Objetivo: Conquiste o bad boy [kth+jjk]

Extra Especial: Cerquita de Ti

"É preciso amar sem pensar, porque o amor é celestial."
— Celestial, RBD

🌟

— Olha, sinceramente, eu não acredito que você está me obrigando a fazer isso — Taehyung resmungou pela terceira vez ao tentar dar um nó na gravata vermelha que havia comprado do camelô na saída do trem.

— Você disse que ia ser o Miguel da minha Mía! — Jeongguk rebateu.
Podia jurar que a orelha ardia de tanto ouvir Taehyung reclamar.

Estavam na fila da Soy Rebelde Tour há menos de uma hora e Taehyung já havia reclamado até da mosca que passou voando ao seu lado.

— Sim, e por isso eu não deveria estar aqui. Miguel também não está. — Sem querer, uma gargalhada escapou dos lábios de Taehyung, mas logo sumiu quando encarou o rosto de Jeongguk.

— Não achei graça.

— Desculpe, também não achei.

Jeongguk revirou os olhos ao engolir a vontade de rir. Havia achado graça, mas também precisava manter a pose para que Taehyung engolisse suas reclamações e continuasse ao seu lado na fila.

Era cansativo estar ali, sabia disso, mas era seu sonho e queria muito que Taehyung estivesse consigo ao realizá-lo, por isso, apenas virou-se na direção do namorado e o ajudou a dar o nó na gravata igual aos que os cantores usavam na época da novela.

— Eu sei que é seu sonho — Taehyung começou, como se tivesse acabado de ler seus pensamentos. — Me desculpe pelas reclamações, é que eu não estou acostumado com esse tantão de gente e esse calor de molhar o rego.

— Não diga essas coisas em voz alta! — Jeongguk estapeou no ombro, rindo alto.

— Eles nem vão entender — retrucou, ainda que não tivesse certeza daquilo. Muitos brasileiros sabiam falar em inglês. — Mas brincadeiras à parte, eu estou feliz de estar ao seu lado. Sei o quanto é importante pra você ver o Diego cantar Futuro Ex-Novio.

— É Ucker — corrigiu com um risinho nos labios. — Obrigado, Tae. De verdade. Eu prometo que essa será a única vez que trarei você para um show tão lotado. Até porque ninguém lota estádio assim.

Taehyung gargalhou. Jeongguk era como aqueles fãs de Twitter, competindo números e estádio lotados.

— Duvido você postar um tweet falando isso — provocou.

— Não tô maluco ainda. Minha conta cai amanhã se eu fizer isso.

Podia apostar que sim.

Permaneceram ali por mais um bocado de tempo. A fila andava devagar, quase parando e cada vez que alguém ousava cortar a fila do casal, Jeongguk parecia incorporar a própria Roberta Pardo.

— Amor, você vai acabar levando um soco. — Taehyung tentou acalmá-lo quando o namorado arrumou briga com uma garota com um chapéu rosa enorme.

— Eles não param de cortar a nossa fila, Tae!

— Mas fica calmo, falta só um pouco pra gente entrar.

Taehyung mal terminou de falar e, de repente, um grande vão se abriu na fila assim que os portões se abriram.
Sem se importar com a calma que o namorado havia acabado de pedir, Jeongguk apenas agarrou a mão alheia e correu como se sua vida dependesse daquilo — e talvez dependesse mesmo.

— Corre que a grade é nossa, Tae.

— Jeongguk, pelo amor do Santo de Deus de misericórdia! — Taehyung gritou de volta, sentindo as pernas amolecerem.

— Corre, Tae, corre!

Dali em diante, Taehyung não conseguiu prestar atenção em mais nada. Correu o máximo que conseguiu e só parou quando o corpo bateu contra a grade que os separavam do palco. A garganta arranhava com sede e não demorou muito para um bombeiro passar por ali e distribuir água.

Tudo que não correu durante seus 23 anos de vida, havia acabado de correr naquele dia. Apenas porque Jeongguk queria a grade do show.

— A gente conseguiu! Eu vou ver o Ucker bem na minha cara, Tae. Puta merda. Você vai ver como ele virou um gostosão.

Jeongguk estava tão elétrico, o coração batia acelerado no peito enquanto a ficha caia de que realizaria seu maior sonho de infância. 15 anos depois, ele estava em um show do RBD.

Dava para acreditar?

Até o show começar, a estrela de Jeongguk, brilhante igual a que Mía e Anahí costumava usar, caiu de sua testa cerca de vintes vezes, o look já estava amassado e a gravata não estava mais amarrada no pescoço devido o calor, mas, mesmo assim, o brilho nos olhos escuros se manteve ali.

Assim que a introdução de Tras de Mí soou por todo o estádio, Taehyung pôde jurar que o chão tremeu tamanha intensidade que aqueles fãs, que guardavam o amor pela banda há mais de dez anos.

Ao encarar Jeongguk, sentiu o coração derreter dentro do peito. O namorado chorava com um sorriso que lhe rasgava as bochechas. Sem que percebesse, seus olhos também se encheram de lágrimas. Taehyung sentiu o corpo arrepiar com a gritaria e sorriu largo com aquilo. Maravilhado com a sensação de fazer parte daquilo.

— Você conseguiu, bebê — sussurrou ao deixar um beijo no pescoço do outro.

E quando a Kiss Cam apareceu em Besáme Sin Miedo, Jeongguk fez questão de beijá-lo. Um beijo cheio de amor e gratidão, por Taehyung estar ao seu lado naquela realização.

— Yo digo R... — sussurrou rente aos lábios de Taehyung, sorrindo ao senti-lo sorrir também.

— Tú dices BD.

— Obrigado por estar aqui.

— Eu faria qualquer coisa para vê-lo feliz, Jeongguk. Saiba disso. — Taehyung fez questão de afirmar.

Mesmo com tudo que havia enfrentado para estarem ali naquele dia, tinha certeza que faria tudo de novo apenas para ver Jeongguk sorrir daquela forma. Como se o mundo fosse seu.

E ele não era o único.

Jeongguk faria qualquer coisa para que Taehyung fosse feliz. Amaria-o sem limite, de frente e sem complexos, sem pensar.

Porque o amor era celestial.