de ele perguntar, perdido.

— O que está aprontando? — a voz de Paola era baixa,
mas todos a encararam. — Tin tin, não dá ponto sem nó.

Valéria então deu a volta na mesa, com um sorriso no rosto
e parou exatamente ao lado dele. A mão de Tadeu foi
instantaneamente para sua barriga, e ela sorriu quando a coisinha
deles chutou. Não mais apenas coisinha, ela agora sabia.

— Lembra sobre o apelido vergonhoso? — ele franziu o
cenho, assentindo. — Acho que podemos chamar a nossa
coisinha assim também.

— O que ursinho carinhoso tem a ver com... — Carol se
calou, arregalando os olhos. — É um menino!

Valéria riu alto, assentindo, enquanto a mesa se tornou
uma festa. Contudo, quando seu olhar parou no dele, foi como se
tudo ao redor perdesse o foco. Eram apenas eles e aquele
momento. A coisinha irritante como o pai, demorou o tanto que
pôde para lhe mostrar o sexo. E ela conseguiu enganar Tadeu na
última consulta e guardar tal segredo.

Sentiu-o puxá-la para os seus braços, e notou o sorriso no
canto de sua boca.

— Não acredito que descobriu o apelido e ainda o usou
para... — ele riu, e beijou sua testa. — É por isso que eu te amo.
— sussurrou, puxando-a para perto.

— Por quê? — Valéria indagou, provocando, mesmo que já
soubesse.

A resposta dele foi encostar os lábios nos dela. Como
sempre, os beijos deles, eram o encontro que sempre
necessitavam.

Eles se amavam, porque eles se completavam.

Existia uma grande diferença entre o que cada um era,
mas ainda assim, existia um encontro perfeito em cada limite um
do outro. Em cada detalhe. Em cada momento. Em cada sorriso.
Em cada troca.

Tadeu encontrou em Valéria a pessoa que o compreendia,
e o permitia ser quem era. Valéria encontrou em Tadeu um lugar onde podia se permitir ser cuidada. E eles se encontraram, na
coisinha que os fez finalmente enxergar um ao outro.

Eles se amaram à primeira vista, sem razão. Tão jovens,
mas eles souberam. Eles se amaram outra vez, com certeza. Tão
maduros, contudo, mais quebrados. Entretanto, da segunda vez,
existia uma peça que era parte dos dois, e os fez se encaixar
novamente. Uma peça que não era a razão para se amarem, mas
sim, o reflexo daquele sentimento.

E eles se amaram de novo, enquanto ela sorria em seus
braços e ele beijava sua testa, envoltos de gritos e palmas. Era
assim. Simples assim. Apaixonar-se pela pessoa certa todos os
dias.

Fim...





Gravida Do Ceo Que Não Me Ama Where stories live. Discover now