CAPÍTULO 11. Chá

882 95 113
                                    

Como recompensa por termos batido 1k de leituras, vou disponibilizar mais um capítulo essa semana.

Desde já peço perdão pelos erros, não estou com muito tempo para revisar o texto e para que vocês não fiquem sem capítulos estou mandando direto.

Até a próxima, Mabel (:

*

ERIS

— Você está fazendo isso de propósito. Qual o seu problema, porra? — ainda não consigo acreditar que ela foi capaz de se fingir de interessada na guria só para me atingir ou seja lá que merda está pensando.

— Meu problema? É assistir de camarote a pessoa mais importante da minha vida jogar as chances que ela tem de viver, no lixo — Haru me deu o maior tapa sem mão. 

— Inacreditável, Haru, inacreditável — ela me sorriu de forma cínica.

— Então, aquela conversa ontem no meu quarto...? — pergunto.

— Eu precisava ter a certeza do que eu senti na formatura da capeta leite ninho. Então... apenas joguei a isca. Vi o jeito como vocês olhavam uma para outra no Teatro Municipal, seu discurso de ontem não me convenceu em nada. Nem você se convenceu do que falou. 

Filha da puta.

— As danças ontem no Quimera...? — continuo perguntando.

— Eu precisava descobrir qual era a dela. E, não, eu não a usei se é o que está pensando. Curti mesmo passar um tempo com a Misha, nós conversamos bastante, ela é mesmo incrível e descobri muitas coisas sobre ela — Haru continua me respondendo da forma mais natural possível — inclusive que o sabor favorito de sorvete dela é café.

Ah, você jura?

— Que bom, Haru.

— Descobri também que ela está bem afim de você.

— E descobriu isso como? Com a sua bola de cristal? — estou com tanto ódio dessa gaúcha descolorida que minha vontade é mandá-la de volta para o seu emprego. Mas, agora, da forma correta.

— Ela não tirou os olhos a noite inteira de você, sua lerda. Bem como não tirou os olhos de você na formatura da Catarina, ontem na ceia e hoje aqui no churrasco. Mesmo você passando o dia ignorando a garota e se exibindo com a ruiva — Haru estala a língua.

— Você sabe muito bem que eu não estava fazendo isso — a encaro com minha fisionomia fechada — e a Bruna é nossa amiga... apenas amiga. 

— É claro que eu sei. Quem não sabe disso é a Misha. 

— Você é a pessoa mais descompensada que eu conheço, Haru.

— E você é a pessoa mais difícil que eu conheço, Eris. Precisei tomar medidas drásticas, caceta.

"Medidas drásticas" no dicionário da Haru significa: fazer merda.

Acredite, nunca sai uma coisa que preste.

— Tá me dizendo que você fez isso de propósito porque quer que eu curta a minha vida — ela afirma com a cabeça — e você chegou a conclusão que serei feliz com a garota que veio passar as férias e vai embora no final de janeiro? Para a Inglaterra.

Haru sabe muito bem o que esse inferno de lugar significa para mim.

— Não vá por esse caminho... — ela diz — vocês olham de um jeito diferente uma para a outra, a gente sente quando é algo a mais, pelo menos eu acho — ela divaga, olhando para o céu acima de nossas cabeças.

ANTES QUE ELA VÁ EMBORA | ROMANCE LÉSBICODonde viven las historias. Descúbrelo ahora