capítulo XXVI

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VALÉRIA

Andar de um lado para o outro na minha sala de estar se
tornou rotina. Ali estava eu, revivendo cada cena daquela noite. E sem entender como de fato consegui chegar em casa, após andar
e andar e andar, sem entender o que de fato tinha feito.

Eu tinha me apaixonado por ele e estava lutando
internamente, para aceitar tal sentimento. Novamente.

E ali estava eu, dizendo a mim mesma que estava tudo
bem. Que foi apenas uma noite e que com certeza, ele apenas
disse tudo o que disse pelo momento. As outras pessoas faziam
isso, certo?

Mas as outras pessoas não são o homem que você ama!
Minha mente, como sempre, tinha razão.

— Sua mãe tá parecendo uma adolescente, e a culpa é do
seu pai... — falei para minha barriga, sentindo-me um pouco
fraca. — O que eu vou fazer?

Batidas na porta me fizeram dar um pulo no lugar e não
precisava olhar para saber quem era. Eu sabia que era ele. De
alguma forma, eu sabia que ele viria até mim.

E estaria mentindo se dissesse que não esperava por
aquilo. Que lá no fundo, não torcia para que finalmente, pudesse
ser sincera.

— Não devia estar aqui. — falei, no instante em encontrei
Tadeu do outro lado da porta. — Estou ocupada.

— Fugindo?

Respirei fundo, negando.

Apenas me afastei da porta, e esperei que ele entrasse, e
como tínhamos nos acostumado, ele o fez. E de repente, voltei
dias antes, onde ele sequer entraria na minha casa, se eu não lhe
desse o total consentimento.

Ele agora parecia que via exatamente o que estava escrito
por trás dos meus olhos. E eu, estava apavorada.

Porque apenas uma coisa se passava por minha mente: eu
me apaixonei por ele. De novo. E mais uma vez. Merda!

— Por que foi embora sem dizer nada?

A mesma frase. A mesma entonação. A mesma resposta
em meus lábios.

— Porque não tem nada para mim aqui.

Só que agora, eu enxergava ainda mais nele. Em nós.

— Tem... Não é muito, mas... Você me tem, Valéria.

Olhei-o incrédula e ri sem vontade alguma.

— Você? — neguei com a cabeça. — Acho que é
impossível ter alguém que já amou tanto, a ponto de esquecer a
própria família. — me doía, porque era como um fantasma me
rondando. Saber que o amor que sentia por ele, na realidade, ele
já tinha sentido por outro alguém.

— Até quando vai deixar que o fantasma de Bianca fique
entre nós?

— Nós, Tadeu? — levantei as mãos para o alto, sem
conseguir acreditar naquela conversa. — Onde existiu nós? —
minha pergunta saiu mais alta do que esperava.

De repente, todos aqueles anos de uma paixão, que agora
eu encontrava um amor impossível, me atingiram em cheio.
Porque se um dia me apaixonei pela primeira vista, agora eu
sabia, que me apaixonei por quem ele era. Não superei o mínimo,
como superaria o todo?

Gravida Do Ceo Que Não Me Ama Where stories live. Discover now