40 - Decisão

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Já tinham se passado um dia depois que Ian foi para o trabalho e um dia que havia descoberto que minha mãe tinha pedido demissão, ela estava muito apreensiva quando foi para o evento e assim que voltou no outro dia contou tudo para mim, ela estava triste era um emprego repleto de bagagens emocionais, passou muito tempo com meu pai lá.

— Está pensando mesmo em abrir sua própria empresa? — Eu me sento ao seu lado do sofá.

— Sim, não queria me demitir, mas estava sendo insuportável trabalhar lá, talvez se eu abrir minha própria seja o melhor investimento. — Ela já parecia bem melhor do dia anterior, ela sorri.

— Nem acredito, fundar minha empresa.

— Nem eu, mãe você vai arrasar. — Ela realmente estava muito feliz, ela então olha para mim.

— O que foi? 

— Não é nada. — Era sim, eu não parava de pensar em Ian, quase 24 horas por dia e está sendo insuportável guardar isso para mim.

— Lyra, eu te conheço, me conta tudo filha. — Minha mãe era minha melhor amiga, não tinha motivos para não falar tudo para ela, ela deveria ser a primeira a saber.

— Como soube que gostava do meu pai? — Eu a pergunto, ela arregala os olhos e abre um enorme sorriso.

— Meu Deus, esperei tanto por isso. —Eu continuo a olhar.

— É o Ian, não é? — Eu não respondo e sorrio. — Eu sabia! — Ela dá um pulinho do sofá e se aproxima mais perto de mim.

— Mãe! — Eu digo e ela não para de sorrir. — Me conta tudo. 

— Primeiro me responde, por favor.

— Tudo bem. Eu e seu pai estávamos bem próximos nisso ele me deu uma flor simples que roubou do jardim da sua mãe no nosso encontro, e depois continuamos a conversar e eu comecei a reparar mais nele, principalmente quando ele me fazia rir e um belo dia ele me elogiou e me chamou para um aniversário, me tirou para dançar, o seu pai que não sabe dançar, foi quando eu percebi que ele faria de tudo só para me agradar, cheguei em casa nesse dia e nunca sorri tanto, eu pensava nele e sorria sempre que fazia isso, meu coração dava uns pulinhos quando ele estava perto e eu me sentia a pessoa mais sortuda do mundo.

— Agora, filha, me conta tudo. — E eu conto para minha mãe, não tudo bem parcial as coisas que tinham acontecido.

— Você acha que ele gosta...

— Eu acho que sim Ly, mas e você?

— Não sei, talvez. — Ela me encara e sorri.

— Desde que começaram a sair nunca a vi tão sociável Lyra, sai mais, tem vários amigos, e sorri sempre que ele está por perto, na realidade acho que você tem medo de admitir que isso é real e não só histórias que você cria, tem medo de admitir que gosta dele e não saber o que fazer, tem medo de sentir algo que nunca sentiu antes. — Eu a abraço e nunca me senti tão entendida.

— É eu tenho muito medo mãe.

— Eu também tinha, mas é normal, e as coisas só acontecem se forem para acontecer, não tem que ser algo forçado, tente descobrir se realmente gosta dele e depois? Só segue o fluxo filha.

— Às vezes acho que você tem a mesma idade que eu mãe.

— Quem me dera. — Ela se afasta.

— O que estão conversando? — Meu pai aparece na sala.

— Assuntos de mulheres Liam. — Ele levanta as mãos fingindo se render e depois se senta no sofá, cruza as pernas e imita minha mãe.

— Como estava falando sabe aquele boy da semana passada. — Ele finge uma voz aguda, rimos.

— Pelo amor de Deus pai! — Eu me levanto e subo as escadas rindo.

Hoje era o último dia do evento das profissões, e eu precisava me arrumar, na realidade eu tinha tido um longo dia que passei comigo mesma pensando vendo videos e comentários sobre a determinada profissão, eu já tinha em mente o que eu queria, finalmente, hoje seria a aula exatamente sobre o curso que eu andava pensando, com a palestra participativa no fundo eu estava esperando para ser exatamente o que eu esperava que fosse.

Eu entro na sala não tão cheia e começo a prestar atenção na aula juntamente com as pessoas ao redor ali, eu estava decidida pela primeira vez eu tinha uma certeza sobre o que eu amava fazer, o autoconhecimento nunca me ajudou tanto, Ian me ajudou, minhas amigas, meus pais, Emma e principalmente Deus, que nunca me abandonou mesmo que as vezes eu não estivesse o buscando tanto quanto deveria. Eu tinha orado naquela manhã e Deus me confirmou, assim como essa todas as minhas orações estavam sendo ouvidas.

— As inscrições da faculdade para esse curso se encerram hoje. — A moça que estava dando a palestra diz e mostra onde deveríamos ir para nós inscrever. — Queria agradecer em nome do evento, a todos que participaram espero que encontrem o que enchem seus corações e façam seus olhos brilharem, por que é isso que importa.

Olho para a folha recheada de informações e se passa um filme na minha cabeça, do meu ensino medio quando eu estava perdida, igual ao início desse verão, eu acho que finalmente estou conseguindo me encontrar e ainda falta muito para terminar minha vida, não preciso fazer isso por toda minha vida, posso mudar, por que mudar nem sempre é ruim, as coisas precisam mudar, por que se não mudam significa que sempre estamos no mesmo lugar, se não muda nunca evoluímos, as pessoas passam por nossa vida, os lugares, os sentimentos mas se ficam não saímos da bolha nunca, sair da zona de conforto, não significa arriscar significa viver e não apenas existir em algo que você já esteja acostumada.

— Decisão. — Sussurro.

Anoto meu nome completo e finalmente chego a última informação que pediam, eu agarro a caneta dou um longo suspiro e escrevo, olho ao meu redor e fico me perguntando se todos estão sentindo aquela energia que coisas novas estão vindo por aí, sorrio.

Curso desejado: Cinema.

Eu quero ser roteirista.

Continua...

O Meu VerãoWhere stories live. Discover now