13 - mudar... está me fazendo bem

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A pista me levou a um lugar de música.

"não é uma rima, tão pouco um poema, mas vem do coração, tão lindo quanto uma nota musical".

— Cantar... — Sussurro para mim mesma.

Lembrei de Ian tocando o violão assim que entrei no espaço, eu o encontraria na praia mais tarde, então eu estava reparando em lembranças sobre seu cabelo preto e olhos castanhos claros, que as vezes lembrava mel.

— Bom dia, bom vejo que várias pessoas toparam isso aqui., meu nome é Carly e vou falar um pouco sobre o que fazemos. Muitas vezes pensam na música algo que não dá em nada, mas eu digo que a música distribuí o que o coração está cheio.

A moça foi explicando partes técnicas e eu me afastei para a parte onde algumas pessoas estavam tocando e cantando.

— Devia tentar cantar um pouco. — Eu gostava de cantar, mas não para muitas pessoas, sempre pensei em alguém me julgar, cantava ao lado de Amy porque me sentia confortável com ela apesar de a conhecer por nem um mês direito.

A mulher que disse havia sentado do meu lado e tinha começado a cantar baixinho e ia aumentando conforme havia pego mais confiança e se soltou. Parou por um momento e me disse em forma de conselho:

— Não devia ligar tanto para o que os outro pensam ou vão pensar de você.

— Geralmente eu venho aprendendo a não ligar, mas nesses últimos dias tem sido complicado.

— Bom sabe o nome de alguém aqui? — Ela disse olhando em volta.

— Não, nem mesmo o seu.

— Então porque eles reparariam em você? — Pensei por um momento no que ela havia dito e sorri, mesmo sem entender no momento.

— Sou Lyra. — Disse estendendo a mão.

— Olívia. — Ela apertou minha mão, comecei a reparar na menina em minha frente ela era um pouco mais baixa que eu e seu rosto era familiar, apesar do tom de seu cabelo ser muito mais escuto ela se parecia com Yuri.

 — O que foi?  — Ela me questiona.

— É que você tem um rosto muito familiar.

— Deve ter conhecido meu irmão, Yuri.

— Mentira, ele é seu irmão? 

— Infelizmente, já sei ele te lançou uma cantada esquisita? — Rio e a encaro.

— Quase isso, eu acho.

— Mora aqui tem muito tempo? 

— Não tem nem um mês direito que me mudei.

— Tá explicado porque nunca tinha esbarrado em você antes.

— Também tá participando do evento ou tá "trabalhando" — Fiz aspas com as mãos enquanto falava a palavra trabalho.

— Segunda opção, mas eu amo música, não só escutar, mas eu amo cantar, você realmente devia tentar.

— Tá bom. 

Então Olívia começa a cantar novamente junto com o resto das pessoas, respiro fundo e canto um pouco junto, o sentimento é muito bom.

Me assusto olhando para as horas no meu celular, estava quase na hora do almoço, e de encontrar com Ian. Me despeço de Olívia da qual tinha pego o número de celular e volto correndo para casa, depois de claro pegar a pista pra o dia seguinte.

 — Como foi lá? — Assim que abro a porta de casa o cheiro da comida invade todo o cômodo onde estou, e minha me pergunta ao lado do meu pai picando cebola. 

— Foi muito bom, aliás conheci uma nova possível amizade.

—  Possível é?   — Meu pai ri enquanto pergunta sem questão de ter uma resposta.

— Lyra. —  Ouço uma vozinha familiar e me viro.

—  Oi, como foi na escolinha? —  Pergunto a Emma. 

—  Não sei direito, mas .... hum, até que foi legal.   

— Conheceu alguns amiguinhos lá? 

— Sim, eles são bem legais. — Sorrio com sua resposta e subo para meu quarto, colocando um biquíni por baixo de uma roupa mais confortável.

Volto a cozinha e preparo meu prato e me sento ao lado de minha mãe no sofá externo.

— Preciso te contar uma coisa, mas é boa.

— Tenho até medo do que você vá falar Lyra.

— Arrumei um emprego. — Ela me encara e se concentra em meu rosto abrindo um sorriso sincero.

— Que bom! vai poder me dar presentes... — Eu a encaro e ela percebe então tosse disfarçando e fala:

— Quais dias? E em que?

— Só nos finais de semana. Numa livraria mãe, existe um trabalho com mais cara minha?

— Destino, quando as coisas estão nos planos de Deus elas acontecem, da melhor forma, ele sempre quer o melhor para nós.

— Eu sei mãe, mesmo que eu tenha demorado para entender.

— Bom te ver assim, feliz.

— Acho que é a mudança, mudar está... me fazendo bem.

— Talvez esse seja — Me distraio em meus pensamentos e nem percebo o que ela termina de falar, mas quando ela me olha eu assinto como se tivesse entendido.

— Estou orgulhosa de você, agora que estou perdendo o meu emprego vai ser muito bom filha, você começar a trabalhar. — Ela fala e se espanta como se tivesse sido sincera demais, revelou demais.

— Perdendo o emprego? como assim? porque não me disse nada? — Pergunto assustada.

— Não contei nem para seu pai, peço que não conte pelo menos até eu ter certeza da situação.

— Tudo bem, mas o que está acontecendo? Tem algo de errado, não tem?

— Meu gerente, ele é uma pessoa ignorante, me deu mais trabalho do que uma pessoa normal conseguiria fazer e pedi meus direitos, ele negou, falou que se não conseguisse seria demitida.

— E o quanto você precisa fazer? 

— Muita coisa Lyra, quase um mês direto para conseguir, e ele simplesmente passou as tarefas para mim. Eu e seu pai não trabalhamos mais na mesma área, e estou com esse novo gerente. 

— Você deveria ser a gerente. — Ela me encara. — Serio mãe, você é incrível, responsável e não daria mais do que cada pessoa pode fazer. 

— Obrigada Ly. 

— Mas não é assim que as coisas são, não depende de mim nem de você, depende de mais pessoas do que pensamos.

— E se ele for denunciado? — Dou uma ideia.

— Como?

— Ele trata mais pessoas assim não trata?  — Ela faz que sim com a cabeça, continuando me olhando.

— Mais pessoas devem pensar dele dessa forma.

continua...




O Meu VerãoWhere stories live. Discover now