capítulo XIX

205 20 1
                                    

VALÉRIA

— Então você rodou o mundo por um tempo, até parar
justamente aqui. — minha irmã falou, enquanto eu mexia nas
panelas, e a vi comer a batata frita que fiz antes de tudo. Era o
que ela mais gostava de comer, e segundo ela, as minhas ainda
eram as melhores. — Cozinheira de uma família que
coincidentemente, tem ligação com os Reis... Mas, em que
dorama a gente está?

— Sossega, tun tun. — Henrique falou, sentado no balcão
e com o olhar preso a nós, nossa irmã fez uma careta para o
apelido. Nós éramos péssimos neles.

Lembrava-me de chamar Gael de ten ten, porque eu
sempre pedia doces para ele, quando éramos mais novos. E era
como quem queria perguntar: você tem? E aquele ficou como seu
apelido. E no fim, como ele sempre me respondia: sim sim, e eu
repetia como um tin tin, acabara como meu apelido. Já Henrique e
Paola, acabaram por ter de aceitar o resto das vogais, quando os
batizei com os apelidos cafonas.

— Se eu contasse a história de amor de cada um, vocês
teriam os doramas clichê de romance perfeitos. — ambos
reviraram os olhos. — Parem com isso! — falei, batendo neles
com o pano de prato.

Meu celular tocou no balcão, e fiz um sinal para Rique
atender e colocar no viva-voz.

— É Tadeu. — ele sussurrou, assim que aceitou a
chamada na tela. Dei um pulo, e baixei o fogo, puxando o celular,
e tirando-o do viva-voz. — E ela ainda diz que eles não são um
casal...

Bati em sua orelha com o pano de prato antes de sair da
cozinha, e segui para o meu quarto.

— Oi. — falei, assim que fechei a porta atrás de mim.

— Desculpe interromper seu momento, só queria saber se
está bem... — ouvi o barulho de ele limpando a garganta. — Se
estão bem?

— Nunca estive melhor. — assumi, sem conseguir
esconder.

Existia algo em Tadeu que me deixava confortável. E era
simples assim. Desde quando o provoquei naquele bar no meio
do nada, até aquela pousada há pouco tempo atrás... Era fácil
falar com ele, mesmo que eu não quisesse.

— E como você está? — perguntei, e o silêncio perdurou
por alguns segundos, deixando-me confusa. — Tadeu?

— É... Eu estou bem. — sua resposta não me convenceu.
— É que nunca me perguntou isso antes.

Foi então que pensei sobre isso, e era verdade... Ele
estava tentando fazer aquela convivência da melhor forma
possível e eu, geralmente só tornava mais confusa.

— Meus irmãos disseram que só podem ficar até a hora do
almoço, já que é o tempo que puderam sair sem que ninguém
desconfiasse... Pode me ver a tarde?

— Claro. — sua resposta veio quase que instantânea. —
Até mais tarde, então.

— E Tadeu? — ele me deu um leve “sim” para que
continuasse. — Obrigada por tudo isso. Sei que está fazendo pelo
nosso filho, mas ainda assim, eu não tenho palavras para dizer o
quanto estou grata.

Gravida Do Ceo Que Não Me Ama Where stories live. Discover now