18 - Pequenos momentos

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— Como não me contou sobre isso? — Questiono Amy surpresa.

— Não soube como, tudo aconteceu ao mesmo tempo e só decidi ignorar. — Ela e Marcos haviam parado de conversar.

— Entendi, o que rolou?

— Eu acho que só não era para ser, e ele ficou distante do nada, e eu estava percebendo coisas em relação ao meu pai e... — Seus olhos se enchem de lagrimas e ela solta um longo suspiro.

— Amy são muitas coisas para você processar, calma.

— Eu estava percebendo Lyra, meu pai começou a chegar tarde, aquele dia que você foi dormir lá em casa, eu tinha certeza que tinha acontecido alguma coisa, minha mãe não estava normal, mas eu simplesmente não tive coragem para encarar tudo, e pensar nessa possibilidade.

 — Amy, nada disso é culpa sua.

 — Então porque sinto que é Lyra?  — Ela diz enxugando as Lágrimas.

 — Por que sua cabecinha é mirabolante, e possui uma vozinha que fala coisas ruins, você não pode deixa-la a controlar, ela vai dizer que tudo é culpa sua, mas não é Amy. Você não fez nada, e não merece achar que fez algo e se sentir culpada, não se deixe levar por essa vozinha, você é incrível Amy.

Nos abraçamos e Amy parece melhor, então ela sorri e diz:

 — Obrigada por ter entrado na minha vida Lyra, não aguentaria isso sem você aqui.  —Rio me achando especial.

 — Claro que aguentaria você é a Amy, que não tem medo de grandes ondas do mar e muito menos de tubarão, você enfrenta qualquer coisa Amy.  — Ela ri, e continuamos a andar até Ian onde estava brincando com Emma.

 — O que estão fazendo aí?  — Pergunto e eles respondem sorrindo brincalhões.

 — Nada demais, sabe?  —Responde Emma e finaliza jogando um punhado de areia em mim.

 Amy começa a gargalhar e então é atingida por um punhado de areia também e se vira, começo a rir e pego um pouco de areia e consigo jogar em Ian que instantaneamente começa a fazer outra bolinha de areia.

Eu reparo que simplesmente amo esses pequenos momentos, onde vejo todos rirem a minha volta e simplesmente existirem, vejo Deus em tudo, no sol se pondo, nas conchas das quais encontro na areia, as nuvens tendo formatos distintos, a for como as cores do céu se misturam, os sorrisos, eu amo estar viva, amo estar com essas pessoas, amo o fato de não ligar para o que pensam de mim neste momento.

Quando a guerra de bolas de areia para, nos sentamos frente ao mar e Emma entra em casa para tomar banho, Amy agora sorri.

 — Mais tarde vamos fazer uma fogueira aqui na praia com alguns amigos, quer vir?  —Amy diz e aceito o convite, perguntando coisas simples.

 — Quem são?  — Questiono.

— Nossos amigos, eles moram perto daqui. — Amy diz e eu concordo.

Ao entardecer Amy parece bem melhor, ela está em meu quarto se arrumando junto comigo, pergunto se ela está bem e a mesma responde que sim.

— Me passa o blush. — Amy pede e eu pego o para ela.

— Já acabou? — Ela me pergunta.

— Já, so passei um corretivo e um blush, quer ajuda?

— Não, estou acabando, só falta o blush.

— Lyra, posso te perguntar uma coisa? — Aceno que sim com a cabeça e ela começa sua fala.

— Eu acabei escutando sua conversa com sua mãe, sobre ter um momento na sua vida que você não estava bem.

— Ah. — É tudo o que eu consigo expressar e ela continua.

— Se não quiser me explicar tudo bem, mas eu gostaria muito de saber. — Aperto minha pulseira em meu pulso esquerdo, da qual nunca tiro do braço.

— Tudo bem, eu só não sei o que explicar.

— Desculpa Lyra, não deveria ter tocado no assunto você não deve se sentir confortável falando sobre.

Não que eu não quisesse compartilhar minha vida com Amy, ela está se tornando uma das pessoas mais especiais da minha vida, mas ela está passando por muitos problemas para se preocupar comigo.

— Tudo bem Amy, mas... — Olho em volta procurando algo para usar como desculpa.

— Acho que vamos nos atrasar, é melhor irmos —Digo mostrando as horas pelo celular e Amy assente, suspiro de alivio.

Quando atravesso mais para perto do mar com Amy, me distanciando da minha casa observo uma fogueira e algumas pessoas por perto das qual ainda não reconheço por estarmos um pouco longe. Assim que chego perto me assusto ao ver Olívia e Yuri sentados conversando com Ian.

— Lyra! — Olivia me cumprimenta assim que me vê chegando.

— Oi 

— Vocês já se conhecem? —Amy pergunta e assentimos com a cabeça, inclusive Yuri que se levanta da cadeira ao lado de Ian e vem para a cadeira que estava em meu lado.

— Como vai Lyra, e não é que nos esbarramos de novo? — Yuri faz uma pergunta sem esperar resposta e eu assinto.

— Como se conheceram? — Ian pergunta.

— No evento de profissões, os dois estavam trabalhando lá. — Digo e os dois confirmam acenando com a cabeça.

Após alguns minutos jogando conversa fora observo ainda mais o ambiente do qual estávamos, era lindo, uma fogueira no meio e assentos confortáveis em volta.

— Impossível você trabalhar, sabe o que significa essa palavra? — Amy diz voltado a Yuri que ri brincalhão.

— Ah e você já trabalhou alguma vez na sua vida? Ah esqueci que já fica se achando por surfar. — Retruca.

— Pelo menos eu sei surfar.

— Chama aquilo de surfe? Não fica nem em pé na prancha. — Amy diz.

— Não foi o que os jurados acharam.

— Claro que você ganhou ano passado, pagando até eu. —Ela cruza os braços.

— Eles vão ficar assim até quando? — Pergunto a Olívia que diz que sim.

— São assim desde os 7 anos, já nos acostumamos.  

— Quem ainda falta para chegar? Quero comer. — Yuri diz e Amy se revira no assento.

— Zack, Leo e a Mila. — Yuri mesmo começa a falar nomes de pessoas das quais não conheço, após o último nome ser dito Amy e Olívia se olham de imediato e falam juntas sem parecerem felizes com a notícia.

— A Mila? Vocês a chamaram? — Yuri confirma com a cabeça.

 continua...


O Meu VerãoWhere stories live. Discover now