Capítulo 1: Prólogo

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— o que quer dizer com isso? — perguntou Jimin ficando ainda mais preocupado.

— em outras palavras, seu organismo mata os espermatozóides e os elimina, até mesmo os que conseguem chegar até o óvulo e fecundar — explicou mais explicitamente, fazendo o Ômega ofegar.

— eu não posso ser um Omma — concluiu Jimin baixinho, tampando a boquinha com as mãos, voltando a chorar.

eu acredito que o senhor só precisa de alguém como você — se apressou em acrescentar, cuidando para que o Ômega não se desesperasse.

Ainda havia uma esperança.

— como assim? — perguntou Jimin, fungando, limpando as lágrimas com as costas da mão.

— alguém que seja tão forte como o senhor — respondeu o Alfa escorando os braços sobre a mesa — um Alfa Lúpus puro — completou.

— o quê? — perguntou Jimin, fungando mais uma vez baixinho.

— então, acredito que se você encontrar um Alfa Lúpus puro, consiga seguir com a gravidez — explicou com mais clareza, chamando a atenção do menor — sinto muito, senhor Pak, essa é a única opção — completou.

Enquanto voltava para casa em seu carro, as lágrimas não paravam de escorrer por seu rosto, o deixando quase incapaz de enxergar. Desde pequenino, seu sonho sempre foi ter um filhote, sendo de uma espécie pura, raramente conseguia fazer amigos por ser delicado e Lúpus, uma aberração. Ômegas não são tão violentos quantos os Alfas da mesma espécie, mas poucas pessoas acreditavam nisso. Ao longo da vida adolescente, teve poucas experiências e com o passar do tempo, foi ficando mais velho e nunca encontrou um companheiro que seu lobo aceitasse.

Até que resolveu partir para a inseminação, após perceber que estava perto de seus trinta, o deixando em um momento delicado. Afinal, era um Lúpus e, portanto, aumentava os riscos na gravidez, caso passasse disso. E por três vezes consecutivas, a inseminação dera errado e agora, descobrira que sua espécie também recusa os espermatozóides de Alfas comuns, os eliminando como se fossem um nada. Sabia que só existem quatro Alfas Lúpus puros no mundo, sendo o progenitor  e o seu filho, e os outros dois são velhos demais, e ainda são casados. Apenas um deles era mais ou menos de sua idade.

Mas era inalcançável.

Chegar em casa e ficar sozinho após saber disso, o deixou deprimido. A sorte era que Jimin tinha a dádiva de ter o melhor amigo do mundo todo, que o recebeu com um bolo escrito "parabéns". O que também não perguntou nada quando o viu voltar a chorar, apenas o abraçou apertado. Kim Tae Hyeong era sua melhor pessoa, sabia exatamente o que sentia, sem precisar perguntar um ao outro, sempre sentiam e se apoiavam, sem o amigo, Jimin teria desabado há muito tempo.

— está tudo bem, vai ficar tudo bem — sussurrou Tae Hyeong baixinho, mantendo o amigo entre os seus braços.

Após alguns vários minutos deitado no colo do mais novo – após lhe contar as notícias –, o loiro estava mais calmo. Os carinhos das mãos grandes em seus cabelos sedosos, o fazendo ronronar como um gatinho manhoso, apenas para o seu melhor amigo. O menor era delicado, manhoso, mas diante dos outros e em seu trabalho, era confiante, sério e determinado, fazia seu nome muito bem.

— como estão os seus filhotes? — perguntou Jimin fungando levemente, olhando para o maior.

— estão com o Gi e o Hobi, eles estão de folga hoje — respondeu Tae Hyeong alisando os cabelos loiros, fazendo um leve cafuné.

— você não os trouxe — choramigou Jimin baixinho, era apegado aos sobrinhos.

O maior de 5 anos se chamava Tae Ji em homenagem ao loiro, e o de 3 se chamava Yun Seok, o mais velho era Alfa e o mais novo, um Ômega, o xodó do trisal. Foi difícil para o Ômega ver seu melhor amigo gerar e não poder, mas jamais, nunca, o desejou nenhum mal. Ao contrário, Jimin foi o que mais ajudou Tae Hyeong em seu resguardo e com as crianças, o mais novo lhe era grato, de coração.

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