Capítulo 25 - a proposta.

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P.o.v: Atlas.
Cheguei em casa e minha mãe estava sentada tomando um café e mexendo em seu iPad.

–Ué, filho, chegou cedo. – ela me jogou um sorriso

–Pois é, eu não tive a última aula então adiantei o ensaio da peça da escola e vim embora. – respondi pegando uma caneca no armário

–Será que você quer ir ao P-flag hoje? – minha mãe me perguntou

–Não sei não, Kiki. – respondi

–Você que nos inspirou a fundar o grupo. Vamos, por favor, você não precisa falar nada. – minha mão insistiu

–Tá bem, eu vou. – me dei por vencido

Depois de tomar meu café fui me trocar para ir com a minha mãe ao encontro do grupo. Chegamos lá, era uma sala em um prédio comercial no centro da cidade. O Travor estava lá quando ele me viu acenou. Alguns pais falavam sobre como era difícil pra eles lidarem com os filhos e outros como a vida se tornou mais leve com os filhos depois que eles contaram sobre sua sexualidade e o Travor ouvia tudo atentamente.

–Que estranho. – murmurei

Fui até a sacada, fiquei olhando os carros e fiquei pensando em como seria se fizesse um grupo com os filhos dessas pessoas pra falar sobre como é pra gente.

–Ei, Atlas. – a voz do Thomas ecoou atrás de mim

–Sr. Addison. – me virei

–Olha só, eu vim conversar com você. Eu sei o que está acontecendo com o meu filho na escola. – ele disse e se escorou no parapeito

–Então o senhor sabe que não tá nada fácil pro Noa. – falei

–Sim é e por isso que eu tô disposto a aceitar ele em casa de novo. – ele me encarou –Se você terminar com o Noa.

Nesse momento meu coração acelerou, eu fique estático olhando para o Thomas.

–É... eu gosto mesmo dele. – suspirei

–Nos dois concordamos que a vida do Noa está de ponta cabeça, desde que vocês dois começaram isso. Então se você o ama de verdade, vai fazer o que eu pedi, vai ficar mais fácil pra ele, e ano que vem ele vai pra faculdade, Atlas. Vocês vão terminar de uma maneira ou de outra. – o homem argumentou

–O senhor tem razão. – falei encarando o horizonte

–Ei, filho. – minha mãe parou quando viu o Thomas ali. –O que houve aqui?

–Nada, nós só nos acertamos. Não é Atlas? – o homem forçou um sorriso

–É sim! – respondi cabisbaixo

Percebi um olhar desconfiado da minha mãe, entramos os três, a reunião acabou e eu fui pra casa pensando na proposta do Thomas.

Os dias foram se arrastando, o final de semana foi chuvoso, fiquei pensando no que o homem havia me dito, Noa notou que eu estava distante, óbvio. Na segunda de manhã eu fui para escola no meu carro, coloquei uma música e fui dirigindo.

Estava olhando pela janela da sala de aula, o céu estava nublado com nuvens tão escutar que a manhã parecia noite.

–Isso não te assusta, parece que vai chover muito. – Seth disse sentado ao meu lado

–Eu gosto na verdade, acho o inverno uma estão aconchegante. – respondi

–Você tá pensativo a alguns dias, tem a ver com ser o par do Parker ? – o loiro me questionou

–Não, tem a ver com o Noa. – contei

–Eu te entendo, eu passei por isso com o Parker no começo. – Seth me disse

–Não pareceu. – falei

–Porque o meu pai é juíz e a minha mãe advogada. Eu logo meti um processo por homofobia. – o garoto sorriu

–E como não puderam mais pegar no seu pé, me pegaram pra Cristo. – bufei

–E se fazer de vítima não vai adiantar. Cadê o Atlas atrevido do começo do ano? – ele me perguntou

–Eu acho que ele sumiu depois que eu me assumi. – contei

–Da um jeito de trazer ele de volta. Se fazer de coitado não combina com seu tom de pele, gato. – Seth ergueu meu queixo

–Você tem razão. – sorri

–Olha só, projeto de Betty Cooper. Sexta a noite eu vou dar uma festa na minha casa do lago, e nós vamos pra você tirar esse estresse da cabeça. – Seth sorriu

–Tá bem, vai ser bom ir pra uma festa. – falei

–É melhor você chamar o Noa, porque eu também chamei o Jake. – o loiro me alertou

–Pode deixar. – forcei um sorriso, o professor chegou na sala e começou a aula.

Depois da aula fui para o treino de baseball, fiquei sentado no banco olhando para o meu celular, uma foto que o Noa tirou nossa.

–Irmão, o que tá acontecendo? – Jensen se sentou ao meu lado

–Tô tomando coragem pra fazer uma coisa. – respondi.

–E qual seria essa coisa certa? – ele me perguntou

–Terminar com o Noa. – respondi

–Porque isso agora? – meu irmão me jogou um olhar curioso

–Tudo virou um caos, as coisas eram mais fáceis antes disso tudo. – falei

–Você vai correr do problema porque é mais fácil? – Jensen debochou

–Correr não tá sendo a opção mais fácil. – retruquei

Noa vinha me nossa direção, fiz um sinal pra ele ficar quieto.

–Ei, porque tá quietinho hoje o dia todo? – Noa se sentou ao meu lado

–Eu só tô pensando. – forcei um sorriso, meu pai chamou a gente. –Vamos treinar.

–Ei, filho! – Thomas chamou ali

–Pai, o que faz aqui? – Noa o questionou

–Vim te ver. – o homem respondeu. –E dizer, que se quiser voltar pra casa, as portas estão abertas.

–Porque agora? – o garoto o encarava

–Só tô tentando ser uma pai melhor. – ele sorriu sínico

–Eu tenho treino. – Noa saiu dali

–Agora é só você cumprir sua parte. – Thomas disse pra mim

–Que parte é essa? – meu irmão me perguntou

–O treino já começou. – fui para o campo

Não consegui me concentrar, estava perdendo todas as bolas e os meus arremessos era sem efeito.

–Atlas, o que tá acontecendo com você? – Noa me perguntou, estávamos na beira do campo

–A gente precisa terminar. – falei sem olhar pra ele

–Como assim? Porque? – ele me olhava atônito

–Vai ser melhor pra gente, ninguém vai pegar no seu pé. – mantive meu olhar na grama

–Não, a gente resolve, eu vou lutar pela gente. Não ligo se tiver que brigar com o Travor todos os dias. – Noa insistiu

–Aproveita que o seu pai deixou você voltar pra casa. – corri pro vestiário.

Meu Namorado De Mentira | Romance GayWhere stories live. Discover now